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CLIPPING 04/05/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

Medicamentos

Pesquisa e Desenvolvimento

Saúde


Medicamentos

 

Postos de saúde começam na segunda campanha de vacinação contra gripe
30/04/2015 - Valor Econômico 

A Campanha de Vacinação contra a Gripe começa na segunda-feira (4) e vai até o dia 22 de maio em todo o país. Serão disponibilizadas 54 milhões de doses para a imunização de 49,7 milhões de pessoas.
Devem ser vacinadas crianças com mais de 6 meses e menos de 5 anos de idade, idosos, trabalhadores em saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas – mulheres até 45 dias após o parto –, presos e funcionários do sistema prisional. É importante levar aos postos de saúde o cartão de vacinação e um documento de identificação.
Também serão imunizadas pessoas com doenças crônicas não transmissíveis ou com condições clínicas especiais. Neste caso é preciso levar, também, uma prescrição médica especificando o motivo da indicação da dose.
Pacientes cadastrados em programas de controle de doenças crônicas no Sistema Único de Saúde (SUS) devem se dirigir aos postos em que estão cadastrados para receber a dose, sem a necessidade da prescrição médica.
A meta do governo é vacinar 80% do público-alvo, totalizando 39,7 milhões de pessoas. Foram mobilizados 240 mil profissionais que atuarão em 65 mil postos de vacinação, além de 27 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais.
Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas após a vacinação para criar os anticorpos que geram a proteção contra a gripe, a orientação é realizar a imunização no período de campanha para garantir a proteção antes do início do inverno.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, destacou que, apesar da definição de grupos, a estratégia da campanha consiste em uma espécie de proteção coletiva, pois a imunização dessas pessoas faz com que a circulação do vírus seja atenuada.
"É um segmento da população brasileira mais vulnerável. Nosso objetivo é evitar complicações e reduzir ao máximo as internações e os óbitos", explicou Chioro.
O sábado, dia 9 de maio, será o Dia D de mobilização nacional. Os postos ficarão abertos para facilitar o acesso dos que não coseguem se dirigir às unidades em dias de semana.
"A vacinação é extremamente segura. Há um alerta apenas para pessoa com alergia a ovo de forma severa e que devem procurar o médico para ter orientação adequada", ressaltou. Após a aplicação da dose podem ocorrer, de forma rara, dor no local da injeção, eritema – sinal clínico, presente em várias patologias, caracterizado por uma coloração avermelhada da pele ocasionada por vasodilatação – e enrijecimento. Os efeitos costumam passar em 48 horas.
A vacina foi adquirida em parceria com o Instituto Butantan e um laboratório privado. Foram investidos R$ 487,6 milhões na aquisição das doses para a campanha deste ano.
A transmissão dos vírus influenza ocorre por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, ao tossir ou ao espirrar. A doença também pode ser transmitida pelas mãos e objetos contaminados.
Os sintomas da gripe incluem febre, tosse ou dor na garganta, além de dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por sintomas como falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.

 


Vacina da dengue não tem data para ficar pronta, diz diretor do Butantan
03/05/2015 - Folha de S.Paulo

O médico Jorge Kalil, 61, tem pressa. O Instituto Butantan, que dirige desde 2011, corre contra o tempo para começar a terceira fase de testes de uma vacina contra a dengue.
A entidade depende da aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para dar continuidade ao projeto, que pode evitar epidemias como a vivida hoje —só na capital, são cerca de 20 mil casos.
No entanto, de acordo com Kalil, o detalhamento e as exigências do processo podem postergar a oferta da vacina à população, que hoje o instituto estima para 2016. Só a aprovação da segunda fase demorou 18 meses.

Para o médico, se começassem agora, em época de muitos casos, os testes mostrariam a eficácia da vacina em três meses. Fora do país, diz, a análise das etapas tem prazos determinados, o que as torna mais rápidas.sãopaulo - Anvisa já está analisando o pedido da terceira fase de testes?

Jorge Kalil - A Anvisa acatou a solicitação que nós fizemos e já está analisando o projeto. Fizemos uma reunião informal na sexta (24) para dirimir dúvidas. O processo de análise a gente não sabe [quanto tempo vai demorar]. O último pedido de análise demorou muitos meses. Desta vez, temos a esperança que seja rápido.

Qual a relação entre a vacina do Butantan e a da farmacêutica Sanofi, que pede o registro à Anvisa?

Se eles tiverem o registro e a vacina for utilizada no Brasil, a minha fase de testes terá que ser comparativa com a deles, aí fica supercomplicado. Porque, em vez de testar 17 mil pessoas, vou ter que testar 100 mil. São regras internacionais. Existem problemas com a da Sanofi. O primeiro é a proteção baixa, de 60%. Em alguns casos, ela é muito baixa, menos de 30%. Além disso, tem que ser dada em três doses.

Quando sairá a vacina do Butantan?

Tudo depende de ter a licença, de conseguir vacinar, de ter casos de dengue para mostrar que minha vacina é eficaz, que a Anvisa aceite os resultados e dê o registro. Cada coisinha que eu falei é uma enormidade de trabalho.

O processo é lento no Brasil?

É mais lento aqui do que em outros países porque o Brasil não tem tradição de inovação e saúde. As coisas são criadas, produzidas e testadas nos EUA, na Europa e no Japão. As agências reguladoras aqui são lentas. A pessoa que toma uma decisão positiva [sobre a aprovação da vacina] pode ser responsabilizada, mas se ela disser "não", não acontece nada.

Registramos número recorde de casos. Não aprendemos a lidar com a dengue?

Mesmo com a vacina, sempre vamos ter de controlar o vírus. E fazemos isso controlando os nascedouros do mosquito, o que é difícil. As pessoas não conseguem perceber que podem ter [nascedouros] em casa. Veem vasos de planta, pneus, mas e as calhas? Até que ponto elas se sensibilizam? Antes havia os agentes de saúde. Hoje em dia, muitas famílias nem os recebem porque têm medo de que seja assalto. 



Vacinação contra a gripe começará no próximo dia 4 maio
01/05/2015 - Folha de S.Paulo

Com atraso, o Ministério da Saúde anunciou a nova campanha de vacinação contra a gripe, que vai de 4 a 22 de maio em todo o Brasil.
A exceção é no Rio Grande do Sul, onde a vacina já está sendo aplicada devido às temperaturas mais baixas.
Ao todo, serão disponibilizadas 54 milhões de doses. A ideia é vacinar 49,7 milhões de brasileiros no grupo que tem mais risco de complicações.
O público-alvo são crianças de seis meses a menos de cinco anos, idosos, trabalhadores de saúde, índios, grávidas, mulheres até 45 dias após o parto, presos, funcionários do sistema prisional e portadores de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes.



Mercado Aberto: Governo barra 55,4% dos pedidos de novos remédios ao SUS, diz Interfarma
04/05/2015 - Folha de S.Paulo
Colunista: Maria Cristina Frias

O Ministério da Saúde barrou mais da metade dos pedidos de incorporação de novos medicamentos ao SUS, segundo um levantamento da Interfarma (da indústria farmacêutica de pesquisa).
Entre 2012 e março de 2015, dos 168 remédios avaliados, 55,4% foram rejeitados e 44,6% incluídos na rede pública, como drogas para tratar o tratamento de tumores e doenças infecciosas.
A maior parte dos pedidos negados (77,4%) foi feita por associações de pacientes e a indústria farmacêutica.
"Incorporar novas tecnologias significa gastar mais. Sem dinheiro, o governo tem incluído o que ele mesmo pede", diz Antônio Britto, presidente da Interfarma.
Dos 75 remédios aprovados nos últimos três anos, 49 foram solicitados pelo próprio governo, segundo a entidade. Desses, apenas dez têm até cinco anos de mercado.
"Quanto mais tempo tem um medicamento, mais barato fica inclui-lo na rede."
Os remédios são avaliados pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS), órgão ligado à pasta da saúde.
Procurado, o ministério informou por nota que "exige estudos que comprovem a eficácia clínica" e a viabilidade do custo para aprovar os medicamentos.
O órgão disse que não qualifica um remédio apenas pelo seu tempo de mercado. "Já incluímos 114 medicamentos e procedimentos ao SUS."
"A comissão organizou o sistema. O que falta é orçamento para inibir outro problema: a judicialização da saúde", finaliza Britto.
 


O REMÉDIO DA HYPERMARCAS
04/05/2015 - IstoÉ Dinheiro

A Hypermarcas passou por muitas fases desde que foi criada, em 2000, com a compra da fabricante de palhas de aço Assolan pelo empresário goiano João Alves de Queiroz Filho, mais conhecido como Júnior, ex-controlador da Arisco, vendida na mesma época para a Unilever. Comprador compulsivo, Júnior protagonizou nos dez anos seguidos um festival de aquisições. Ao todo, 23 empresas foram incorporadas, o que resultou em um extenso e nem sempre coerente portfólio de marcas, reunindo desde o segmento de limpeza do lar até produtos de higiene pessoal e medicamentos.
Após uma série de questionamentos do mercado sobre a capacidade de integração dessas companhias, a empresa resolveu submeter seus ativos a um pente fino e redefinir sua estratégia de negócios. As marcas que não apresentavam os resultados esperados ou não estavam alinhadas com o plano estratégico foram passadas adiante, como a própria Assolan. Segundo Cláudio Bergamo, presidente da Hypermarcas, o processo de depuração durou quatro anos, de 2010 a 2014. Como pano de fundo, a definição das áreas prioritárias de negócios, baseadas num tripé: medicamentos, higiene pessoal e beleza. A primeira vista, valeu a pena. Em março deste ano, por exemplo, a Neo Química, braço da Hypermarcas na área de medicamentos genéricos ultrapassou a EMS na liderança do ranking das maiores companhias farmacêuticas brasileiras, com 11,1% de participação de mercado. Desbancou, ainda, o analgésico Dorflex, da francesa Sanofi, do topo da lista dos medicamentos com o maior faturamento no País, graças ao genérico Losartan Potassium, indicado para o tratamento de pressão alta. Entre os mais vendidos em unidades, o descongestionante nasal Neosoro, que também pertence à Hypermarcas, já figurava na primeira posição. "Ainda temos 89% do mercado para conquistar", afirma Bergamo.
De acordo com ele, a área de medicamentos foi o primeira a responder à reestruturação promovida nos últimos quatro anos. No ano passado, o faturamento da empresa nesse mercado, foi de R$ 2,5 bilhões. "Hoje, 65% das nossas vendas vêm do setor farmacêutico", diz Bergamo. Ao todo, a receita da Hypermarcas atingiu R$ 4,6 bilhões, em 2014. Mas a ideia é não se acomodar nessa posição. Para ele, como o lugar mais alto do pódio só foi alcançado recentemente, o posicionamento ainda é frágil. "Precisamos consolidar esse resultado". O crescimento da companhia nessa área é resultado de um forte investimento em marketing. A Hypermacas tem foco em medicamentos que não necessitam prescrição médica, genéricos e similares. E, a partir de um conhecido portfólio de marcas, tem feito inovações em sintonia com o que o mercado chama de extensão de linha. O Doril, por exemplo, ganhou uma versão para enxaqueca. Já o Benegrip foi recentemente lançado na versão líquida. "Não somos uma empresa de cientistas, mas de marqueteiros, que buscam entender o consumidor", afirma o executivo. "Apostamos na inovação e não na invenção." Uma prova disso é que 85% dos produtos da Hypermarcas entraram no mercado há menos de dois anos. Nos três primeiros meses deste ano, foram investidos R$ 223,5 milhões na área de marketing, 7% a mais do que o mesmo trimestre de 2014.
Nos últimos anos, marcas como a Neo Química receberam atenção especial. O joga-
dor de futebol Ronaldo Fenômeno foi contratado como garoto-propaganda da marca, que passou a patrocinar a o Corinthians. Resultado: três dos cinco medicamentos mais vendidos no Brasil, em valor, são da Neo Química. Paralelamente à área de medicamentos, a companhia ainda vem ganhando terreno nos segmentos de higiene pessoal e beleza. Entre janeiro de 2014 a janeiro deste ano, a participação de mercado da companhia em receita passou de 7,6% para 8,6%, segundo dados da consultoria Nielsen.
A empresa aposta nesse período de crise para conquistar o mercado, o que divide a opinião dos analistas. "Enquanto a concorrência tira o pé do acelerador, eles se arriscam", diz Caio Moreira, analista de saúde e consumo da Fator Corretora. "Só não sei se eles conseguirão reter o consumidor depois que desse período passar." Por outro lado, os produtos de higiene e beleza têm enfrentado uma série de ajustes de preço, o que tem comprometido as margens de lucro. Segundo o analista Henrique Florentino, da Um Investimentos, os preços menores têm reduzido os resultados. "Foi importante para ganhar market share, mas não é uma política sustentável", afirma. Em abril, a Hypermarcas fez um reajuste de preços e estuda um segundo em julho. "Tudo vai depender do dólar", diz Bergamo

 

 


Pesquisa e Desenvolvimento

 

 

Estudo busca forma de prever câncer antes de mal se manifestar
01/05/2015 - O Globo

No futuro, um simples exame de sangue seria capaz de diagnosticar o câncer anos antes de a doença começar a se manifestar num indivíduo. Essa é a aposta de um grupo de pesquisadores americanos, que desvendou um padrão que ocorre antes de a doença se desenvolver nos chamados telômeros, estruturas presentes nas “pontas” dos cromossomos e que protegem o DNA de mutações prejudiciais.
Os telômeros encurtam cada vez que uma célula se divide e vão diminuindo ao longo da vida no processo natural de envelhecimento. Porém, disfunções nessas estruturas acarretam doenças ligadas ao avanço da idade, como câncer, mal de Alzheimer e de Parkinson. Por isso, descobrir como preservá-los pode ser a chave para a longevidade, e este é o foco de pesquisas ao redor do mundo.

PADRÃO PARA VÁRIOS CÂNCERES

No estudo das universidades de Northwestern e Harvard, os cientistas observaram diversas medidas de telômeros do sangue por um período de 13 anos, em 792 pessoas, das quais 135 foram diagnosticadas com diferentes tipos de tumor, incluindo próstata, pele, pulmão, leucemia e outros.
Nesse grupo, os pesquisadores notaram que os telômeros encurtavam mais rápido em indivíduos que depois desenvolveram câncer. Em média, a diferença do comprimento dos telômeros entre os potencialmente doentes e os saudáveis era de 15 anos. Em seguida, o acelerado processo simplesmente parava entre três e quatro anos antes do diagnóstico.
Segundo os pesquisadores, esse padrão — de encurtamento rápido seguido de uma estabilização — poderia levar a um novo biomarcador preditivo para o câncer. Esses resultados foram publicados num estudo na “EBioMedicine”, um novo periódico da Elsevier em colaboração com as revistas científicas “The Lancet” e “Cell Press”.
— Esta é a primeira vez que se registra o comportamento específico dos telômeros antes do desenvolvimento do câncer — afirmou Lifang Hou, autora principal do estudo e professora de medicina preventiva da Universidade de Northwestern. — Notamos este padrão em uma ampla variedade de cânceres, portanto o teste certo poderia ser usado para diagnosticar todos eles.
Pela lógica, os cientistas esperavam que as células de pacientes com câncer iriam se dividir descontroladamente, reduzindo progressivamente os telômeros até chegar à autodestruição. Mas, no estudo, eles notaram que não é isso que ocorre: o câncer interrompe o encurtamento para se espalhar pelo corpo. Segundo Lifang Hou, descobrir como o tumor faz isso poderia servir de base a uma nova terapia que provocasse a autodestruição das células cancerígenas, sem prejudicar as saudáveis.



‘Aedes’ transmite novo vírus, alertam cientistas
01/05/2015 - O Globo

Pesquisadores da Universidade Federal da Bahia descobriram um novo vírus capaz de causar sintomas semelhantes aos da dengue. O zika vírus foi descoberto esta semana em amostras de sangue de pacientes da cidade de Camaçari, a 41 quilômetros de Salvador, coletadas por meio de uma técnica chamada RT- PCR.
O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos Aedes aegypti, Aedes albopictus e outros tipos de aedes, mas ainda não havia sido detectado no Brasil ou na América Latina.
De acordo com o pesquisador do Instituto de Ciências da Saúde, Gúbio Soares, o paciente infectado pode apresentar sintomas como febre, diarreia, dores e manchas no corpo, além de sinais de conjuntivite. Os sintomas duram sete dias.
A doença tem acometido diversos moradores de Camaçari, Salvador, Feira de Santana e outros municípios da região. Segundo Soares, esta é uma descoberta inédita, mas a população deve ficar tranquila, já que o vírus é mais fraco e causa sintomas mais brandos.
— O zika vírus não é tão grave quanto a dengue ou o chikungunya. Não há risco de hemorragia ou morte. O quadro parece alérgico, é mais tranquilo e o tratamento é o mesmo — explica o pesquisador, lembrando que o paciente deve sempre buscar o posto de saúde e não se automedicar, caso apresente os sintomas.
Sobre a entrada do vírus no Brasil, Soares diz que isso já era esperado e pode ter acontecido durante a Copa do Mundo, no ano passado.
— Recebemos uma grande quantidade de turistas do mundo inteiro, sobretudo no Nordeste, em função das praias. Então, pode ser que o mosquito tenha picado algum paciente infectado.
MOSQUITOS TRANSGÊNICOS EM PIRACICABA
Enquanto isso, a cidade de Piracicaba ( SP) iniciou ontem a primeira fase de liberação do
Aedes Aegypti transgênico, que não pica e nem transmite a dengue, para reduzir o número de transmissores da doença.
A cidade é a primeira do estado de São Paulo a utilizar a técnica, que é aplicada no bairro Cecap, onde há maior incidência de casos. Serão soltos 1 milhão de filhotes machos produzidos em laboratório por semana, e a previsão da prefeitura local é de que, em cinco meses, o projeto consiga reduzir até 80% dos mosquitos.
Segundo a Secretaria de Saúde, o município está com 977 casos de dengue, e o Cecap é o bairro com maior número de registros. De acordo com a Oxitec do Brasil, empresa responsável pela implantação do projeto, batizado como “Aedes do Bem”, ele vai afetar uma área de 54 hectares — equivalente a cerca de 65 campos de futebol — e uma população de 5,5 mil pessoas.
POSSIBILIDADE DE EPIDEMIA
O supervisor da Oxitec, Guilherme Trivelatto, afirmou que a liberação será feita em dez meses e, conforme o número de mosquitos transmissores da dengue forem diminuindo, a empresa também vai reduzir o número de Aedes transgênicos.
— Temos que acompanhar a curva; em cinco meses, esperamos que o número de mosquitos diminua, e aí vamos parar de soltar um milhão por semana também — disse.
De acordo com a Prefeitura, ontem foram liberados 100 mil mosquitos em uma cerimônia simbólica que contou com a presença de moradores do bairro. A Secretaria de Saúde admitiu ainda a possibilidade de entrar em epidemia de dengue, já que atualmente a cidade está com quase 300 casos para 100 mil habitantes, índice que caracteriza a situação endêmica e o estado de emergência.
O projeto havia sido adiado por conta de inquérito aberto pelo Ministério Público, que pediu a suspensão do mosquito transgênico. No entanto, após a administração municipal e a Oxitec apresentarem defesa, a soltura foi permitida.



Artigo: Congresso transgênico
03/05/2015 - Folha de S.Paulo
Colunista: BERNARDO MELLO FRANCO

A votação de um projeto de lei sobre rotulagem de alimentos, na última terça-feira, ajuda a explicar o Congresso que está aí.
Desde 2003, as embalagens de produtos que contêm organismos geneticamente modificados devem trazer um pequeno triângulo amarelo com a letra T, de transgênico.
O plantio de transgênicos é liberado no Brasil. O que a regra atual garante é que o consumidor tenha informações para escolher se deseja ou não comprar esses produtos. Quem quer, leva. Quem não quer, busca outra opção na prateleira.
Isso contraria algumas gigantes do setor alimentício, que preferiam não dizer como fabricam o que você come. Essas empresas financiam as campanhas de políticos que representam seus interesses em Brasília.
Em 2008, o deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), da bancada ruralista, apresentou projeto para eliminar o triângulo das embalagens. De acordo com ele, dar informações desinforma o consumidor.
"A informação que induza a erro, falso entendimento ou de conteúdo inútil é desinformante, já que não cumpre o papel de esclarecer, mas sim o de confundir ou de nada agregar", escreveu. Seria mais prático recorrer a Chacrinha: "Não vim para explicar, vim para confundir".
Heinze, que é investigado na Operação Lava Jato, também alegou que a cor amarela encarece as embalagens e que o triângulo lembra as placas de perigo de radiação. Só faltou dizer que as donas de casa estão fugindo dos supermercados com medo de que o óleo de cozinha tenha vindo de Chernobyl.
Na votação de terça, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) ridicularizou o lobby ruralista com uma pergunta: "Por que quem diz que o transgênico é uma maravilha não quer que o consumidor saiba que tem transgênico no produto?".
A ironia não parou os tratores. A Câmara aprovou com folga, por 320 votos a 135, o projeto que retira o símbolo das embalagens.



CÉLULAS-TRONCO ARMAZENADAS
04/05/2015 - IstoÉ Dinheiro

A Cryopraxis, banco privado de armazenamento de células-tronco do sangue de cordão umbilical, está investindo R$ 3 milhões na expansão de um laboratório para armazenamento e manipulação de células, localizado no Polo de Biotecnologia, no Rio de Janeiro. Com o investimento, será possível duplicar a capacidade de processamento e armazenamento das unidades de sangue de cordão coletadas em todo o País.
 
 



Saúde

 

 

Longa espera

04/05/2015 - O Globo


A lei que determina que o início do tratamento de câncer aconteça até 60 dias após o diagnóstico está sendo descumprida no país. Só 5% dos casos da doença são monitorados, e, entre aqueles que já conseguiram iniciar o tratamento, 43% esperaram mais de 60 dias.

Numa terça-feira de setembro do ano passado, o aposentado Sérgio Vieira Fortes ficou incrédulo diante do diagnóstico. O que ele imaginava ser uma forte alergia era, na verdade, um câncer na laringe. Saiu da consulta em um hospital público do Distrito Federal com a orientação de retirar o tumor maligno o mais rápido possível. Mas, passados mais de sete meses, o homem de 60 anos continua à espera de um tratamento.

Sérgio faz parte de milhares de pacientes para os quais a lei que determina o início do tratamento de câncer em no máximo 60 dias após a consulta no Brasil, vigente há quase dois anos, não é cumprida. Foram incluídos desde 2013 no Sistema de Informação do Câncer (Siscan), que monitora o cumprimento da legislação, 25.162 casos da doença, segundo dados atualizados até 23 de abril. Desse total, apenas 12.310 iniciaram o tratamento. E, desses que iniciaram o tratamento, 43% não foram atendidos no prazo da lei. No caso dos que não haviam começado a se tratar, não é possível saber se o prazo de 60 dias está sendo ou não respeitado.

O total de cadastrados no Siscan representa menos de 5% dos 576 mil novos casos que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima por ano no Brasil. A lentidão na implantação do sistema, que é a ferramenta para fiscalizar a lei dos 60 dias, é criticada pela mastologista Maira Caleffi, presidente voluntária da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama). Ela considera “grave” o desrespeito ao prazo estabelecido em lei de dois anos atrás.

— No universo monitorado, ter praticamente metade dos pacientes atendidos depois dos 60 dias é grave. O prognóstico pode piorar muito com a demora no tratamento. O tempo implica, no caso de alguns cânceres, em curar ou não curar — diz a médica.

‘É UM DESÂNIMO MUITO GRANDE QUE DÁ’

Com a voz enfraquecida pelo câncer na laringe, Sérgio conta da peregrinação, desde setembro, por hospitais públicos do DF. Ele chegou a pagar, em clínicas particulares, por exames necessários para a cirurgia, que foi marcada e depois cancelada no SUS. Os custos pesaram no orçamento do aposentado e da mulher, Sebastiana, que trabalha como diarista. Sem perspectiva de conseguir o tratamento, Sérgio pensou em desistir:

— Eu não queria fazer mais nada, disse que era para a gente deixar isso pra lá, já tenho 60 anos mesmo. É um desânimo muito grande que dá — lembra Sérgio.

Sebastiana não deixou o marido esmorecer. No início deste ano, eles entraram na Justiça para conseguir o tratamento, que, segundo as avaliações médicas mais recentes, deverá começar com a combinação de quimioterapia e radioterapia, e não mais cirurgia. Em fevereiro, uma decisão judicial determinou que a assistência fosse providenciada, mas a primeira sessão para tomar os medicamentos na veia foi marcada para 12 de maio.

— Nós que não temos dinheiro só podemos contar mesmo com Deus. Como é que demoram tanto tempo para tratar um tumor maligno numa pessoa? A gente não sabe se está piorando — diz Sebastiana.

Diretor do Núcleo de Saúde da Defensoria Pública do DF, que atende demandas de pacientes sem atendimento que querem acionar a Justiça, Celestino Chupel acredita que a lei dos 60 dias moralizou “um pouco” a oferta do tratamento de câncer no Brasil. No entanto, ele ressalta que determinados casos tendem a sofrer mais com a demora, como quando são necessários especialistas específicos, como oncologistas que tratam de tumores localizados na cabeça e pescoço.

Estudante de psicologia, Vanessa Rodrigues de Oliveira foi classificada pela médica como “a exceção da exceção da exceção”. Com 26 anos, sem casos na família e sem fazer uso de pílula anticoncepcional, associada ao risco de câncer de mama, ela foi surpreendida pela doença. Do diagnóstico definitivo, recebido em outubro de 2014, até a cirurgia de retirada do seio direito, feita no Rio Grande do Sul, foram quatro meses e nove dias. Agora, Vanessa encara as sessões de quimioterapia.

— A espera é muito angustiante. Se a demora é muito longa, atrapalha o tratamento, não só porque o lado psicológico diminui a sua imunidade, autoestima, podendo fazer a doença se alastrar, mas porque abala a própria saúde mental — afirma a jovem.

DIFICULDADES PARA ALIMENTAR O SISTEMA

Patricia Schieiri, coordenadora do departamento de doenças crônicas do Ministério da Saúde, afirma que é “difícil analisar” por que 43% dos 12.130 pacientes que conseguiram atendimento, entre os mais de 25 mil cadastrados no Siscan, tiveram o prazo de 60 dias extrapolado. Ela reconhece que os problemas passam pela falta de acesso ao tratamento, mas destaca também possíveis dificuldades dos hospitais para alimentar o Siscan.

Pelos dados do sistema, há 13.032 pacientes sem atendimento. Desse universo, não é possível precisar quantos, de acordo com Patricia, ainda estão dentro do prazo de 60 dias. Ela destaca dificuldades de infraestrutura e de acesso à internet dos hospitais como entraves para agilizar a implantação do Siscan. Apesar de presente em 4.814 municípios, o sistema não cobre todas as unidades de saúde que fazem atendimento oncológico nessas cidades.

Dez unidades da Federação, por exemplo, já têm, em alguns hospitais e laboratórios, o Siscan instalado, mas ainda não fazem o monitoramento para saber se o prazo de 60 dias está sendo cumprido. Toda a região Norte, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e o DF estão nessa situação, segundo o Ministério da Saúde. A pasta discute um prazo para universalizar o Siscan, mas não há data definida, de acordo com Patricia.




Benedito Maciel na superintendência do HC
04/05/2015 - DCI
Jornalista: Bete Cervi

O professor Benedito Maciel assumiu a superintendência do Hospital das Clínicas do HC de Ribeirão Preto. É docente da Divisão de Cardiologia, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
Ao longo da carreira acadêmica participou de colegiados e comissões, além de desenvolver um conjunto de atividades administrativas no âmbito da Faculdade de Medicina e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. É "fellow" do American CollegeofCardiology e tem títulos de especialista em Cardiologia e Doppler ecocardiografia. Desenvolve atividades de investigação envolvendo principalmente técnicas Doppler ecocardiográficas, com ênfase no estudo da função sistólica e diastólica ventricular, na quantificação de regurgitações valvares, na análise da textura miocárdica, bem como no valor diagnóstico e prognóstico dessas técnicas em diferentes condições clínicas e modelos experimentais, incluindo: doença de Chagas, infarto agudo do miocárdio, doenças da tireoide, cardiotoxicidade por doxorrubicina, febre reumática aguda. No exercício dessas atividades científicas publicou mais de 250 trabalhos entre publicações completas, capítulos e edição de livros.
Antes de se tornar superintendente, o professor Maciel ocupava o cargo de diretor do Departamento de Atenção Saúde do HC. Foi diretor da Fundação de Apoio Ensino e Assistência, diretor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e presidente do Conselho Deliberativo do HC da FMRP-USP de 2009 a 2013.
 
 


Bactéria resistente já é ameaça global, diz OMS
02/05/2015 - O Estado de S.Paulo

A resistência a antibióticos se transformou em uma “ameaça global” e doenças que eram curadas com relativa facilidade até há pouco tempo podem voltar a matar cerca de 10 milhões de pessoas até 2050. O alerta faz parte de um plano que será apresentado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) neste mês, na esperança de combater a resistência. 
Os dados apontam para um cenário alarmante: pelo menos sete bactérias diferentes responsáveis por doenças como pneumonia, diarreia ou infecções sanguíneas começam a ganhar resistência. Pelo menos dois produtos usados até hoje já não funcionam em metade da população, entre eles o antibiótico contra infecções urinárias causadas pela bactéria E.coli. 
Em 2013, a OMS calcula que 480 mil novos casos de tuberculose foram detectados por conta da resistência aos remédios, em mais de cem países. No caso da malária, a entidade considera a resistência como uma “preocupação urgente de saúde pública”, diante do impacto em regiões inteiras. 
Para a OMS, antibióticos se transformaram no pilar do desenvolvimento da medicina no século 20. Mas chegou o momento de agir para não perder o que o mundo atingiu. Numa era “pós-antibiótico”, a realidade é que muitos morreriam de doenças que já foram controladas. 
Para a indústria farmacêutica mundial, o crescimento da resistência microbiana pode ter repercussões até no PIB mundial, com uma queda entre 2% a 3,5%. Na Federação Internacional das Indústrias Farmacêuticas, que reúne as maiores multinacionais do setor, as doenças causadas por bactérias, cada vez mais resistentes aos antibióticos disponíveis no mercado, aparecem como prioridade. Mas o grupo insiste para a necessidade de novos investimentos em medicamentos.
A OMS, em seu relatório publicado nesta semana sobre o mesmo assunto, também alerta para a falta de novos medicamentos. Segundo ela, nenhuma nova classe principal de antibióticos foi desenvolvida desde 1987. E não há resposta imediata. Além da demora para desenvolver um novo medicamento - cerca de 10 a 20 anos-, a indústria farmacêutica vê seu retorno financeiro restrito a um prazo considerado extremamente longo, o que desestimula o investimento. 
Planos nacionais. Por isso, a OMS insiste que apenas desenvolver novos remédios não será suficiente. A entidade vai recomendar que planos nacionais sejam desenvolvidos sobretudo em países emergentes. Mas a Federação das Indústrias Farmacêuticas diz que não há tecnologia nesses países. 
Já para Fernando Bellisimo, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, o problema é mais uma questão de hábitos. “No Brasil, existe o costume de acreditar que o médico mais eficiente é aquele que prescreve remédios. Infelizmente, pessoas continuam acreditando que antibióticos combatem doenças virais (o que não é verdade)”, disse. 
Bellissimo defende foco na prevenção e no combate à proliferação das bactérias resistentes. “É preciso maior atenção à higiene dentro dos hospitais.”



Preservar o Hospital São Paulo
01/05/2015 - O Estado de S.Paulo

Se há uma coisa que não falta na rede pública de saúde é notícia ruim. A mais recente se refere à situação em que se encontra o Hospital São Paulo, administrado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um dos mais importantes para o atendimento da população de baixa renda da capital. As condições do hospital vêm se deteriorando nos últimos anos e agora, como diz seu superintendente, José Roberto Ferraro, "beiram o limite". Isso quer dizer que a situação é muito grave, porque a continuar assim corre o risco de a qualquer momento passar do ponto em que ainda é possível ser controlada.
A crise pode ser reduzida a dois elementos principais, intimamente ligados, recursos financeiros insuficientes e falta de pessoal. O hospital está trabalhando com pelo menos 150 funcionários abaixo do que precisa para fazer os atendimentos que os seus equipamentos permitem e que a demanda por parte dos pacientes exige. As cenas descritas e os casos relatados por reportagem do Estado mostram que o que se passa nesse hospital se aproxima rapidamente do que de pior existe na rede pública, em termos de superlotação e demora.
Num determinado dia, 12 pessoas estavam sendo atendidas em macas espalhadas pelos corredores. Um paciente relatou ter ficado ali quatro dias nessas condições. Outro disse ter esperado, mesmo no corredor, oito horas para ser atendido. Nem as crianças escapam. Na porta do pronto-socorro pediátrico, um cartaz informava que só estavam sendo atendidos casos de emergência. A unidade - superlotada e sem pessoal suficiente - não tinha condições de fazer mais do que isso.
Para não piorar ainda mais a situação com a paralisação do trabalho, as enfermeiras do setor de pediatria encontraram uma forma pacífica e silenciosa de protestar - vestindo roupa preta para chamar a atenção de seus superiores e dos pacientes - e pedir a contratação de mais profissionais. Só neste ano houve cerca de 200 demissões no hospital, a maior parte delas no setor de enfermaria, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Unifesp, e a perspectiva de recomposição desse quadro técnico não é nada boa.
A Unifesp admitiu, em nota, que não preencheu as vagas abertas pelas demissões feitas desde setembro do ano passado, a não ser aquelas de serviços considerados essenciais, por falta de recursos. Ferraro garante que a instituição tem a intenção de "retomar as admissões, mas (para isso) precisamos aumentar a receita". O que não está fácil, porque, acrescenta ele, há pelo menos um ano o hospital apresenta um déficit mensal de R$ 2 milhões a R$ 2,5 milhões.
Embora ele cite também como causas para a crise o que chama de "desestruturação" da saúde do Município, com consequente reflexo na demanda por serviços do hospital, e pelo aumento dos casos de dengue, a principal delas é mesmo a falta de recursos. O problema da dengue, por exemplo, só se agravou nos últimos meses, enquanto o déficit se acumula há bem mais tempo. A instituição, tal como todas as outras que mantêm convênios com o Sistema Único de Saúde (SUS), sofre com a defasagem de sua tabela de procedimentos, que só cobre cerca de 60% dos custos.
O Ministério da Saúde promete ajudar o Hospital São Paulo e informa que o primeiro repasse mensal adicional, com esse objetivo, será feito logo. Isso não foi feito antes, porque dependia da sanção da Lei Orçamentária, que só ocorreu dia 22. Acrescenta que os repasses cresceram 67% nos últimos dois anos. Tendo em vista que, mesmo assim, o déficit do hospital se manteve nesse período, está claro que aquele aumento está longe de ser suficiente.
O Hospital São Paulo, uma instituição tradicional de alto nível, ligada à Escola Paulista de Medicina e voltada para o atendimento dos mais carentes, tem de ser preservado pelo importante papel que desempenha na capital. São realizados ali mil atendimentos diários e, mensalmente, mil consultas ambulatoriais e 2,3 mil internações. Desse esforço deve também participar o governo do Estado, aumentando sua ajuda à instituição.


Campinas passa de 30 mil casos de dengue
01/05/2015 - O Estado de S.Paulo

A epidemia de dengue em Campinas chegou a 30.324 casos e sete mortes – no último balanço, eram quatro mortes. Os três novos óbitos são de um homem de 91 anos da região leste e duas mulheres do sudoeste (de 71 e 46 anos). Outros 3.023 casos e três mortes estão sob investigação.
Esta já é a segunda maior epidemia de dengue da história da cidade, que em 2014 registrou 42.109 casos e dez mortes.



Continente americano está livre da rubéola
01/05/2015 - O Estado de S.Paulo

A rubéola, doença que ataca fetos, foi eliminada das Américas, anunciou uma comissão de especialistas criada pelas autoridades mundiais da saúde. Essa é a primeira região da Organização Mundial da Saúde a acabar com a doença. O continente europeu deverá seguir o exemplo.
Como algumas regiões ainda não estão devidamente adiantadas, a doença não poderá ser eliminada antes de 2020.



Livre acesso aos prontuários pode melhorar tratamento
02/05/2015 - Folha de S.Paulo

Os médicos de Steven Keating o veem como um cidadão do futuro. Uma tomografia do seu cérebro, há oito anos, revelou uma ligeira anomalia –nada preocupante, mas era melhor monitorar.
Ele monitorou, lendo e estudando sobre a estrutura e função do cérebro e sobre suas células rebeldes, e um novo exame, em 2010, não apontou problemas.
Mas ele sabia por suas pesquisas que a sua anomalia ficava perto do centro olfativo do cérebro. Então, quando começou a sentir lufadas de vinagre, em meados do ano passado, suspeitou estar sofrendo de "convulsões olfativas".
Pressionou os médicos a fazerem uma ressonância magnética e, três semanas depois, cirurgiões de Boston retiraram da cabeça dele um tumor cancerígeno do tamanho de uma bola de tênis.
A cada etapa, Keating, 26, doutorando no Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), se empenhava em obter informações sobre seu estado de saúde, acumulando assim cerca de 70 gigabytes dos seus próprios dados como paciente.
Seu caso aponta para os benefícios que especialistas anteveem se os pacientes tivessem acesso completo aos seus prontuários. Pacientes mais bem informados, afirmam eles, são mais propensos a cuidarem melhor de si mesmos, aderindo aos regimes de prescrição de medicamentos e até mesmo detectando sinais precoces de doenças, como fez Keating.
"Hoje ele é uma grande exceção, mas também permite vislumbrar o que as pessoas vão querer: cada vez mais informação", disse David Bates, diretor de inovação no Hospital Brigham and Women.
Alguns dos centros médicos mais avançados já estão começando a tornar os prontuários mais disponíveis. O Brigham and Women, onde Keating foi operado, faz parte do Partners HealthCare Group, em que 500 mil pacientes têm acesso on-line a alguns dos dados dos prontuários, incluindo condições médicas, remédios receitados e resultados de exames.
Outras instituições médicas estão começando a permitir que os pacientes acessem pela internet as anotações feitas por seus médicos, numa iniciativa batizada de OpenNotes (anotações abertas).
Mais de dois terços dos usuários do sistema relataram ter uma compreensão melhor sobre seus problemas de saúde, adotando hábitos mais saudáveis e tomando com mais regularidade os remédios conforme a receita médica.
Dentre as clínicas com OpenNotes, estão o Centro Médico Beth Israel Deaconess, de Boston, o Sistema de Saúde Geisinger, na Pensilvânia, o Centro Médico Harborview, a Clínica Mayo, a Clínica Cleveland e o Departamento de Assuntos dos Veteranos.
Até agora, cerca de 5 milhões de pacientes nos EUA já acessaram anotações médicas via internet.
Por se tratar de um jovem cientista articulado, Keating tinha uma grande vantagem sobre a maioria dos pacientes. Ele sabia qual informação solicitar, falava a linguagem da medicina e não precisava de ajuda.
As informações coletadas por ele incluíram o vídeo da sua cirurgia, que durou dez horas, dezenas de imagens médicas, dados de sequenciamento genético e 300 páginas de documentos clínicos.
Grande parte desse material está no site de Keating, que disponibilizou seu prontuário para pesquisa. Ainda assim, ele disse ter se deparado com uma cultura médica relutante em fornecer dados.
"A pessoa com menor acesso a dados no sistema é o paciente. Você pode conseguir, mas o ônus é sempre do paciente. E isso está espalhado por muitos armazéns diferentes de dados do paciente."
Desde que recebeu o diagnóstico, em meados de 2014, Keating se tornou um militante da ideia de entregar aos pacientes todos os dados que eles pedirem. Em dezembro, teve início o chamado Projeto Argonauta, que busca acelerar a adoção de normas de tecnologia aberta na área da saúde.
Um detalhe num estudo anual do OpenNotes sinaliza as preocupações dos médicos; 105 médicos de atendimento primário completaram o estudo, mas outros 143 se recusaram a participar.
Ainda assim, a experiência dos médicos na avaliação parecia tranquilizadora. Apenas 3% disseram ter passado mais tempo respondendo a perguntas de pacientes fora das consultas.
Sabendo que os pacientes poderiam ler as anotações, um quinto dos médicos disse ter mudado a forma de escrever sobre certos problemas, como o abuso de substâncias e obesidade. Alguns poucos estudos já publicados mostram os benefícios do compartilhamento para os indivíduos.
Por exemplo, 55% dos membros da comunidade de epilepsia da rede PatientsLikeMe informou que o compartilhamento de informações e experiências com os outros participantes ajudou a aprender sobre as convulsões, e 27% disseram que isso contribuiu para seguir as prescrições médicas.
Keating não tem dúvidas. "Há um enorme poder de cura para pacientes que entendem e veem efeitos de tratamentos e remédios. 
 


Estudos contraditórios sobre comida confundem público
04/05/2015 - Folha de S.Paulo

Por que os conselhos de alimentação saudável mudam tanto?
Se você estivesse procurando informações sobre alimentação saudável tempos atrás, provavelmente tentaria limitar, talvez até banir, o consumo de gordura. Ela era associada a obesidade, colesterol e alto risco de infarto.
Pesquisas mostraram agora que pessoas que consumiram mais gordura saturada não tinham maior risco de doença cardíaca, AVC ou qualquer outra forma de doença cardiovascular.
O ovo também vive na corda bamba. Seu consumo já foi vetado para quem tem colesterol alto. Mas, hoje, pesquisas não apontam relação entre o consumo de um ovo por dia e aumento do risco de problemas cardiovasculares.
As explicações para isso são várias. Uma passa por uma dificuldade desse tipo de estudos: isolar variáveis quando se trata de compreender a alimentação humana.
O controle que os pesquisadores têm sobre a alimentação de voluntários está longe de ser total, e muitas vezes eles dependem de relatos das pessoas sobre o que elas comem, informações que não são completamente precisas. Outros fatores não alimentares ainda influem nos resultados, como atividades físicas ou até questões emocionais.
Além disso, pesquisas confiáveis exigem acompanhar grupos grandes de pessoas ao longo de períodos razoáveis de tempo.
Mas, como apontam os nutricionistas ouvidos pela Folha, nem sempre pacientes e a mídia têm paciência: quando o assunto é saúde e emagrecimento, respostas milagrosas e modismos fazem sucesso, o que dá combustível a pesquisas com limitações metodológicas ou estatísticas.
"É preciso que fique claro que os efeitos da alimentação na saúde não têm percepção imediata, como um remédio que faz a dor de cabeça passar", diz Lara Natacci, nutricionista da Diet Net.
Além disso, o público não especializado tem dificuldade para entender que conclusões científicas abstratas sobre os benefícios de determinado alimento não necessariamente se aplicam a casos específicos individuais.
"Temos informações gerais, mas ninguém sabe exatamente como cada um funciona. A biologia nunca é uma ciência exata", afirma Sophie Deran, nutricionista da USP.
Na maior parte das pessoas, por exemplo, o consumo de gorduras reduz o HDL, que é o colesterol bom. Mas estudos indicam, aponta a pesquisadora da USP, que as gorduras têm o efeito contrário em 20% da população --e não se sabe precisamente o motivo.
Por fim, é bom ter em mente que há gente ganhando dinheiro com modismos alimentares, diz Lara. "O marketing da indústria do emagrecimento é mais rápido do que o estudo científico."
Sophie conta que já assistiu a uma palestra sobre mitos e verdades do adoçante financiada por uma indústria do setor. "Havia centenas de nutricionistas lá. É como publicidade. Você tem que entender que há interesses."
A solução para lidar com esse mar de informações contraditórias sobre os benefícios e malefícios dos alimentos? Não ficar paranoico com isso, afirma Sophie.
"Quanto mais você pensa em alimentação, mais se estressa. O ato de comer vira uma preocupação. Se você senta para comer estressado, culpado, não vai comer nem digerir do mesmo jeito", diz a pesquisadora.
 

 
'Prima' da dengue, febre chikungunya avança pelo país
04/05/2015 - Folha de S.Paulo

Para Maria Jussara Oliveira, 50, o dia 4 de setembro virou uma data "inesquecível", mas não por uma boa notícia. "Fui dormir e, quando acordei, já não conseguia me levantar direito. Doía tudo."
A explicação levou quase 60 dias para aparecer. Mas tinha nome: era febre chikungunya, doença conhecida como "prima" da dengue por ser transmitida pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti.
Antes tida como nova preocupação do verão, a chikungunya acabou ficando em segundo plano devido ao avanço da dengue. Mas a doença que chegou ao Brasil em setembro continua a crescer.
Ao todo, cinco Estados têm registro de pacientes que contraíram o vírus da chikungunya dentro do país. São eles Amapá e Bahia, principalmente, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Roraima. Também há ocorrências sendo investigadas em Minas.
Outras 11 unidades da federação têm casos importados, de pessoas que foram infectadas no exterior.
Em todo o país, dados do Ministério da Saúde apontam 6.209 casos autóctones (adquiridos no país) desde o início da transmissão --2.552 neste ano. O número real, porém, provavelmente é muito maior, pois há demora na notificação dos Estados para o governo federal.
Só na Bahia, a secretaria de Saúde informa 5.935 notificações desde setembro de 2014. Em 2015, já são 3.397.
E, se no início a chikungunya estava concentrada em poucos bairros de Feira de Santana, uma das cidades com mais casos, agora ao menos 76 apresentam registros.
"Isso nos preocupa, porque a dengue é um caminho para a chikungunya", diz Denise Mascarenhas, secretária municipal de Saúde.
Situação semelhante é vista em Oiapoque, no Amapá, com ao menos 886 casos confirmados, de acordo com o governo estadual.

VÍRUS IMPORTADO

A entrada do vírus importado deixa em aleta os 11 Estados do país atingidos, pois há risco de que o mosquito Aedes aegypti entre em contato com a pessoa infectada e, a partir daí, passe a transmitir o chikungunya.
Com a explosão da dengue em alguns Estados, o risco se eleva. "O fato de já termos [casos autóctones] no Mato Grosso do Sul deve deixar São Paulo em alerta permanente", afirma o médico infectologista Carlos Magno Fortaleza. São Paulo tem sete casos importados confirmados.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirma que ainda não é possível prever a evolução da doença, mas que os dados indicam tendência de redução em alguns locais.

SINTOMAS

Embora com sintomas parecidos nos primeiros dias, a chikungunya se difere da dengue por dores nas articulações que podem se estender por meses --ou até anos.
Quase sete meses depois dos primeiros sintomas, Maria Jussara ainda toma remédios para driblar a inflamação nos ombros. "Às vezes, não consigo nem me vestir sozinha. É muita dor", diz a moradora de Riachão do Jacuípe (a 190 km de Salvador).



Mercado Aberto: De volta à casa
04/05/2015 - Folha de S.Paulo

Após comprar do Dasa 18 laboratórios da bandeira Sérgio Franco e 14 da ProEcho, o médico João Renato Silveira vai expandir sua rede.
Estão previstas duas novas unidades no Rio de Janeiro, uma na Tijuca e outra no shopping da Gávea.
Até o final do ano, a empresa construirá uma fábrica própria para processamento de exames. Hoje, o serviço é terceirizado para o Dasa.
"A partir desse momento,seremos uma empresa 'de verdade'", diz Silveira.
O cardiologista foi um dos fundadores da ProEcho, que foi vendida para a MD1 Diagnósticos em 2010 e depois incorporada pelo grupo Dasa.
"Também queremos iniciar um modelo de franquias."

R$ 110 milhões
é o faturamento líquido anual das unidades

40%
é a participação da ProEcho no faturamento

500 MIL a 700 mil
será a capacidade de análise de amostras mensais da nova fábrica
 


Reclama pro bispo.
02/05/2015 - Folha de S.Paulo

A responsabilidade pela obesidade não é só das cadeias de 'fast food': é nossa e precisamos assumi-la
Os brasileiros não param de engordar. Estão acima do peso 51% dos adultos (eram 43% em 2006). São classificados como obesos 17,5% (eram 11% em 2006).
O futuro não parece promissor: um terço das crianças de 5 a 9 anos têm excesso de peso.
A seguirmos nessa toada, daqui a pouco empataremos com os norte-americanos. Lá, três em cada quatro adultos carregam sobrepeso. Mais de 30% da população caem na faixa da obesidade.
Enquanto as medidas para conter a epidemia no Brasil têm sido tímidas, faz tempo que os Estados Unidos declararam guerra às cadeias de "fast food", aos alimentos processados, às gôndolas dos supermercados, aos refrigerantes, às cantinas escolares, às porções gigantescas dos restaurantes.
Também às tecnologias que mantém crianças e adultos sentados o dia inteiro: TV, videogames, internet, computadores.
Guerra perdida. Projeções estimam que, em 2030, cerca de 50% dos cidadãos daquele país cairão na faixa de obesidade, isto é, terão índice de massa corpórea (IMC = peso/altura x altura) acima de 30.
Teoricamente, o problema da obesidade pode ser resumido numa equação singela: quem ingere mais calorias do que gasta, ganha peso; quem faz o oposto, emagrece.
Seria ridículo negar que a agitação e as comodidades da vida moderna, a publicidade, a disponibilidade e o baixo custo de alimentos altamente calóricos conspiram a favor da disseminação da epidemia, mas jogar em fatores ambientais a culpa pela gordura que você acumulou no abdômen não vai ajudá-lo a evitar as complicações da obesidade.
O McDonald's, as padarias, os fabricantes de doces, chocolates, refrigerantes, cervejas e sucos adocicados são comerciantes interessados no lucro, como os demais.
Atrás dele, vendem o que os fregueses gostam, mas não têm o poder de empurrar calorias goela abaixo dos transeuntes. As pessoas é que entram em seus estabelecimentos e escolhem suas mercadorias.
No dia em que todos tivermos poder aquisitivo e a consciência de que dietas ricas em vegetais, com quantidades moderadas de carboidratos e gorduras são mais saudáveis e agirmos de acordo com essa convicção, eles mudarão seus produtos ou cairão fora do mercado.
A responsabilidade não é só deles, é nossa. Assumi-la é o primeiro passo para enfrentar a obesidade. A única exceção é a das crianças, que ainda não amadureceram o suficiente para resistir à tentação dos comerciais de TV e das ofertas das cantinas escolares, e muito menos à orgia de balas, bombons e biscoitos recheados que guardamos no armário de casa.
Há carros que fazem 20 quilômetros com um litro de gasolina, enquanto outros não chegam a dez.
Da mesma forma, existem organismos que consomem muita energia para manter as funções vitais (circulação, respiração, digestão, atividade cerebral, etc.); e outros que são mais econômicos, capazes de executá-las com menor gasto energético.
Os últimos engordam só de pensar no bolo de chocolate; os primeiros podem comer à vontade, são os "magros de ruim" (se os gordinhos pudessem, esganariam todos).
É justo? Lógico que não, a natureza é injusta e impiedosa.
Se você vive revoltado com seu metabolismo, vai fazer o quê? Reclamar pro bispo? Xingar a mãe dos que te conceberam?
O corpo humano é uma máquina construída para o movimento. Se você precisa ou faz questão de passar o dia sentado, a liberdade à mesa fica comprometida.
Se no seu dia não sobra um minuto para fazer exercício, você está vivendo errado, está deixando de levar em consideração seu bem mais precioso: o corpo.
Enquanto não dá um jeito nessa vida miserável, aumente a atividade física no local em que estiver: suba escada, fale ao telefone dando volta na mesa, alongue os caminhos a pé, abaixe e levante o tempo inteiro, não ande a passos de lesma. No começo vão achar que você perdeu o juízo, mas o povo se acostuma.
Sejamos claros: a medicina não sabe tratar obesidade. Descontados os conselhos dietéticos ou as cirurgias bariátricas indicadas para os casos extremos, quase nada temos a oferecer.
Se os médicos não dispõem da pílula mágica, a responsabilidade com o peso e a sobrevivência é individual. É cada um por si e Deus por ninguém, porque gula é um dos pecados capitais.



Plantão Médico: Um mutante agressivo
02/05/2015 - Folha de S.Paulo
Colunista: JULIO ABRAMCZYK
 
Na campanha de vacinação contra a gripe que começa na segunda-feira, será usada a vacina trivalente para variantes (cepas) atualmente circulantes dos vírus influenza A H1N1, A H3N2 e do tipo B.
Os vírus do tipo A, por apresentarem frequentes mutações, são responsáveis pelas pandemias de grave repercussão.
Em 2009, uma variante do A H1N1 provocou a pandemia da gripe suína que atingiu a população de 137 países.
Em 1968, a então circulante cepa do H3N2 foi responsável pela pandemia da gripe Hong Kong (foi naquela área a manifestação inicial da virose), com 1 milhão de mortos no mundo por infecções secundárias, principalmente pneumonia.
Os vírus da influenza tipo B também circulam e apresentam mutações, mas com menor repercussão.
As vacinas atuais são efetivas. A proteção inicia-se em duas semanas, porém sua ação é limitada a não mais de dois anos. Uma vacina com duradoura proteção ainda não está disponível.
As alterações genéticas dos vírus explica porque a fabricação da vacina e sua aplicação são anuais.
A cada ano, a OMS (Organização Mundial da Saúde) identifica antecipadamente as alterações antigênicas dos vírus da influenza, para fabricação da vacina específica para as cepas circulantes.
Na produção dessas vacinas, os vírus são cultivados em ovos embrionados, motivo pelo qual alérgicos a ovos devem consultar um médico.



Mercado Aberto: Venda de equipamentos médicos cai 9,9% no 1º tri
01/05/2015 - Folha de S.Paulo
Colunista: Maria Cristina Frias

O setor de equipamentos médico-hospitalares e odontológicos registrou queda de 9,9% nas vendas no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2014, segundo a Abimed (entidade do segmento).
O recuo é visto com surpresa pela indústria, pois o segmento não costuma ser afetado por crises econômicas.
"Normalmente, nosso mercado é descolado do PIB, pois tem uma demanda reprimida. A população envelhece e as inovações são constantes", diz o presidente-executivo da associação, Carlos Goulart.
Nos três primeiros meses de 2014 e de 2013, o faturamento em dólares avançou 12,7% e 7,3%, respectivamente.
O resultado negativo deste começo de ano é consequência do reajuste fiscal e da incerteza dos empresários.
O mercado é composto por 50% do setor público e 50% do privado.
"Quando os gastos do governo, seja municipal, estadual ou federal, são reduzidos, nossa área é muito afetada", afirma Goulart.
A alta do dólar é outro fator que atinge o segmento. "Como o setor depende de importações, as empresas ficam esperando para ver se a cotação vai se estabilizar."
Em 2014, as vendas da indústria cresceram 6,36% chegaram a US$ 11,7 bilhões (cerca de R$ 35 bilhões). No início deste ano, previa-se uma expansão mais modesta, de no máximo 5%.
"Mas agora é prematuro fazermos uma análise."



Drive-thru hospitalar.
02/05/2015 - Folha de S.Paulo

Depois do hambúrguer e das batatas fritas, os Estados Unidos estão oferecendo novos produtos nos drive-thrus: atendimento médico e vacinação.
A iniciativa foi testada inicialmente no hospital da Universidade de Stanford (Califórnia) em 2009, durante uma epidemia de gripe H1N1, e desde então vem sendo replicada em várias instituições.
Clínicas de ao menos 12 Estados americanos, como Califórnia, Michigan, Alabama e Virginia e Arizona, já adotaram a vacinação de adultos contra o vírus influenza dentro dos seus próprios carros.
É só chegar ao estacionamento da clínica, colocar o braço para fora do veículo e receber a picada.
"É muito conveniente. Não precisa marcar hora nem sair do carro", conta Sheri Sweet, moradora de San Pablo, na Califórnia, que foi vacinada contra gripe em novembro do ano passado.
Todo o processo não levou mais do que dois minutos --contra de 15 a 20 minutos nas campanhas tradicionais de imunização.
Estudos mostram que o local inusual de vacinação não traz maior risco de infecção ou outros problemas, como desmaios.
Para Jim Milanowski, um dos diretores da empresa Genesee Health Plan, em Flint (Michigan), a vacinação no carro atinge dois objetivos de uma só vez: é mais conveniente e atinge mais pessoas.
Em Stanford, a proposta é que, em vez de esperar horas por atendimento no pronto-socorro do hospital em uma situação de epidemia de gripe, pacientes com sintomas mais leves passem por uma triagem dentro dos próprios carros no estacionamento.
Ali, os médicos medem a pressão arterial, fazem a ausculta com o estetoscópio e ouvem as queixas dos pacientes. Após a consulta, eles são medicados e dispensados.

SEGURANÇA

Segundo Eric Weiss, diretor médico do Hospital de Stanford e autor do projeto, o estudo com 40 pacientes mostrou que o modelo é seguro e tem uma boa relação de custo e efetividade.
"Nos casos de epidemia, o drive-thru pode facilitar o atendimento de mais pessoas em um menor tempo e diminuir as chances de a infecção se espalhar para outros pacientes que estejam esperando no pronto-socorro", afirmou Weiss à Folha, durante uma conferência de jornalismo de saúde que ocorreu em Santa Clara (EUA), na semana passada.
De acordo com o médico, todo o atendimento no carro levou cerca de 26 minutos. Já dentro do hospital, o mesmo tipo de assistência demorou 90 minutos.
O estudo foi publicado no período científico "Annals of Emergency Medicine".
Weiss e sua equipe criaram um manual com o passo a passo da experiência para que ela possa ser replicada por outras instituições.
Questionado se o modelo poderia ser aplicado em cidades brasileiras que enfrentam hoje epidemias de dengue e que estão com suas emergência hospitalares lotadas, ele afirmou que não.
"Em se tratando de hospitais, o drive-thru só se justifica em epidemias de doenças transmissíveis, o que não é o caso da dengue. Não é simplesmente para aliviar a barra de hospitais lotados."



Doença misteriosa intriga médicos em Estados do Nordeste.
01/05/2015 - Folha de S.Paulo

Com manchas no rosto, no peito e nos braços, Ana Luiza Carvalho, 8, sofria com coceira e dores de cabeça.
Em busca do diagnóstico, a família correu para uma unidade de saúde de Salvador na última semana. Mas foi informada de que o quadro, similar ao de 20 pessoas atendidas no mesmo dia, ainda não tinha resposta.
O mistério tem intrigado laboratórios da Bahia e de seis Estados do Nordeste: o aumento no número de pacientes com sintomas em parte parecidos aos da dengue, mas que têm tido exames descartados para esta e outras suspeitas --como a chikungunya, a "prima" da doença mais famosa neste 2015.
Só na Bahia, dados do governo do Estado apontam ao menos 3.500 casos suspeitos da doença misteriosa, que teve seu pico entre o final de março e o início de abril.
O caso passou a ser tratado como "síndrome exantemática indeterminada", nome dado a doenças que incluem manifestações na pele, mas sem diagnóstico. Doentes também relatam dor de cabeça e no corpo e febre baixa ou ausência de febre.
A secretaria de Saúde da Bahia trabalha com hipóteses distintas. Uma é que seja um tipo (ou mais) diferente de vírus transmitido pelo Aedes aegypti.
Nessa linha de investigação, uma análise de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia pode trazer uma resposta para parte dos casos. Ao analisar 25 amostras de sangue em Camaçari, identificaram em oito o zika vírus, transmitido pelo vetor da dengue e inédito no Brasil.
Descoberto em Uganda no fim dos anos 80, ele causa infecção branda e tem como sintomas manchas no corpo, dor nas articulações e, às vezes, conjuntivite. A infecção, em geral, cessa em até sete dias. Não há registro de morte.
"Nossa suspeita é que a doença tenha chegado ao Nordeste com o fluxo de turistas vindos para a Copa", afirma Gúbio Soares, um dos pesquisadores.
Outra possibilidade para alguns dos casos seria uma co-infecção por dengue e chikungunya. A hipótese, porém, é tida como menos provável.

'DENGUE ATÍPICA'

Além da Bahia, há casos com sintomas semelhantes e ainda sem diagnóstico no Pernambuco, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e Paraíba, segundo secretarias e o Ministério da Saúde, que participa da investigação dos casos. Os Estados dizem ainda não ter resultado dos exames.
A orientação a médicos tem sido encaminhar casos a laboratórios para testes de dengue, rubéola, sarampo e zika vírus, entre outros.
O governo da Bahia chegou a encaminhar amostras para um laboratório dos Estados Unidos para tentar fazer um mapeamento genético.
No Maranhão, 880 pacientes foram identificados com a chamada "doença sem diagnóstico".
Já em Pernambuco os casos têm sido tratados como "dengue atípica" --lá, exames de alguns pacientes, mesmo sem febre, deram positivo para dengue. "Mas precisamos concluir a investigação, porque isso muda toda a definição que temos de dengue", diz a coordenadora de dengue e chikungunya no Estado, Claudenice Pontes.
O infectologista Carlos Magno afirma que, embora com sintomas diferentes, "não é impossível" que parte dos casos seja dengue.



Processos na Justiça atingem cifras milionárias
04/05/2015 - O Estado de S.Paulo

As despesas do Ministério da Saúde provocadas por ações judiciais têm crescido expressivamente, segundo levantamento da Interfarma (que representa as farmacêuticas multinacionais). Nos últimos três anos, o valor pago na chamada “judicialização da saúde” saltou de R$ 367 milhões para R$ 844 milhões em 2014: um aumento de 129%. As ações judiciais são motivadas pela falta de acesso a tratamentos no SUS, seja por falta de disponibilidade dos medicamentos ou porque eles não foram incorporados pela rede pública.De acordo com a Interfarma, o governo federal recebeu 225 pedidos para incorporação de novos medicamentos ao SUS nos últimos três anos e, até agora, avaliou apenas 171. Desse total,mais dametade foi negada (55%). “O crescimento da judicialização nos mostra que precisamos discutir o problema do acesso. O mesmo Brasil bem sucedido em oferecer tratamento para as doenças básicas tem dificuldade no atendimento de doenças crônicas e complexas”, diz Antonio Britto, presidente da Interfarma.



PARA O CORAÇÃO BATER DE NOVO
04/05/2015 - IstoÉ

Melhorar os índices de sobrevivência após uma parada cardíaca é uma das metas mais importantes da medicina. Reunidos recentemente em Xangai, na China, pelo Weil Institute of Criticai Care Medicine, os melhores especialistas do mundo em emergências cardiovasculares e ressuscitação conseguiram pontuar de que maneira o objetivo poderá ser alcançado. Eles identificaram procedimentos que ao longo do tempo se mostraram ineficazes, outros que precisam ser adotados de formas distintas das atuais e alguns, ainda em estudo, que apresentam grande potencial para elevar a chance de sobrevida dos pacientes. As discussões finais ocorrerão até outubro, quando serão divulgadas as novas diretrizes de atendimento para os próximos cinco anos - em 2020 haverá novamente uma atualização. Os protocolos serão seguidos em todo o mundo.
Um dos consensos é a abolição da respiração boca a boca. Há tempos se discutia a validade da medida, mas agora se sabe que ela é inócua (o corpo possui uma reserva de oxigênio para pelo menos dez minutos após a parada), exceto em casos de afogamento, trauma e quando o paciente for criança. Também é patente que a massagem cardíaca deve ter qualidade. Ou seja, é necessário que o tórax seja aprofundado até cinco centímetros (em crianças, até quatro centímetros) e que se espere o tórax voltar ao normal antes de iniciar outro ciclo de compressão. E cada ciclo precisa durar pelo menos dois minutos.
Também está definido que o uso de aparelhos de circulação extracorpórea deve integrar os protocolos de atendimento. O ECMO (oxigenação por membrana extracorpórea) é adotado após a ressuscitação cardiopulmonar e revelou-se um instrumento muito eficaz para permitir a oxigenação constante do sangue, mantendo o paciente vivo por dias ou semanas. Outro equipamento sobre o qual não há polêmica em relação a sua importância é o ecocardiograma. Por meio do recurso, os médicos podem descobrir as causas reversíveis da parada cardíaca, como a obstrução de um dos vasos sanguíneos por um coágulo.
Há dúvidas, no entanto, em relação ao papel da adrenalina no processo de ressuscitação. A droga é usada há anos porque sabidamente eleva a pressão arterial e os batimentos cardíacos, mas o que está certo hoje é que, apesar desses efeitos, ela não eleva a sobrevida do paciente. "Por isso, há um grande questionamento sobre sua utilização", explica o cardiologista Sergio P rTimerman, diretor nacional de Ciências da Saúde da Laureate Brasil, o braço brasileiro da Laureate International Universitíes, rede global líder em ensino superior. Timerman foi o único convidado da América Latina para participar da reunião organizada na China. O que provavelmente ocorrerá é que a adrenalina será usada em combinação com outros medicamentos, mas ainda será preciso definir em que momento do processo e em que dose precisará ser aplicada.
Nas discussões, os especialistas também estão propondo uma nova forma de usar a hipotermia. 0 resfriamento da temperatura corporal vem sendo adotado como uma estratégia para ajudar na preservação dos tecidos, mas o que está em xeque é qual a temperatura ideal. Hoje, preconiza-se a diminuição para entre 32 e 34 graus. Mas as diretrizes a serem publicadas em outubro deverão recomendar o chamado controle de temperatura, promovendo uma hipotermia leve apenas (a temperatura é baixada para 36 graus). "Com a temperatura neste patamar há menos comprometimento da microcirculação sanguínea", afirma o cardiologista Timerman.
Há duas novidades em avaliação que despertaram enorme interesse durante o encontro. A primeira é a técnica do head up. Consiste na elevação da cabeça do paciente a 30 graus durante a operação de ressuscitação. As pesquisas feitas até agora demonstram que a medida melhora o fluxo sanguíneo no cérebro. A outra é um método que usa um torniquete como forma de concentrar o sangue na parte superior do corpo, garantindo bom aporte ao cérebro e ao coração. Trata-se de uma meia colocada até a altura da coxa. Nesta extremidade, faz-se um torniquete para reduzir a passagem do sangue da parte superior do corpo para a de baixo. 
 
 
 
 
 



 

 

 

 

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