ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS

CLIPPING - 29/06/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

‘Temos de avaliar impacto orçamentário’

26/06/2015 - O Estado de S.Paulo


REMÉDIO PARA O VITILIGO

29/06/2015 - IstoÉ


Cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, anunciaram na última semana a restauração da cor da pele em uma paciente com vitiligo - doença caracterizada pelo surgimento de manchas brancas na pele - a partir do uso de um remédio utilizado contra artrite reumatóide. É a primeira vez que um medicamento mostra-se eficaz contra a enfermidade, responsável, muitas vezes, por um efeito psicológico devastador. "Isto pode revolucionar o tratamento desta terrível doença", disse à ISTOÉ o dermatologista Brett King, coordenador da experiência.

O medicamento testado é o tofacitinibe (princípio ativo) e faz parte da classe de medicações chamada de inibidores da janus kinase (uma família de enzimas). No ano passado, a mesma equipe de Yale anunciou que o remédio tinha sido eficiente contra a perda de cabelo causada pela doença alopecia areata.

A paciente com vitiligo, uma mulher de 53 anos, apresentava manchas brancas na face, mãos e em vários outros pontos do corpo. Com dois meses de tratamento, houve a pigmentação parcial das áreas atingidas em seu rosto, braços e mãos - regiões nas quais as manchas mais a incomodavam. Depois de cinco meses, os pontos brancos na face e mãos praticamente desapareceram e apenas alguns poucos pontos podiam ser vistos espalhados pelo resto do corpo. E o remédio não causou qualquer efeito colateral.

As pesquisas irão continuar. Um dos objetivos é confirmar a eficácia e segurança do remédio em mais pacientes com vitiligo. Outra meta é esclarecer melhor de que maneira a droga funciona. "Sabemos que ela bloqueia a mensagem que perpetua a perda da cor nas células da pele", explicou King.




Medicamento biotecnológico bate recorde em 2014, diz EY

29/06/2015 - Valor Econômico


A indústria global de medicamentos biotecnológicos, que levam esse nome por serem obtidos a partir de organismos vivos como células, bactérias e leveduras, bateu recordes em 2014 nos principais indicadores econômico financeiros e, pela primeira vez na história, ultrapassou a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado, segundo relatório anual da consultoria EY. Esse desempenho, porém, traz também novos desafios à indústria, que no Brasil começa a engatinhar por meio de acordos de transferência de tecnologia.

De acordo com a 29ª edição do relatório "Beyond Borders - Reaching new Heights", a maturação do segmento em outros mercados, com destaque para Estados Unidos e Europa, que estão muito à frente de outras regiões em pesquisa e receitas, deu origem a uma nova fase de inovação biotecnológica que vai criar valor a pacientes, investidores e companhias no longo prazo.

Além disso, há cada vez mais recursos disponíveis para investimento no setor.

Os primeiros reflexos dessa onda apareceram no número de novas drogas aprovadas. Conforme a EY, graças a esforços promovidos pelo FDA [do inglês Food and Drug Administration], órgão que regula as áreas de saúde e alimentação nos Estados Unidos, no ano passado foram aprovados 41 medicamentos biotecnológicos, frente a 27 novas drogas em 2013, e mais de 75% das aprovações ocorreram já no primeiro protocolo.

O estudo mostra ainda que companhias sediadas nos Estados Unidos, Europa, Canadá e Austrália, considerados "centros estabelecidos da indústria biotecnológica", tiveram receita recorde conjunta de US$ 123 bilhões no ano passado, expansão de 24%. "Excluindo-se o crescimento fora do comum de um dos líderes do mercado, Gilead Sciences, as receitas registradas no ano passado cresceram 12%", aponta a consultoria.

Diante desse cenário e da expectativa positiva para o longo prazo, volume significativo de recursos tem sido aplicado em empresas de menor porte, vistas hoje como as principais fontes de avanço nos próximos anos.

Conforme a consultoria, foram realizadas 68 negociações de fusão e aquisição no segmento de biotecnologia no ano passado, que geraram recursos da ordem de US$ 49 bilhões.

Companhias europeias e americanas levantaram US$ 54,3 bilhões no ano passado, valor 72% acima do que foi captado em 2013, dos quais US$ 28,3 bilhões relativos a "financiamentos não geradores de dívidas decorrentes do mercado aquecido de ofertas públicas iniciais [IPOs, na sigla em inglês] e das ofertas subsequentes".

Nos Estados Unidos e Europa, biofarmacêuticas levantaram US$ 7,6 bilhões em capital de risco, 28% acima do valor recebido um ano antes e o número de IPOs ficou em 94, acima do número histórico de 79 operações registrado em 2000, no auge da bolha da internet e da biotecnologia (neste caso, na esteira de notícias de sequenciamento do genoma humano). Conforme a EY, essas operações de abertura de capital arrecadaram US$ 6,8 bilhões somente em 2014.

A consultoria pondera, porém, que o elevado número de aprovações de novos medicamentos lança novos desafios à indústria farmacêutica, entre os quais maior pressão sobre os preços e mais dificuldade na obtenção de bons resultados em fusões e aquisições. Esse alerta vem justamente no momento em que a indústria brasileira se empenha para se consolidar como plataforma de produção desse tipo de medicamento, sobretudo de biossimilares, apta a atender não apenas ao mercado doméstico mas também a outros países.




Droga estimula corpo a destruir tumores

27/06/2015 - Folha de S.Paulo


Foi o mais recente exemplo dos significativos resultados que vêm sendo alcançados por essa nova classe de medicamentos.

Em outro estudo, pesquisadores relataram a descoberta de uma "assinatura genética" específica em cada tumor, permitindo antever se o paciente pode ou não se beneficiar de drogas que estimulam o sistema imunológico. Isso pode permitir que, no futuro, os benefícios desses novos medicamentos sejam estendidos a pacientes com câncer colorretal, câncer de próstata e outros tumores que pareciam impermeáveis às novas drogas.

Até agora, os resultados mais substanciais com o novo medicamento se dão nos casos de melanoma e câncer de pulmão.

"Quem tem a assinatura genética deveria ser tratado com inibidores de pontos de checagem", disse, referindo-se às novas drogas, Luis A. Diaz Jr., professor-associado de oncologia na Universidade Johns Hopkins, em Maryland, e autor principal do estudo sobre o marcador genético.

Os dois estudos foram publicados em maio no site da "New England Journal of Medicine".

Os inibidores liberam freios moleculares, os tais pontos de checagem, responsáveis por impedir o sistema imunológico de atacar tumores.

Os produtos disponíveis no mercado até agora são o Keytruda, fabricado pela Merck, o Opdivo e o Yervoy, ambos da Bristol-Myers Squibb.

Os três foram aprovados nos EUA para o tratamento do melanoma. O Opdivo também foi aprovado em março para tratar os carcinomas de células escamosas, que representam cerca de um quarto de todos os casos de câncer de pulmão.

O novo estudo mostra que o Opdivo também prolonga a sobrevivência de quem sofre de câncer de pulmão de células não escamosas, que representam a maioria dos demais casos.

Os pacientes que receberam Opdivo viveram em média 12,2 meses, em comparação a 9,4 meses daqueles tratados com a droga quimioterápica docetaxel. Além disso, o Opdivo, também conhecido como nivolumab, teve muito menos efeitos colaterais graves.

Os pacientes cujos tumores produziam uma proteína chamada PD-L1, que também parece estar associada ao sucesso de certos inibidores dos pontos de checagem, apresentaram resultados ainda melhores. Levando-se em conta apenas eles, a sobrevida mediana foi de 17,2 meses no grupo que recebeu Opdivo, e de nove meses para o docetaxel.

O teste clínico, pago pela Bristol-Myers, envolveu 582 pacientes com câncer avançado que já haviam recebido tratamento quimioterápico com compostos de platina, como a carboplatina.

Em breve, a Bristol pretende solicitar a aprovação do Opdivo para o tratamento de câncer pulmonar não escamoso.

Outros estudos descobriram que o Opdivo encolheu significativamente os tumores em 19% dos pacientes com câncer de fígado avançado, enquanto o Keytruda permitiu uma redução em 25% dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço. O custo da administração desses medicamentos é de US$ 150 mil por ano.

Atualmente há apenas um medicamento aprovado para o câncer de fígado, o Nexavar, da Bayer e Amgen.

Outros estudos demonstraram que os inibidores do ponto de checagem podem ajudar pacientes com cânceres de rim, bexiga, estômago e outros órgãos. Já para os cânceres colorretal, de próstata e pâncreas, a eficiência foi menor.

Por que essas drogas funcionam tão bem para alguns tipos de câncer e quase não funcionam em outros? Uma hipótese é que o câncer de pulmão e o melanoma são geralmente causados por fatores que danificam o DNA -o tabagismo e a radiação ultravioleta. Portanto, eles têm "centenas de mutações por tumor", segundo Diaz, ou seja, mais do que a maioria dos outros tumores. Isto pode tornar mais fácil para o sistema imunológico reconhecer as células cancerosas como algo a ser destruído.

Alguns tipos de câncer têm ainda mais mutações -aqueles associados a um defeito genético chamado síndrome de deficiência de reparo. Essa síndrome impede a reparação de alterações no DNA que podem surgir quando as células se dividem, permitindo o acúmulo de mutações.

Essa deficiência está presente, por exemplo, na síndrome de Lynch, condição hereditária que deixa as pessoas muito suscetíveis a desenvolverem câncer, particularmente o colorretal. A síndrome de Lynch é responsável por cerca de 5% dos casos de câncer colorretal. A síndrome de deficiência de reparo também é encontrada em cerca de 10% dos cânceres colorretais não hereditários.

Um dos pacientes do estudo, Stefanie Joho, tem a síndrome de Lynch. Sua mãe teve câncer de cólon aos 44 anos e um câncer uterino seis anos depois. Joho teve ainda menos sorte, recebendo um diagnóstico de câncer colorretal logo depois de se formar na Universidade de Nova York.

Duas cirurgias e dois tipos diferentes de quimioterapia não foram suficientes para conter a doença. Joho contou que, sem opções de tratamento e sofrendo dores terríveis, apesar de consumir doses elevadas de um narcótico, voltou para a casa dos pais, onde passava a maior parte do tempo na cama.

Depois de começar o tratamento com o Keytruda, em agosto, seu tumor começou a encolher. A dor diminuiu tanto que ela jogou os narcóticos fora. "Fazia quatro anos que eu não me sentia tão bem", disse Joho, 25.




Uso de lentes de contato durante a noite pode evitar miopia em crianças, diz pesquisa

29/06/2015 - O Globo


RIO - Um novo estudo pode salvar as crianças de usarem óculos por miopia no futuro. Pesquisas mostraram que o uso de lentes de contato gelatinosas à noite podem "reformar" a vista.

Com 300 crianças, o estudo britânico mostrou que as lentes podem evitar a disformidade na vista. A prática, conhecida como Orthokeratology, interomperia a progressão da miopia. Para isso, a lente é colocada durante a noite e retirada de manhã e atua para que a formação do olho seja correta.

No estudo feito usando a prática, nenhuma criança sofreu novas mudanças em sua visão durante o período de três anos. Nos outros grupos de controle, que não utilizaram a técnica, a visão se deteriorou rapidamente.

- Os pais que estão preocupados com a progressão da miopia em seus filhos têm agora uma opção viável - afirmou a professora Pauline Chom, da Universidade Politécnica de Hong Kong, para o o jornal The Guardian.

A miopia, que faz com que objetos distantes apareçam borrados na vista, atinge 23% da população britânica de idade entre 12 e 13 anos. Isso significa um aumento de 10% em relação a década de 1960.

Em abril, uma outra pesquisa mostrou que a taxa de miopia na Grã-Bretanha dobrou nos últimos 50 anos e o fator principal para isso e que as crianças não passam tempo suficiente ao ar livre.




Universidade cria máquina eficaz para analisar digitais e linhas da mão

29/06/2015 - Correio Braziliense


Olhando a palma da mão, a cigana garante decifrar as linhas e revelar o futuro. Usando equações matemáticas precisas, a ciência consegue desvendar o dono das intrincadas digitais. Os dados dermatoglíficos armazenados nas pontas dos dedos e nas mãos são ricos em informações que podem dizer muito sobre os indivíduos. São capazes de ajudar investigadores a descobrir o autor de ações praticadas no passado ou de revelar um pouco do futuro, como as propensões de um casal a ter filhos com fissura labiopalatina ou lábio leporino. Em busca de tornar as informações contidas nesses dados mais acessíveis aos estudos científicos, pesquisadores brasileiros desenvolveram um coletor palmar, equipamento que permite colher as impressões digitais de forma simples e com baixo custo.

A pesquisa que deu origem ao equipamento foi desenvolvida pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e pelo Centro Pró-Sorriso da Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), com apoio do Programa de Incentivo à Inovação (PII), parceria entre o Sebrae e a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sectes). O Centro Pró-Sorriso é referência no tratamento de anomalias como o lábio leporino, problema congênito que provoca uma abertura no lábio e no céu da boca em recém-nascidos. Em parceria com a Unimontes, são desenvolvidos estudos sobre os fatores de risco genéticos e ambientais que podem estar relacionados ao mal.

“Durante pesquisa envolvendo as fissuras de lábio e palato, percebemos que havia uma carência de equi pamentos para a realização dos estudos dermatoglíficos. As informações contidas nas pontas dos dedos e na palma da mão podem indicar alterações patológicas e não patológicas”, explica o professor de estomatologia na Unimontes e coordenador da pesquisa, Hercílio Martelli Junior. A partir da identificação de que os coletores palmares existentes no mercado tinham custo elevado, o grupo desenvolveu um equipamento simples e barato, mas bastante eficaz. O coletor palmar foi patenteado e se mostrou eficiente na tarefa de capturar com precisão as ranhuras da mão.




ABAIXO O REGIME!

29/06/2015 - Veja


O dia começara diferente na pequena escola pública de Creston, no centro do estado americano de Washington. Às 7h30. pouco antes do inicio das aulas, ouviram-se gritos de revolta dos alunos do ensino médio. O motivo: a máquina de venda automática de refrigerantes, próxima às salas de aula, estava desligada. Os adolescentes tentavam, em vão, inserir notas de dólares no equipamento para comprar garrafas de 350 mililitros da bebida. A explicação, então, foi dada pela inspetora: a partir daquele momento, a venda de refrigerantes só seria permitida no horário do almoço. Era uma iniciativa da direção para frear o consumo de alimentos calóricos e pouco nutritivos entre seus alunos — gordos, em sua maioria. No dia seguinte, os ânimos se acalmaram. Os jovens que tinham se rebelado com a distribuidora desligada levaram suas próprias garrafas de casa.

O incidente de Creston é um retrato adequado, e muito comum, da atual realidade dos Estados Unidos quando se trata de levar comida à boca. O país é campeão mundial em número de gordos. Um recente levantamento sobre o peso dos americanos, conduzido pela Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, confirmou a tendência desastrosa — os casos de obesidade em adultos (67,6 milhões) superam os de sobrepeso (65,2 milhões). Desde 2005, já se desenhava essa curva preocupante. agora sacramentada. Ela revela a atávica incapacidade de mudar um quadro aflitivo de saúde pública.

E, no entanto, bilhões de dólares são investidos todos os anos em programas de prevenção e contenção da obesidade. Em 2010. um projeto da primeira-dama Michelle Obama com o objetivo de implementar uma dieta saudável nas escolas (o Let's Move! — "vamos nos mexer") custou 4,5 bilhões de dólares. A ação prevê a substituição de pizzas e hambúrgueres nas cantinas por alternativas mais saudáveis, como saladas e frutas. As intervenções do governo são sempre rigorosas e cuidadosas. Entre as mais recentes está a coordenada pela agência americana reguladora de alimentos e medicamentos, a FDA. A instituição propôs mudar os rótulos dos produtos de modo a tornar mais precisas as informações nutricionais, como a quantidade de açúcar extra que há na receita. Os resultados são frágeis, e tem-se a impressão de dinheiro do contribuinte jogado fora. Foi esse o efeito ruidoso da pesquisa divulgada na semana passada. O sobrepeso é resultado de uma intrincada combinação de fatores comporta-mentais, ambientais e psicológicos.

Afora os cerca de 10% de casos associados exclusivamente à hereditariedade. a culpa dos quilos extras não é dos genes, tampouco de um metabolismo lento. Estamos cada vez mais gordos porque comemos mais do que costumávamos comer, é verdade. Uma mulher adulta americana hoje consome cerca de 400 calorias a mais do que na década de 70, por exemplo. E por que comemos mais? Nasce aqui a complexidade da questão. Nas últimas décadas, as medidas da indústria americana para incentivar o consumo de alimentos hipercalóricos tornaram-se extraordinárias. As porções aumentaram. As máquinas automáticas de alimentos disseminaram-se e ampliaram a oferta de guloseimas (veja o quadro na pág. 74). Mas por que cedemos às tentações? Os mecanismos da obesidade são comparados ao vício, por envolverem o sistema cerebral de recompensa. "Em obesos, o metabolismo cerebral é semelhante ao dos viciados em drogas", diz o psicólogo Raphael Cangelli, coordenador do programa de estudos de transtornos alimentares do Instituto de Pesquisa da Universidade de São Paulo. No cérebro dos gordos pode haver uma deficiência na atividade da dopamina. um neurotransmissor associado ao prazer e ao bem-estar. "Para se sentirem satisfeitos, portanto, eles precisam comer mais e mais", diz o endocrinologista Antonio Carlos do Nascimento. Em especial, açúcar, o grande vilão da saúde, capaz de muito rapidamente deflagrar o aumento da dopamina. Os americanos, ainda por cima. consomem em larga escala um tipo de açúcar mais nocivo que o extraído da cana — o xarope de milho de alta frutose (com syrup). Barato, com poder edulcorante e de absorção veloz pelo organismo, ele está presente em quase todos os alimentos processados.

O excesso de peso é um dos principais fatores de risco para doenças graves. A obesidade aumenta em três vezes o risco de diabetes do tipo 2. Em um mundo onde não existissem pessoas acima do peso, o índice de infartos e de derrames seria 20% menor. O de hipertensão, 30%. Diz o endocrinologista Walmir Coutinho, diretor de ensino e pesquisa do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do Rio de Janeiro: "Estudos mostram que. para cada dólar gasto no combate às doenças relacionadas à má alimentação, 500 dólares são investidos pela indústria de alimentos para promover dietas supercalóricas".

O grande desafio no combate à obesidade é evitar a doença na infância e na adolescência. Depois, torna-se extremamente difícil emagrecer. O número de células de gordura é definido até os 20 anos de idade. A partir de então, nada é capaz de diminuir essa quantidade — nem a mais rigorosa das dietas. Quando uma pessoa emagrece, as células adiposas apenas perdem volume, mas continuam lá. ávidas para recuperar a dimensão anterior. A quantidade de células de gordura acumulada nos primeiros vinte anos de vida é determinada sobretudo por hábitos alimentares. A batalha contra o peso é inglória.




O poder das bactérias

29/06/2015 - IstoÉ


As bactérias ajudam a emagrecer, a tratar a diabetes, estão associadas ao desencadeamento da depressão e da doença de Parkinson. Estas são algumas das descobertas da ciência a respeito da importância destes microorganismos para a saúde. Boa parte do que há de mais novo sobre o tema está reunida no livro "O discreto charme do intestino, tudo sobre um órgão maravilhoso", da médica alemã Giulia Enders. A obra acaba de ser lançada no Brasil. Na Alemanha, tornou-se um best seller, com 1,5 milhão de exemplares vendidos de 2014 até agora.

Giulia se interessou pelo assunto depois de pesquisar sobre o órgão e se surpreender com seu envolvimento - e das bactérias nele contidas - em processos fundamentais do organismo. "Fiquei surpresa em saber que ele é responsável por tantas coisas. Está envolvido no humor, no funcionamento do sistema imunológico e nos hormônios, por exemplo", disse a médica, que faz doutorado no Instituto de Microbiologia e Higiene Hospitalar de Frankfurt.

As evidências da importância do intestino e de suas bactérias ganharam fôlego a partir de 2007, quando o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos iniciou o projeto Microbioma Humano, que mapeará todas as bactérias do corpo. De lá para cá, as informações não param de crescer. Só na semana passada, foram divulgadas pesquisas sobre a influência da flora intestinal no surgimento da Doença de Parkinson, para a proteção cardiovascular e no desenvolvimento cerebral das crianças.

O trabalho sobre o Parkinson é da Universidade de Helsinki, na Finlândia, e investiga de que maneira as bactérias intestinais podem interferir. "Considerando o conhecimento sobre as anormalidades gastrointestinais observadas nos pacientes e a vasta interação da flora intestinal com o corpo, é manda-tório explorar de que forma as bactérias estão envolvidas nesta doença", disse Filip Scheperjans, autor da pesquisa.

O tema das bactérias é a diminuição de risco cardiovascular foi explorado pela Universidade de Paris. A relação é conhecida mas os cientistas adicionaram a informação de que a bactéria Akkermatisia muciniphila está associada a baixos níveis de gordura e de açúcar no sangue, duas condições que reduzem a chance de ocorrência de in-farto e de acidente vascular cerebral.

Da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, veio a revelação de que a flora bacteriana presente na vagina de gestantes estressadas é capaz de provocar alterações na flora intestinal dos bebês. Eles têm contato com os microorganismos ao passarem pelo canal vaginal durante o nascimento e acabam adquirindo microorganismos que podem prejudicar seu desenvolvimento cerebral.




Longa vida

29/06/2015 - Valor Econômico


"O mercado focado nos clientes da terceira idade permeia praticamente todos os setores da economia", explica Marcela Kawauti, economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). "Trata-se de uma faixa de consumo cada vez mais exigente, que ainda encontra poucos produtos voltados para sua faixa etária."

Pesquisa feita pelo SPC indica que 45% das pessoas acima dos 60 anos sentem falta de serviços e mercadorias adequados. Entre os itens citados estão roupas (20%), celulares com letras ou teclados maiores (12%); locais de lazer, como bares e restaurantes (9%), e atividades de turismo (7%). A impressão da carência de ofertas é mais notada entre os entrevistados de 70 a 75 anos (51%).

O levantamento também mostra que a maioria (64%) é protagonista de suas decisões financeiras e de consumo. Foram ouvidos 632 consumidores, de todas as classes sociais, nas 27 capitais brasileiras. "As expectativas de negócios para essa audiência são de crescimento, inclusive na contramão da desaceleração da economia. É um mercado pouco explorado", diz Marcela.

A Gagarin, por exemplo, decidiu se especializar em pesquisas de mercado sobre consumidores acima dos 50 anos. Criada em 2012, atende grandes corporações dos segmentos farmacêutico, varejo, imobiliário e financeiro, interessadas nos hábitos de compra dos idosos.

"Os últimos estudos avaliaram embalagens, comportamento digital e alternativas de investimentos", diz o sócio Roniclever Rosa Ribeiro, que costuma investir até 10% do faturamento anual no crescimento da companhia. "Uma das análises mais recentes que fizemos mostrou que 44% dos entrevistados das classes A, B e C realizam operações bancárias via internet banking, 50% efetuam compras on-line, enquanto 75% utilizam a rede para pesquisar preços."

O empresário Benjamin Apter preferiu investir no segmento de atividades físicas. Do total de mil alunos da rede de academias B-Active, de ginástica terapêutica e fisioterapia, 70% são idosos. "Os equipamentos com alavancas biarticuladas previnem lesões e ativam a musculatura de forma mais suave", diz. A primeira unidade da rede foi aberta em 2004 e o segundo ponto foi montado com o capital gerado pela pioneira. "Iniciamos o franqueamento em 2013 e já temos quatro empresas nesse modelo", diz. "Também fomos procurados por investidores que querem levar a ideia para todo o Brasil, com um primeiro ciclo de expansão de até 30 unidades."

Segundo Apter, o faturamento médio por academia é de cerca de R$ 1,2 milhão e o investimento para franqueadores interessados é superior a R$ 600 mil. No mês passado, foi inaugurada mais uma unidade, em Campinas (SP).

Tânia Zahar Miné, professora do MBA da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM -SP), lembra que os brasileiros estão envelhecendo com mais saúde e renda, especialmente nas camadas mais abastadas. "Segundo o instituto de pesquisas Data Popular, somente os rendimentos das pessoas acima de 60 anos somaram R$ 446 bilhões em 2013, representando 21% da massa dos ganhos da população", diz a especialista, que desenvolve pesquisa de mestrado sobre os hábitos dos idosos. Para ela, além de academias e empresas de inteligência de mercado, os pequenos negócios podem explorar serviços mais tradicionais como oferta de cuidadores e residenciais para moradia.

Com 136 franqueados, a rede de cuidadores Home Angels fechou 68 contratos de franquias somente no ano passado. "A previsão para 2015 é concluir cem parcerias", adiantam Artur Hipólito e Marco Imperador, sócios do Grupo Zaiom, dono da marca. A empresa foi aberta em 2009, a partir da experiência de Imperador com a avó materna, de 93 anos. "Quando precisei de um funcionário para ela, percebi a necessidade de um serviço de qualidade", lembra. Viajou ao exterior para estudar as empresas do ramo e desenhou um modelo de negócios no Brasil.O investimento inicial na franquia Home Angels começa em R$ 20 mil, com prazo de retorno de seis a 12 meses. O faturamento médio por unidade é estimado em R$ 70 mil. "Hoje, conseguimos atender somente 20% da demanda pelo serviço, no país", diz Hipólito. A meta é chegar a 500 franqueados nos próximos anos.

Na Maria Brasileira, rede de franquias criada em 2013 para a prestação de 15 diferentes serviços domésticos, a preocupação com os idosos também virou fonte de renda. "Entre as 99 unidades ativas em mais de 70 cidades, há mais de 300 cuidadores que atendem 9% da base de clientes da terceira idade, com solicitações avulsas ou permanentes", diz o gerente de operações João Pedro Lúcio. Há oferta de atividades de enfermagem e de companhia para caminhadas e compras.

A empresa faturou R$ 14 milhões em 2014 e a expectativa é chegar a R$ 30 milhões em 2015, com 140 franqueadas até dezembro. "É importante buscar novidades que facilitem a rotina e aumentem a qualidade de vida dos clientes", diz Lúcio.

Maurício de Almeida Prado, sócio-diretor da Plano CDE, consultoria especializada no comportamento das faixas de renda mais baixas, afirma que os aposentados apresentam um grande potencial de compra no país. "Eles têm renda recorrente mensal e podem estar menos vulneráveis, financeiramente, do que o resto da população das classes média e baixa", diz. "A comunicação nos negócios nesse ramo deve ser clara e direta para facilitar a compreensão dos clientes." O especialista diz que os empresários interessados em explorar esse nicho devem se colocar "no lugar" do idoso e viver uma experiência completa do produto ou serviço em oferta. "É uma boa forma para analisar detalhes e oferecer um atendimento satisfatório."

Fábio de Souza Abreu, CEO da AxisMed, que trabalha com gestão e planos de saúde, afirma que 55% dos seus clientes já recebem aposentadoria e têm idade média de 58 anos. "Esperamos crescer 20%, em 2015, com novos produtos", diz.

A empresa, adquirida em 2013 pela Telefônica Digital, braço do Grupo Telefônica, faturou R$ 42,5 milhões em 2014. Em 2013, lançou um atendimento por telefone para esclarecer dúvidas e queixas de saúde, disponível para mais de 700 mil usuários no Brasil, no padrão 24x7 (24 horas por dia, sete dias por semana). O volume de atendimentos já chega a seis mil contatos ao mês, e 20% do total têm mais de 50 anos.




Plantão Médico: O maravilhoso ombro amigo

27/06/2015 - Folha de S.Paulo

Colunista: JULIO ABRAMCZYK


A pequena e poderosa bola do tenista no saque pode alcançar a velocidade de 200 km por hora.

Do outro lado da quadra, o adversário tem menos de 1 segundo para posicionar o corpo, o ombro e o braço para absorver o impacto em sua raquete e rebater o petardo.

Nessas frações de segundo, o papel principal do movimento é exercido pelo ombro, um maravilhoso aglomerado de articulações, segundo o médico Romulo Brasil Filho, chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital do Servidor Público Estadual.

Essas articulações unem o braço ao tronco, com os músculos posicionados de uma forma que sua contração ou relaxamento permitam a posição correta nas atividades esportivas, evitando assim o comprometimento da coluna ou dos músculos.

Da mesma forma que o ombro auxilia na movimentação, as lesões ou mesmo a dor nessa área podem reduzir ou dificultar essa função.

A limitação progressiva da elevação do braço e a dor noturna no ombro são problemas observados em decorrência de exercícios musculares inadequados ou após a quarta década da vida.

Para Romulo Brasil Filho, esses problemas podem estar relacionados ao desgaste crônico do manguito rotador (o conjunto de músculos e tendões que dão estabilidade ao ombro) pelos exercícios musculares ou a movimentos bruscos cujo deslocamento repentino dos ossos da articulação provocam luxação do ombro.




Fumar saiu de moda

27/06/2015 - Folha de S.Paulo

Colunista: DRAUZIO VARELLA


O último levantamento do Ministério da Saúde traz esperança: um em cada três brasileiros deixou de fumar.

Minha geração está sendo dizimada pelo cigarro.

Há 50 anos, fumar era considerado uma espécie de rito de passagem para a vida adulta. A indústria do fumo criou esse mito por meio de investimentos milionários numa publicidade criminosa, onipresente no rádio, na televisão, nos jornais, nas revistas e nos outdoors espalhados por todas as cidades.

Dirigidos às crianças e aos adolescentes, os comerciais apresentavam homens bonitos cercados de mulheres maravilhosas, machões que cavalgavam pelas montanhas, surfistas em ondas gigantescas e pilotos de corrida, que no final acendiam um cigarro da marca do fabricante.

Nos anos 1960, a indústria percebeu que poderia duplicar as dimensões do mercado consumidor caso as mulheres também se tornassem dependentes de nicotina.

Lançaram, então, os cigarros de "baixos teores", mais perniciosos até, porém mais palatáveis ao gosto feminino. Vieram apoiados por um bombardeio publicitário que associava o fumo ao charme e à liberdade que as meninas começavam a adquirir, graças ao acesso à universidade, à pílula anticoncepcional e à possibilidade de viver numa sociedade menos machista.

Nos anos 1990, comecei a tratar casos de câncer em amigos da adolescência. Quase todos eram homens, e fumavam havia 20 ou 30 anos. Na virada do século, chegou a vez das mulheres.

Perdi a conta de quantas amigas e amigos morreram de câncer, ataques cardíacos, derrames cerebrais, doenças pulmonares --e dos que ainda estão vivos, mas limitados por enfermidades respiratórias que lhes tiram o fôlego e a liberdade para andar até a esquina.

Caso pertença ao sexo masculino, o fumante vive doze anos menos. Dez anos menos, se for mulher. Se jogar fora dez dias de vida é desperdício inaceitável, o que dizer de partir desta para o nada uma década mais cedo do que deveria?

Mais brasileiros morrem por causa do fumo do que pela somatória das doenças infecciosas. São 200 mil óbitos por ano.

O último levantamento do Ministério da Saúde, no entanto, traz esperança de que essa realidade mudará: nos últimos dez anos, um em cada três brasileiros deixou de fumar.

Cerca de 25% dos homens e 17% das mulheres se declaram ex-fumantes, indicação de que elas têm mais dificuldade de parar, como vários estudos epidemiológicos demonstram.

A consciência de que adultos e crianças expostos à fumaça do cigarro alheio também são fumantes está mais clara. De 2008 a 2013, o número de não fumantes expostos ao fumo passivo em suas residências caiu 61%.

De acordo com o ministério, o aumento dos impostos cobrados sobre cada maço colaborou para a queda do número de fumantes, fenômeno comprovado em todos os países. Segundo pesquisa do Inca (Instituto Nacional do Câncer), 62% dos fumantes pensaram em largar o cigarro por causa dos preços no Brasil.

Em contrapartida, o consumo de cigarros contrabandeados cresceu. Cerca de um quarto dos fumantes compra seus maços abaixo do preço mínimo legal.

O nível de escolaridade da população tem impacto discutível na disseminação da epidemia: nas capitais do Norte e do Nordeste, a prevalência é mais baixa do que nas do Sul e do Sudeste. Em São Luís, há 5,5% de fumantes, contra 14,1% em São Paulo e 16,4% em Porto Alegre.

O dado mais importante da pesquisa é o da queda expressiva e continuada do número de fumantes. Nos anos 1960, pelo menos 60% dos maiores de 15 anos fumavam; hoje, são 10,8%.

Apesar dos bilhões de dólares investidos pelos Estados Unidos em campanhas contra o cigarro, cerca de 18% dos americanos ainda fumam.

No Brasil de hoje, fumamos menos do que em todos os países da Europa. Alemanha, Inglaterra, Áustria, Noruega, Dinamarca, Itália e outros países com níveis de escolaridade, renda per capita e organização social bem superiores aos nossos, fumam mais do que nós.

Como explicar?

Aumento da taxação, proibição da publicidade, as figuras horríveis impressas nos maços, o combate ao fumo passivo em ambientes públicos, combinados aos programas educativos nas escolas e às advertências médicas, foram medidas implantadas nos países desenvolvidos muito antes e de forma muito mais abrangente do que no Brasil.

Talvez o que nos diferencie seja o impacto das campanhas contra o cigarro levadas, pela televisão, aos quatro cantos do país.




Negação de pais estimula obesidade infantil

27/06/2015 - Folha de S.Paulo


Não somente o menino de 16 anos tinha 27 quilos em excesso, como um exame de sangue mostrou que ele poderia ter esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado). Porém, a mãe não gostou das recomendações da nutricionista de uma clínica de controle de peso de New Haven, Connecticut. "Não acredito que a senhora está me dizendo que não posso comprar biscoitos Chips Ahoy!"

Essa não foi a primeira vez que Mary Savoye aconselhou pais que pareciam incapazes de reconhecer a dura verdade sobre o peso de seus filhos. "Muitas vezes eles não querem aceitar a mudança, porque significa muito trabalho para todo mundo, incluindo para eles mesmos", disse ela.

Segundo um estudo publicado em "Childhood Obesity", mais de 75% dos pais de filhos obesos em idade pré-escolar e quase 70% dos pais de filhas obesas descreveram seus filhos como "mais ou menos no peso certo".

Os pesquisadores também compararam esses resultados, de 2012, com os de uma pesquisa semelhante feita em 1994. Não apenas as crianças do estudo mais recente eram mais pesadas, como a capacidade dos pais de identificar com precisão o peso de seus filhos havia diminuído cerca de 30%.

David L. Katz, diretor do Centro de Pesquisas de Prevenção da Universidade Yale, cunhou uma palavra para o problema: "oblivobesity" [algo como "obesidade por distração"].

Um motivo pelo qual os pais podem ter dificuldade para perceber o peso de seu filho é o "novo normal": em todo o mundo desenvolvido e mesmo em alguns países em desenvolvimento, as crianças estão ficando mais pesadas.

Porém, Katz também diz existir, por parte de alguns pais, uma "negação genuína e intencional", mesmo quando eles reconhecem o problema.

Outros especialistas afirmam que a questão pode ser complexa e sutil, resultado da dinâmica familiar. Talvez haja irmãos mais magros, e os pais não consigam encontrar uma dieta que sirva a todos, por exemplo.

É "natural que o pai ou a mãe queira pensar de modo otimista sobre seu filho", escreveu Thomas Robinson, professor de pediatria e diretor do Centro para Peso Saudável na Universidade Stanford, na Califórnia, em um e-mail. "Quando eles tiram as camisas e calças frouxas no consultório, você vê que é possível esconder uma enorme quantidade de gordura."

Somente hoje, quando Bonnie Ryan, de Bridgeport, Connecticut, olha para antigas fotos de seu neto, de 12 anos, ela vê como o peso se acumulou ao longo dos anos. Aos 7, ele era "gorducho", pensava ela. Aos 8, mais gorducho.

Mas o pai dele ficou com 1,93 metro e cem quilos. Ela esperava que o neto também espichasse. Os pais do menino se separaram. Solitário, ele não parava de comer. Pouco depois do checkup de seu neto aos 11 anos, ela e o filho reuniram-se com o pediatra. O médico disse que o menino estava com 1,54 metro, 91 quilos e era pré-diabético.

Ela o matriculou no Bright Bodies, programa de estilo de vida saudável em New Haven, patrocinado por Yale.

Quando os pais acreditam que seus filhos são ativos, eles ficam mais propensos a considerar normal o peso da criança, segundo estudos. Porém, os pais com frequência superestimam a atividade dos filhos. Outros fatores que causam confusão incluem a situação de imigrantes e a posição socioeconômica. Outros pesquisadores culpam a comunicação deficiente entre pais e pediatras.

Um estudo de 2011 publicado em "Pediatrics" revelou que os pais preferiam que os médicos usassem termos como "problema de peso" e "peso insalubre" a "gordo" e "obeso".

É claro que um índice de massa corporal ou um número em uma balança é um fator dentre muitos que indicam a saúde geral de uma criança. "Mas o peso é o canário na mina de carvão da doença crônica", disse Katz. Segundo ele e outros, o primeiro passo para ajudar os pais a ajudar seus filhos é deixar de lado a vergonha, ainda um grande empecilho. "Tem de ser por amor", disse Katz. "As famílias têm de enfrentar isso juntas."

De fato, as crianças podem ter mais consciência do que seus pais de que estão acima do peso. Em uma noite no Bright Bodies, Savoye conduziu a discussão em um grupo de controle de peso para adolescentes. Uma garota de 15 anos tinha perdido 14 quilos e precisava perder mais 18.

"Eu gostaria que meus pais tivessem feito algo sobre meu peso mais cedo", disse a menina.




Jovens devem fazer exame do coração, diz Incor

27/06/2015 - O Estado de S.Paulo


Desde que descobriu uma alteração no ritmo cardíaco aos 10 anos, Cecília Ribeiro, hoje com 18, se submete todos os anos a um eletrocardiograma, exame que registra oscilações geradas pela atividade elétrica do coração. O hábito, estendido aos pais e à irmã de 12 anos, deve ser adotado por todas as crianças e adolescentes de 10 a 15 anos que vão iniciar a prática esportiva ou cuja família tem histórico de doença cardiovascular, diz o Instituto do Coração (Incor).

O eletrocardiograma funcionaria como um “RG do coração”, ajudando no diagnóstico de doenças congênitas. “Exames clínicos não detectam problemas genéticos.Como os sintomas não se expressam, o jovem pode ter morte súbita ou arritmia ao fazer exercício”,afirma Carlos Alberto Pastore, cardiologista do Incor e presidente da Sociedade Internacional de Eletrocardiologia.

No exame, que dura cerca de cinco minutos, eletrodos captam estímulos elétricos do coração e suas repercussões. “Éexame de prevenção, simples e indolor.

É um erro academias e clubes não exigirem avaliação cardiológica.” A recomendação do Incor ainda gera controvérsias no Brasil e no exterior. “Não há estudos consistentes que indiquem a necessidade de eletrocardiograma para pessoas saudáveis e sem sintomas. Recomendações desse tipo assustam a população”, afirma Gustavo Gusso, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade.

Em 2012, o American College of Cardiology e o US Prevention Task Force classificaram como inadequados eletrocardiogramas para pacientes sem sintomas. “Nos Estados Unidos, eles têm visão mais voltada para o lado financeiro e são contra por causa dos custos.Mas na Europa essa recomendação é seguida há anos”, diz Pastore.




Planos tentam fazer cliente deixar cigarro

29/06/2015 - O Estado de S.Paulo


Preocupadas com os custos de tratamentos de doenças graves causadas pelo cigarro, operadoras de saúde têm tentado atrair pacientes para programas antitabagismo. Com investimento relativamente baixo, as empresas vêm ampliando a iniciativa e tentando novas formas de fazer o fumante aderir ao projeto. Segunda maior operadora de saúde do País, com 4 milhões de beneficiários, a Amil investe cerca de R$ 300 por paciente em um programa com consultas individuais e em grupo e monitoramento remoto. O valor é inferior à despesa que a operadora teria com o tratamento de um câncer de pulmão, por exemplo, uma das principais doenças associadas ao tabagismo. Um paciente com esse tipo de tumor custa ao plano entre R$ 200 mil e R$ 400 mil.

"Esse programa é interessante para todos: para o paciente, que vai evitar uma patologia no futuro; para o médico, que terá um paciente com melhor condição clínica e mais qualidade de vida, e para a operadora, que tem um beneficiário mais saudável e um custo mais adequado", diz José Luiz Cunha Carneiro Junior, diretor técnico da Amil.

Desde 2012, quando o programa foi criado, mais de 5 mil clientes da operadora aderiram ao programa, média de 130 adesões mensais. Atualmente, 400 pacientes procuram o serviço por mês.

Incentivo. Fumante há 33 anos, a dona de casa Dionisia Santos Souza Pessoa, de 55 anos, foi incentivada a entrar no projeto após sofrer dois enfartes. "Como fiz a cirurgia e o tratamento no hospital da Amil mesmo, via os cartazes sobre esse programa nos corredores e decidi aderir. Meu médico falou que qualquer traguinho seria um veneno para mim. Não era só uma questão de qualidade de vida, era questão de sobrevivência", diz ela, que aderiu ao programa em março e está há três meses sem fumar. "Já tinha tentado parar por conta própria outras vezes, mas essa estratégia de fazer reuniões em grupo me ajudou muito. Um paciente apoia o outro." De acordo com a Amil, um em cada três beneficiários que aderiram ao plano parou de fumar em um ano.

O câncer de pulmão é o tumor mais prevalente entre os pacientes da operadora. Entre 2012 e 2015, o número de pessoas que passaram por quimioterapia por causa da doença dobrou.

Na Bradesco Saúde, maior operadora do País, com quase 4,1 milhões de clientes, o programa antitabagismo é oferecido às empresas. A companhia interessada em oferecer o serviço aos funcionários paga R$ 3,6 mil por pessoa. "Uma médica pneumologista e psiquiatra vai à empresa, faz a palestra motivacional focando nos ganhos que o funcionário terá se parar de fumar e faz uma avaliação dos interessados. Depois, as consultas são feitas na própria empresa", explica Maristela Duarte Rodrigues, superintendente médica do programa.

Foi a facilidade de ter uma médica por perto e o incômodo com problemas de saúde persistentes que fizeram a economista Patrícia Carneiro de Sá, de 52 anos, aderir ao programa oferecido pela companhia onde trabalha. "Tinha tosse crônica, pigarro, não tinha nenhum condicionamento físico, acho que fui criando uma consciência de que precisava de qualquer jeito parar de fumar", afirma ela. Segundo a operadora, 48% dos participantes do programa pararam de fumar e outros 43% diminuíram a quantidade diária. Com 707 mil beneficiários, a Seguros Unimed passou a oferecer um programa do tipo para seus funcionários e pretende ampliar o serviço para seus beneficiários.

Outros programas. As iniciativas das operadoras em prevenir doenças não estão restritas às ações antitabagismo. As empresas têm investido também em programas para pacientes com doenças crônicas, como diabete, tratamento da obesidade e ações de qualidade de vida para idosos, entre outros projetos. Na Amil, o programa de combate a problemas crônicos e promoção de melhores hábitos de vida já atendeu 60 mil pessoas no primeiro trimestre do ano.

Maior operadora do Norte e Nordeste, com 2 milhões de clientes, a Hapvida tem ampliado o número de programas do tipo. Já são cinco, que atendem desde portadores de doenças crônicas até gestantes, com 20 mil pessoas beneficiadas.

Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.