Revista 106 - Farmácia Clínica



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PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 106 - FEV - MAR - ABR / 2012

Revista 106 setinha Farmácia Clínica


Área profissional em alta

Farmácia Clínica: desenvolvendo habilidades e competências para suprir o mercado gerado pelas acreditações hospitalares

Comissão Assessora de Farmácia Clínica do CRF-SP (Foto: Ana Laura Azevedo)
Elaborar proposta de Resolução na área é um das metas da Comissão Assessora de Farmácia Clínica do CRF-SP (Foto: Ana Laura Azevedo)

Para entender em que contexto surgiu a Farmácia Clínica no Brasil, é preciso retroceder a um passado próximo. A área despontou no país em meados da década de 1980, e se desenvolveu com mais força nos anos 90, com a realização da acreditação em alguns hospitais, surgindo, assim, a necessidade de o farmacêutico acompanhar todos os processos da cadeia do medicamento na unidade hospitalar.

As reavaliações no processo de acreditação contribuíram ainda mais para o desenvolvimento desta prática, com exigências de análise de 100% das prescrições dos pacientes internados, programas de cuidados clínicos, entre outros fatores.

Se, de um lado, isso significa uma oportunidade de fortalecimento dessa área profissional, de outro, essa constatação traz à tona uma reflexão contundente sobre a Farmácia Clínica: os farmacêuticos estão preparados para atuar de forma efetiva junto aos pacientes? As universidades estão devidamente preparadas para formar farmacêuticos clínicos? Quais habilidades e competências são necessárias a este profissional?

Formação deficitária

Na avaliação do dr. Paulo Emanuel Buononato, vice-coordenador da Comissão Assessora de Farmácia Clínica do CRF-SP, o mercado farmacêutico vive o desafio de preparar profissionais devidamente aptos para o exercício da prática clínica interdisciplinar. "A Farmácia Clínica representa uma das áreas na qual os conhecimentos, habilidades e aptidões desenvolvidos e adquiridos ao longo da atuação profissional são utilizados de forma plena, evidenciando o papel essencial do farmacêutico clínico", explica.

Entre as competências fundamentais para o farmacêutico que deseja atuar na área estão postura profissional e a habilidade de se trabalhar em equipe interdisciplinar, tendo o paciente como foco (veja quadro abaixo).

Adicionalmente ao desenvolvimento destas habilidades, o farmacêutico deve possuir os conhecimentos básicos bem fundamentados, resgatando a fisiologia e patologia, sem prescindir das disciplinas tradicionais como farmacologia e farmacoterapia.

"Temos observado que mesmo quando a graduação foi bem estruturada e vivenciada, existem deficiências curriculares, principalmente em matérias relacionadas à pratica clínica e à interface com os demais profissionais, a exemplo da semiologia, fisiopatologia e interpretação de exames laboratoriais, que são evidenciadas à medida que a atuação fica mais específica, como por exemplo, nas unidades de terapia intensiva (UTI), de geriatria e neonatologia", complementa a coordenadora da Comissão de Farmácia Clínica do CRF-SP, dra. Solange Brícola.

Segundo a farmacêutica, a busca pela capacitação por meio de cursos de pós-graduação lato sensu acabam por se constituir na alternativa atual para sanar essas deficiências. "O fato é que, além de esses cursos contemplarem uma miscelânea de objetivos como Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica, ou Farmacologia Clínica e Farmácia Hospitalar, entre outros, a qualidade das aulas ministradas e da carga horária são de uma grande diversidade e heterogeneidade, e, sem dúvida, complementam a formação do profissional."

Pioneirismo

Uma das iniciativas da Comissão Assessora de Farmácia Clínica do CRF-SP para auxiliar no processo de consolidação do setor, e que poderá indicar diretrizes para a formação do farmacêutico clínico, é a elaboração de uma Proposta de Resolução. O objetivo é que o documento forneça subsídios para regulamentar a área, além de respaldar a atuação do profissional e melhorar a integração com a equipe multidisciplinar. Atualmente, a Proposta de Resolução está em processo de finalização pelos membros da Comissão, e posteriormente deverá ser deliberada pela diretoria do CRF-SP e enviada ao CFF.

Competências para a atividade clínica do farmacêutico (Fonte: American College of Clinical Pharmacist (ACCP) / Foto: Panthermedia)
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