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CLIPPING 23/03/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

Medicamentos

Pesquisa e Desenvolvimento

Saúde



Medicamentos

 

Alta do dólar freia o setor farmacêutico
20/03/2015 - Brasil Econômico


Com 90% dos insumos vindos do exterior, indústria de medicamentos projeta expansão real igual a zero neste ano. Oscilação do câmbio ainda gera incertezas sobre exportações
Depois de atingir crescimento de 13% na receita nominal em 2014, com faturamento na casa dos R$ 68 bilhões e expansão de 12% nas exportações em janeiro deste ano, a indústria farmacêutica se prepara para uma frenagem, forçada, em sua produção nos próximos meses. Com 90% dos insumos vindos do exterior e preços dos produtos controlados pelo governo, a escalada do dólar — que chegou aos R$ 3,30 — tem se transformado em um desafio a mais. Também ronda o setor o fantasma do aumento dos custos com energia, frete e mão de obra, em função do corte das desonerações da folha de pagamento.
O cenário de pessimismo fez os empresários da indústria projetarem, para este ano, um crescimento real igual a zero, e nominal em torno de 8%. Taxa próxima à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que segundo previsão de analistas ouvidos pelo Banco Central para o Boletim Focus, fechará o ano em 7,93%. A desaceleração na atividade deve gerar impactos , inclusive, no mercado de trabalho, com demissões já previstas para o próximo mês.
“Até agora, vínhamos mantendo os empregos em função da desoneração da folha. Com a suspensão da medida, provavelmente as demissões vão começar a partir de abril”, diz Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma). Para o executivo, assim como no restante da indústria, não há espaço para falar de aumento real aos trabalhadores em 2015. “No ano passado, a categoria teve aumento real nos salários de 1,5%. Mas este ano, com a queda da rentabilidade por causa da expansão dos custos com a alta do dólar e os reajustes dos preços dos medicamentos, sempre abaixo da inflação, a indústria não tem como suportar a concessão de um aumento real”, afirma.
Nos próximos dias, o governo federal deve divulgar o novo reajuste dos medicamentos, esperado para ficar bem abaixo da inflação de 2014, em 6,41%. No ano passado, foi concedido reajuste de 3,5%, inferior à inflação de 2013, de 5,91%.
A saída para uma compensação da alta dos custos para a indústria farmacêutica pode estar no mercado externo. Diretor da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Pedro Bernardo diz que, embora a oscilação do câmbio ainda gere incertezas aos empresários quanto à expansão das exportações, é fato que a desvalorização do real pode compensar as perdas com o mercado, também abalado pela retração do consumo das famílias.
“Temos que acreditar que o dólar vai se estabilizar num determinado patamar. Assim, conseguimos melhorar a nossa competitividade. Com oscilações, o empresário não consegue se planejar na incerteza”, observa Bernardo.



Brasil Pharma vai trocar o comando.
23/03/2015 - Valor Econômico


O consultor e ex-presidente do Grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana, irá trabalhar no processo de reestruturação da Brasil Pharma, grupo varejista de farmácias, apurou o Valor. O contrato de cerca de um ano foi fechado por meio da Enéas Pestana & Associados e deve ser anunciado nesta semana, quando a Brasil Pharma também deve informar a saída de seu presidente José Ricardo da Silva.
Um novo presidente está sendo procurado no mercado e seu nome também deve ser anunciado nos próximos dias, provavelmente na teleconferência de resultados da BR Pharma, na quinta-feira. Pestana e o novo executivo trabalharão juntos na reformulação da varejista, que passa por uma difícil fase, a pior desde sua criação, em 2009. Procurada, a Brasil Pharma não se manifestou.
A companhia, que controla seis redes de farmácias regionais, enfrenta dificuldades. Vem apresentando fracos resultados operacionais há mais de um ano. A forte expansão via aquisições e estratégias equivocadas afetaram o negócio.
Desde o ano passado, tem sido feito um trabalho que envolve revisão e corte de despesas, e redução de estoques, com atenção às lojas deficitárias. Pequenos aportes têm sido feitos por meio de linhas de financiamento com bancos, após aumento de capital em 2014 de R$ 400 milhões do banco BTG Pactual, principal acionista. No terceiro trimestre, a Brasil Pharma registrou prejuízo líquido de R$ 92,4 milhões, revertendo o lucro de R$ 42,3 milhões no mesmo período de 2013.
Na sexta-feira, outra varejista, a Saraiva, dona de uma rede de livrarias e de uma editora, confirmou a contratação da consultoria de Enéas Pestana para auxiliar na reestruturação de sua unidade de negócios de varejo. As mudanças serão tocadas por um time de executivos da Saraiva em parceria com consultores da firma. O trabalho terá duração de 20 meses, podendo ser postergado. O valor do contrato não foi revelado.
Segundo o comunicado, a iniciativa dá sequência ao processo de profissionalização de gestão da varejista. "Será um trabalho estruturado, não focado em corte de despesas ou coisas mais específicas", disse Pestana, durante teleconferência de resultados da Saraiva com analistas, na sexta-feira.
Perguntado pelos analistas sobre a possibilidade de Pestana assumir o comando da companhia, o diretor-presidente, Jorge Saraiva Neto, não respondeu diretamente, e disse apenas que a consultoria irá delinear o perfil ideal do executivo que concretizará o plano de profissionalização da gestão.
O Valor apurou que havia interesse da Saraiva em ter Pestana na função de executivo, comandando a empresa, mas a proposta não avançou.
Na sexta-feira, o comando da Saraiva foi questionado por analistas sobre a hipótese de separação das lojas da operação da editora, por meio de um "spin-off". Neto disse que a companhia está "sempre" em busca de medidas que possam adicionar valor aos acionistas, mas o assunto não está na pauta do conselho de administração da empresa.
A editora e varejista Saraiva apurou lucro líquido de R$ 22,9 milhões no quarto trimestre, alta de 91% em relação a igual período de 2013. A receita líquida ficou estável em R$ 739 milhões. No ano de 2014, o lucro do grupo recuou 5,6%, para R$ 5,7 milhões. A receita líquida avançou 6%, somando R$ 2,27 bilhões.




Alckmin quer liberar vacina da dengue em fase de teste; capital tem 3ª morte
21/03/2015 - O Estado de S.Paulo


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), quer que o Instituto Butantã antecipe a produção em escala da vacina contra a dengue.
Alckmin afirmou anteontem que pediria à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização especial para usar a vacina que ainda está em fase de testes, levando em conta a alta incidência da doença no Estado.
Em menos de três meses, já são 67 mortes por complicações da doença neste ano no Estado.
Em todo o ano passado, foram 90. Ontem, o Instituto AdolfoLutzconfirmoua terceira morte por dengue na capital paulista. A vítima é um homem de 35 anos, morador do bairro Pedreira, na zona sul.
De janeiro até 12 de março, a cidade contabilizou 2.339 casos confirmados de dengue, de acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde.A secretaria informou que 66% dos mais de 56 mil casos confirmados no Estado neste ano estão concentrados em apenas 30 dos 645 municípios paulistas.
Trâmite. Em condições normais, seguindo todos os protocolos de biossegurança, a vacina só estaria pronta para ser usada na população no início de 2018. De acordo com o instituto, os testes em voluntários foram iniciados em 2013, com autorização da Anvisa. Atualmente, é realizada a segunda fase dos testes, envolvendo 300 voluntários que são atendidos pelo Hospital das Clínicas de São Paulo. Cerca de 160 já receberam a vacina e outros 140 estão sendo recrutados. Essa fase deve terminar em 60 dias. Nela, é avaliada a segurança e a imunogenicidade da vacina.
Falta ainda a terceira etapa, com voluntários de todas as regiões do Brasil e de diferentes faixas etárias.Nessa fase,os testes, que foram iniciados em 2013 e, em condições normais, deveriam se estender até 2018, avaliam a eficácia da vacina.
O Butantã informou que o período de cinco anos é necessário para verificar anualmente a resposta imunológica dos participantes.O imunizante é desenvolvido em parceria com o National Institutes of Health, dos Estados Unidos. A vacina americana, similar à brasileira, foi testada naquele país e ficou demonstrado que é segura, segundo o instituto.
Existe outra vacina no mercado,da francesa Sanofi. A empresa divulgou, em novembro de 2014, resultados de testes realizados com mais de 20 mil crianças e adolescentes da América Latina, inclusive do Brasil, segundo os quais foi capaz de prevenir, em média, 61% dos casos comuns de dengue e 95,5% dos casos graves. O nível de proteção variou conforme o tipo de dengue, e foi mais eficaz para o tipo 4.A empresa deve enviar os documentos para registro na Anvisa ainda neste semestre.
A previsão é de que essa vacina possa ser usada na população no início de 2016. Para ser eficaz, deve ser aplicada em três doses, em intervalos de seis meses.
Uso imediato. A infectologista Rosana Paiva dos Anjos,pesquisadora e docente da Pontifícia Universidade Católica (PUCSP), defende o uso imediato da vacina em razão da gravidade da dengue,que já está produzindo mortes em todo o Estado.
“Pelos testes já feitos, a vacina não tem mostrado efeitos colaterais importantes e tem a vantagem de dar proteção aos quatro tipos de vírus.” A direção do Butantã confirmou ontem que pedirá a antecipação do uso da vacina e que dispõe de 13 mil doses.Em nota, a Anvisa informou que não recebeu até ontem pedido de registro.“Cumpre destacar que vacinas com esta finalidade estão, atualmente, em fase de testes pelos laboratórios que as vêm desenvolvendo.” Ainda segundo a Anvisa,aviabilidade do uso excepcional da vacina terá de ser avaliada após o recebimento da solicitação.



Rótulo deve ter alerta para alérgico, determina Justiça
21/03/2015 - Folha de S.Paulo


Fernanda Couto, 36, levou meses para descobrir que a explicação para as dores que filho começou a sentir com 15 dias estava no rótulo dos alimentos. Às vezes, fora dele.
"Nossa vida é ligar para o SAC. Temos que perguntar se cada produto tem traços de leite ou não", afirma.
Uma nova decisão da Justiça Federal de Sergipe determinou que a Anvisa adote medidas para que alimentos, medicamentos e outros produtos informem no rótulo todos os componentes que podem causar alergias.
Assim, deve ser identificada a presença de componentes como crustáceos, ovos, peixe, amendoim, soja, leite, castanhas, mostarda e cereais com glúten.
Hoje, a Anvisa já obriga as empresas a informarem os ingredientes, mas não há uma norma que determine que isso ocorra de forma clara, e várias substâncias são colocadas no rótulo com letras miúdas e nomes técnicos.
Agora, a ideia é que haja um texto padrão. A medida também prevê que seja informada a presença de traços de componentes --resquícios do processo industrial. Produtos que não se adequarem devem ter venda proibida.
A Anvisa iniciou uma consulta pública em 2014 para propor mudanças no rótulo dos alimentos. Mas o processo não avançou. Em nota, a Anvisa informa que foi intimida da decisão na quinta-feira (19) e está analisando a possibilidade de recorrer.



Explosão de dengue no Estado faz Alckmin querer antecipar vacina
21/03/2015 - Folha de S.Paulo


Com a confirmação de 67 mortes por dengue, 75% do total registrado no ano passado, e com 196,8 mil casos notificados da doença em todo o Estado de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer autorização da Anvisa para que seja aplicada uma vacina ainda em testes na população.
De acordo com o tucano, o método de imunização já tem 12 mil doses prontas e está em fase de testes clínicos, no Instituto Butantã, na capital.
"Nós estamos otimistas com a vacina. Ela está pronta. Falta a chamada fase três, que é a fase clínica. Mas nós pedimos à Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para liberar, porque ela não tem contraindicação."
O governador deu a declaração na última quinta-feira (19), em visita a Sumaré, 17º município paulista com mais confirmações de dengue.
A ideia de Alckmin é fazer a aplicação da vacina em regiões que estejam sendo muito afetadas pela doença. Segundo os últimos balanços, Sorocaba, Catanduva e São Paulo são as três cidades que mais possuem casos de dengue. Juntas elas somam 11.144 confirmações.
"Há uma vacina do instituto Sanofi Pasteur, que, além de muito cara, são três doses. A proteção é boa, mas a nossa [do Instituto Butantã] pode ser melhor e é uma dose só. Ela levaria mais dois anos para completar a terceira fase, mas poderia ser utilizada já", afirmou o governador.
Para o pesquisador Ricardo Lourenço, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, do Rio, um dos mais importantes do país, as vacinas desenvolvidas no Brasil têm boas chances para ficarem prontas até o ano que vem, mas que ainda enfrentam desafios de imunização total.
Para Lourenço, o combate aos focos do mosquito Aedes aegypti dentro de casa, com buscas semanais por possíveis criadouros, é a melhor solução atual para evitar a proliferação da doença.

CAPITAL

Foi confirmada nesta sexta-feira (20), a terceira morte por dengue na capital. A vítima foi um homem de 35 anos morador da Pedreira, na zona sul da cidade.
As outras duas vítimas foram uma mulher de 84 anos, da Freguesia do Ó (zona norte) e um garoto de 11, também da zona sul da cidade.
Em 2014, 14 pessoas morreram por dengue na cidade, que está com 2.339 casos confirmados da doença.




Medicamento brasileiro será lançado no México
21/03/2015 - O Estado de S.Paulo


O Aché Laboratórios fechou um acordo com a farmacêutica mexicana Silanes para lançar o medicamento brasileiro Acheflan no México. A expectativa do laboratório é que o Acheflan tenha uma participação de mercado de 1,9% em seu lançamento no México, chegando a 6,1% em cinco anos. O produto é usado no tratamento de tendinite e dores musculares e em quadros inflamatórios envolvendo traumas como entorses e contusões. No Brasil, o produto tem fatia de mercado de 25% segundo o Aché.




Pesquisa e Desenvolvimento



CORAÇÃO PRESERVADO.
23/03/2015 - Veja


A insuficiência mitral degenerativa é um daqueles males típicos do envelhecimento. Cerca de 5% das pessoas com 60 anos ou mais apresentam o distúrbio — aos 55 anos, a incidência gira em torno de 1%. Com o aumento da expectativa de vida, a previsão é que. em duas décadas, o número de doentes quadruplique, o que representará cerca de 4,5 milhões de pessoas apenas no Brasil. Deixada a seu curso, a doença pode evoluir da falta de ar e cansaço à morte por insuficiência cardíaca ou edema agudo de pulmão. Até recentemente, o tratamento mais eficaz, a cirurgia de peito, era indicado apenas para os casos mais simples. Em decorrência da idade avançada ou de outros problemas de saúde, boa parte dos pacientes era tratada com medicamentos paliativos ou encaminhada para transplante cardíaco. A boa notícia para esses doentes é que um procedimento menos invasivo, que dispensa o bisturi, começou a ser realizado recentemente no Brasil. Diz o cardiologista Alexandre Abizaid, do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo: "0 novo método é definitivamente mais seguro, além de reduzir o período de internação do paciente".
O coração possui quatro válvulas, responsáveis por manter o fluxo sanguíneo correndo na mesma direção. A mitral é a que faz com que o sangue que vem oxigenado dos pulmões siga rumo ao ventrículo esquerdo e seja distribuído ao resto do organismo pe A insuficiência mitral degenerativa é um daqueles males típicos do envelhecimento. Cerca de 5% das pessoas com 60 anos ou mais apresentam o distúrbio — aos 55 anos, a incidência gira em torno de 1%. Com o aumento da expectativa de vida, a previsão é que. em duas décadas, o número de doentes quadruplique, o que representará cerca de 4,5 milhões de pessoas apenas no Brasil. Deixada a seu curso, a doença pode evoluir da falta de ar e cansaço à morte por insuficiência cardíaca ou edema agudo de pulmão. Até recentemente, o tratamento mais eficaz, a cirurgia de peito, era indicado apenas para os casos mais simples. Em decorrência da idade avançada ou de outros problemas de saúde, boa parte dos pacientes era tratada com medicamentos paliativos ou encaminhada para transplante cardíaco. A boa notícia para esses doentes é que um procedimento menos invasivo, que dispensa o bisturi, começou a ser realizado recentemente no Brasil. Diz o cardiologista Alexandre Abizaid, do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo: "0 novo método é definitivamente mais seguro, além de reduzir o período de internação do paciente".
O coração possui quatro válvulas, responsáveis por manter o fluxo sanguíneo correndo na mesma direção. A mitral é a que faz com que o sangue que vem oxigenado dos pulmões siga rumo ao ventrículo esquerdo e seja distribuído ao resto do organismo pe la artéria aorta (veja o quadro). Com o coração no ritmo de oitenta batimentos por minuto, circulam pelo organismo 5 litros de sangue, em média. A cada contração, passam pela válvula mitral cerca de 50 mililitros de sangue. Quando ela não funciona a contento, parte desse volume não segue a rota prevista. Com isso, o coração se dilata e começa a trabalhar com dificuldade. A insuficiência mitral degenerativa pode surgir de um defeito na própria válvula. Na maioria dos casos, e em geral os mais sérios, o problema decorre, no entanto, de outras doenças cardíacas que levam ao aumento no tamanho do coração. Sem o tratamento adequado, a taxa de mortalidade é de 20% em um ano e de 50% em cinco anos. "As pesquisas mostraram que, em dois terços dos pacientes portadores de distúrbio cardíaco prévio, o novo procedimento contribui também para o controle da doença original", diz o cardiologista Pedro Lemos, do Instituto do Coração (InCor), centro de referência para a pesquisa e o tratamento de afecções cardíacas e um dos primeiros a oferecer a técnica no Brasil. "Com isso, entra-se em um círculo virtuoso, no qual o controle de uma condição melhora a outra." Os especialistas também comemoram. "Mesmo entre os portadores de problemas mais graves, que precisam de um transplante, a novidade pode melhorar a qualidade de vida do doente e lhe dar mais tempo de espera na fila", diz Marco Antonio Perin, cardiologista intervencionista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o pioneiro do procedimento no país.
Desenvolvida pelo laboratório Abbott e batizada de MitraClip, a nova técnica para o tratamento da insuficiência mitral degenerativa é feita por intermédio de um cateter que, inserido na virilha direita, chega até o coração pela veia femoral. O artefato leva na ponta um tipo de clipe que é colocado na válvula mitral de modo a diminuir seu afrouxamento e, assim, restaurar o fluxo sanguíneo do coração para o resto do organismo. Confeccionado com cobalto-cromo, o mesmo material dos stents cardíacos, o clipe é revestido de poliéster. para facilitar o crescimento do tecido a seu redor.
A intervenção com o clipe é oferecida desde 2008 na Europa e há dois anos nos Estados Unidos. Até hoje, 20 000 pessoas já foram submetidas ao tratamento. De cada 100 pacientes, 93 apresentaram melhoras na qualidade de vida. Diz o cardiologista Roberto Kalil, diretor clinico do InCor: "A nova técnica é, sem dúvida, uma conquista para aqueles pacientes que não suportariam uma cirurgia de grande porte"





Mars tem US$ 780 milhões para bancar pesquisas
23/03/2015 - Valor Econômico


A proliferação de empresas que investem pesadamente em pesquisa e desenvolvimento no Canadá se deve em parte a instituições como o centro de inovação Mars. Localizado em Toronto, o Mars tenta estimular companhias focadas em inovar, oferecendo consultoria especializada, auxiliando-as a encontrar financiamento e até mesmo alugando instalações no próprio centro.
Os recursos da instituição para bancar pesquisas somam o equivalente a US$ 780 milhões por ano. Os programas do Mars contam com financiamento público, dos governos do Canadá e da província de Ontário, do setor privado e de fundações. Além disso, a organização também gera parte de seus recursos, como os obtidos com o aluguel de espaços em sua sede.
Nas instalações do centro, há cerca de 100 inquilinos, entre "startups", companhias de médio porte e multinacionais, além de investidores, pesquisadores e empresas que prestam serviços. A ideia é que todo esse ambiente facilite a inovação, permitindo o relacionamento entre companhias, governos e a academia.
Diretor de parcerias, governo relações internacionais do Mars, Earl Miller diz que a instituição é "uma aceleradora de negócios", por apoiar as empresas no desenvolvimento de seus produtos e serviços e em conectá-los ao mercado. Segundo ele, trata-se de um denso distrito de inovação, que serve como incubadora para pequenas companhias.
O Mars tem como foco os setores de tecnologia da informação e comunicação, saúde e tecnologias limpas.
Uma das empresas que se beneficiaram do ambiente de inovação do Mars é a Nymi. Fundada em 2011, a empresa criou uma pulseira que identifica o batimento cardíaco do usuário, que é então utilizado como código de identificação pessoal, com base em pesquisas realizadas na Universidade de Toronto. Com o bracelete, é possível desbloquear o acesso ao computador, por exemplo.
No ano passado, a Nymi levantou mais US$ 14 milhões em financiamento de investidores como fundos de venture capital e da Mastercard. No momento, a Mastercard e o Royal Bank of Canada (RBC) desenvolvem um projeto piloto com 500 usuários para usar a pulseira como meio de pagamento.
Em Vancouver, a Wavefront funciona uma aceleradora de empresas da área de tecnologia sem fio, contando com recursos do governo da província de Colúmbia Britânica, do Canadá e do setor privado. A instituição ajuda as companhias a definir a estratégia e o mercado, auxilia na obtenção de financiamento e na descoberta de clientes e parceiros globais, assim como na construção e teste dos produtos e serviços, segundo o presidente da Wavefront, James Maynard. Algumas empresas usam as instalações da organização.
A MetaOptima é uma das companhias que contam com o apoio da Wavefront. A empresa produz um instrumento que, acoplado ao celular, ajuda no diagnóstico precoce do câncer de pele, segundo a presidente da MetaOptima, Maryam Sadeghi.
As imagens obtidas com um microscópio de alta resolução são depois enviadas a um dermatologista, para que o médico as avalie. Maryam lembra que pacientes com câncer de pele diagnosticados num estágio inicial têm 98% de chances de sobrevivência.





Terapia genética pode prevenir HIV.
21/03/2015 - Folha de S.Paulo


Pesquisadores anunciaram no mês passado algo que pode vir a representar um enorme passo na luta contra o HIV. Os cientistas do Instituto de Pesquisas Scripps relataram a criação de um anticorpo artificial, o qual, uma vez no sangue, agarra o vírus e o desativa. A molécula pode eliminar o HIV de macacos contaminados e os proteger de infecções futuras.
Não se trata de uma vacina. Ao instalar genes sintéticos nos músculos de macacos, cientistas estão reformulando os animais para resistirem à doença. Os pesquisadores também estão testando essa abordagem contra o ebola, a malária, a gripe influenza e a hepatite.
Para o principal autor do estudo, Michael Farzan, a técnica pode fornecer proteção contra doenças para as quais não há vacina eficaz.
Já está em andamento o primeiro teste em humanos dessa estratégia, chamada imunoprofilaxia por transferência de genes (IGT, na sigla em inglês). "Isso poderia revolucionar a forma de imunização contra ameaças à saúde pública no futuro", disse o médico Gary Nabel, diretor científico do laboratório Sanofi, que produz uma vasta gama de vacinas.
Os pesquisadores ainda precisam avaliar a segurança e a eficácia da IGT em seres humanos. Além disso, a perspectiva de manipular geneticamente os indivíduos para que eles resistam a doenças infecciosas pode gerar preocupações entre os pacientes.
"Vai exigir explicação", disse David Baltimore, virologista do Instituto de Tecnologia da Califórnia e ganhador do Prêmio Nobel.
Nas vacinas, agentes patogênicos enfraquecidos ou mortos são apresentados ao sistema imunológico, "ensinando-o" a produzir anticorpos. Muitas vezes, porém, elas não resultam em anticorpos eficazes. O HIV, por exemplo, tem muitas cepas, de modo que uma vacina que sirva para um tipo pode não funcionar contra outro.
Com a IGT, os cientistas isolam os genes que produzem anticorpos poderosos contra certas doenças e então sintetizam versões artificiais. Os genes são colocados em um vírus e injetados no tecido humano. Esses vírus invadem as células humanas com as suas cargas de DNA, e o gene sintético é incorporado ao DNA do destinatário. Se tudo correr bem, os novos genes instruem as células a iniciarem a produção de anticorpos poderosos.
A ideia da IGT surgiu na luta contra o vírus da Aids. Algumas pessoas desenvolvem anticorpos extremamente potentes contra o HIV. Os chamados anticorpos amplamente neutralizantes são capazes de se agarrar a muitas cepas virais, impedindo-as de contaminarem novas células. O médico Philip Johnson, do Hospital Infantil de Filadélfia e virologista da Universidade da Pensilvânia, teve uma ideia: por que não oferecer anticorpos amplamente neutralizantes a todos?
Os pesquisadores já haviam descoberto como carregar genes em vírus e como estimulá-los a invadir as células. Johnson imaginou que seria possível usar essa estratégia para introduzir um gene associado a um anticorpo potente nas células de um paciente.
Em 2009, ele e colegas anunciaram que a técnica havia funcionado numa experiência destinada a proteger macacos da contaminação pelo SIV, versão símia do HIV. Eles usaram os vírus para inserir genes poderosos nos músculos dos macacos. As células musculares então produziram os anticorpos contra o SIV. Em seguida, os cientistas contaminaram os macacos com o vírus da imunodeficiência símia, e os animais produziram anticorpos suficientes nos músculos para protegê-los de infecções. Já os macacos contaminados sem serem submetidos à terapia genética morreram.
Inspirado no sucesso de Johnson, Farzan e outros foram modificando os anticorpos do HIV para desenvolver defesas mais poderosas.
Enquanto isso, em 2011, Baltimore e seus colegas mostraram que os anticorpos inseridos em células com vírus eram capazes de proteger camundongos contra o HIV. "Contornamos o sistema imunológico em vez de tentar estimulá-lo", disse Baltimore.
Outros experimentos vêm tendo sucesso contra a malária, o ebola e várias cepas de gripe. Johnson já iniciou o primeiro teste clínico da IGT em seres humanos, para avaliar se o tratamento é seguro.
Mas não há garantia alguma de que o sucesso nos testes em animais será repetido em humanos. Os sistemas imunológicos humanos podem atacar os anticorpos artificiais ou os vírus que os carregam, destruindo a proteção esperada. Ou então as células musculares podem produzir anticorpos demais, porque eles não possuem a mesma regulação própria das células imunológicas.
Farzan também investiga interruptores moleculares que sejam capazes de desligar a produção de anticorpos ou de ajustar sua dose. "Se quisermos ver isso florescer, precisamos desses interruptores."





Tipo de vírus mais antigo da dengue puxa surto
21/03/2015 - Folha de S.Paulo


Levantamento do Ministério da Saúde mostra que, em 2015, a dengue predominante no país, que vive nova preocupação com a doença, é a do tipo 1, mais antigo.
Neste ano, esse sorotipo do vírus foi detectado em 88% das amostras analisadas no país; o tipo 4, em 11%, e o tipo 2, em 1%, segundo a pasta. O tipo 3 ainda não foi detectado. Os dados podem sofrer variações por município.
Para especialistas, os números podem ajudar a explicar a atual explosão da doença em São Paulo. Até a última semana, o Estado respondia por 55% dos casos no país.
Quando uma pessoa é infectada por um tipo de vírus da dengue, ela só pode ser contaminada novamente por um dos outros três sorotipos --são quatro, ao todo.
A maioria das cidades paulistas que hoje enfrenta a doença tinha tido poucos casos do vírus tipo 1 em anos anteriores, segundo Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças do Estado.
"O vírus chega aqui e pega uma população suscetível, o que outras regiões já tiveram dez anos atrás. Isso fez com que a epidemia se deslocasse", afirma Boulos.
O coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, tem opinião semelhante.
"A ocorrência de epidemias está associada, dentre outros fatores, à circulação ou recirculação de um dos vírus em áreas onde uma parcela da população não tem imunidade."

EPIDEMIA

Há dois anos, a circulação de um sorotipo de vírus até então desconhecido em vários Estados, o tipo 4, culminou em epidemia no país.
Mas a mudança nos tipos do vírus da doença não é o único fator que explica o aumento de casos neste ano, segundo especialistas.
Esper Kallás, da Faculdade de Medicina da USP, atribui o cenário atual a uma associação entre fatores climáticos, como o retorno das chuvas, e falhas no controle do mosquito transmissor.
Alguns especialistas avaliam que a crise hídrica em algumas regiões do país também pode ter colaborado com a alta de casos --por incentivar o armazenamento de água em recipientes como baldes, por exemplo.
Para Boulos, no entanto, essa não é a causa principal. "Estamos tendo muito mais dengue em regiões [de SP] que têm água. É um dos agravantes, mas não o fator mais importante", diz.





Projeto científico da Apple sofre críticas metodológicas
21/03/2015 - Folha de S.Paulo


Com a promessa de "revolucionar os estudos em saúde" e "transformar a medicina para sempre", a Apple lançou, na semana passada, a plataforma ResearchKit, que permite a criação de aplicativos para a coleta de dados científicos por meio de um iPhone.
Até agora, cinco aplicativos já foram lançados graças a plataforma, todos nos Estados Unidos. Desenvolvidos em parceria com centros de pesquisa, eles vão investigar sobre doenças cardiovasculares, asma, diabetes, Parkinson e câncer de mama.
Vários pesquisadores, porém, fazem ressaltas quanto à representatividade da amostra e quanto à questão da privacidade dos usuários.
Os usuários que aceitarem fazer parte dos estudos devem alimentar os aplicativos com informações sobre o estilo de vida, além de responder perguntas e, em alguns casos, fazer testes. Os dados serão transferidos aos pesquisadores.
Na Universidade Stanford, Califórnia, o lançamento do aplicativo MyHeart Counts foi considerado um sucesso. Em onze dias, 30 mil pessoas já se inscreveram para serem voluntárias de um estudo sobre saúde cardiovascular e atividade física.
"É um recorde mundial de participação em tão pouco tempo", disse à Folha Alan Yeung, cardiologista e pesquisador da universidade.
Stanley Shaw, pesquisador do Massachusetts General Hospital e um dos idealizadores do GlucoSuccess, para o estudo da diabetes, acredita que a pesquisa via iPhone vai democratizar o acesso da população à ciência e propiciar trabalhos mais detalhados.
"Tradicionalmente, coletamos dados com questionários de dez páginas, com perguntas do tipo, 'Quantas vezes você toma leite durante a semana?' Com o aplicativo, podemos ter cada refeição documentada", afirma.
Em pouco mais de uma semana, 4.000 pessoas se inscreveram. "Podemos criar um banco de dados sem precedentes sobre estilo de vida e controle da glicose", afirma Shaw.
A Apple ajudou no desenvolvimento desses primeiros aplicativos. Mas agora, como o ResearchKit tem uma estrutura de software de código aberto, qualquer cientista pode criar uma aplicação. Ainda não há previsão de trabalhos no Brasil.

CONTROVÉRSIAS

Apesar de possibilitar a participação de mais pessoas em uma pesquisa, a amostra de usuários de iPhone não seria representativa da população, segundo o médico epidemiologista Cesar Victora, professor emérito da Universidade Federal de Pelotas e professor visitante nas universidades de Harvard e de Oxford.
"É uma amostra enviesada, composta de pessoas mais ricas, que têm iPhone, e mais jovens, que gostam de usar aplicativos. Em termos científicos é uma amostra completamente furada", afirma.
Para Carolina Mendes Franco, especialista em bioética do Núcleo de Inovação Tecnológica da Escola Nacional de Saúde Pública, a ferramenta deve ser usada com cautela.
"Não se pode deixar de lado a segurança que os estudos científicos têm hoje. O aplicativo tem que passar por um comitê de ética, o participante deve ter consciência do termo de consentimento e saber o que serão feitos com as suas informações", afirma.
A Apple garante que os dados dos usuários ficam ocultos e são preservados. "As mesmas críticas ao estudo com um aplicativo podem ser feitas a qualquer pesquisa. Em um estudo tradicional os participantes são selecionados geograficamente, têm recursos para vir a um centro de pesquisas e também não representam a população em geral", diz Ray Dorsey, da Universidade de Rochester, um dos idealizadores do mPower. Segundo ele, há uma preocupação em tornar o aplicativo mais acessível.
Para Alexandre Chiavegatto Filho, professor de estatísticas de saúde da Universidade de São Paulo, a pesquisa com aplicativos e dispositivos móveis é uma tendência sem volta.
"Isso tem tudo para ser o grande motor da ciência no século 21. É claro que vão ocorrer escândalos de privacidade e outras polêmicas. Mas temos que conscientizar as pessoas dos benefícios, apesar dos problemas. O uso do 'big data' na saúde vai poupar dinheiro e melhorar a qualidade dos estudos."




Acidentes matam mais do que Aids e câncer cerebral, dizem pesquisas
21/03/2015 - Folha de S.Paulo


Em todo o mundo, os acidentes de carro matam mais pessoas que a Aids. Quase três vezes mais pessoas morrem em quedas que de câncer cerebral. Os afogamentos resultam em mais mortes que as mortes maternas no parto. Incêndios e ingestão de substâncias tóxicas fazem muito mais vítimas fatais que os desastres naturais.
Em 2013, 3,5 milhões de pessoas morreram de ferimentos e lesões acidentais.
Apenas as doenças cardíacas e os acidentes vasculares cerebrais deixaram mais mortos.
Publicados no ano passado no periódico médico britânico "The Lancet", esses números são do estudo "O Ônus Global das Doenças", colaboração internacional chefiada pelo Instituto de Métrica e Avaliação de Saúde, da Universidade de Washington. O estudo registrou os números totais de vítimas de 240 causas de morte de homens e mulheres de 20 grupos etários, em 188 países.
Olhando por baixo dos resultados do topo da lista, percebem-se variações grandes entre países que são pares econômicos. Isso significa que alguns países descobriram uma maneira melhor de reduzir as mortes acidentais –e que outros países talvez possam seguir seu exemplo.
Na França e na Espanha, segundo o estudo, a proporção de mortos em acidentes nos transportes é aproximadamente a mesma, mas os franceses têm duas vezes mais chances de morrer de quedas. No Reino Unido e nos Estados Unidos as mortes por quedas são quase equivalentes, mas os americanos têm probabilidade duas vezes maior de morrer pela ingestão de substâncias tóxicas. Por quê?
Se a Rússia seguisse o exemplo do Brasil, poderia reduzir em 80% as mortes per capita em incêndios. Se a Índia emulasse a China, reduziria em 30% suas mortes per capita por afogamento. Como? O estudo não oferece respostas diretas a essas perguntas, mas deixa claro onde começar a procurar as melhores práticas a serem emuladas.
Os líderes de saúde pública em todo o mundo frequentemente ignoram lesões e ferimentos como fatores de risco à saúde. Considere-se o caso do afogamento. Há décadas ele é uma das 20 maiores causas de morte no mundo, mas foi apenas em novembro de 2014 que a Organização Mundial de Saúde divulgou seu primeiro relatório sobre afogamentos.
As estratégias de prevenção incluem o ensino de natação, o fechamento do acesso a rios e lagos e a formação de profissionais médicos de atendimento emergencial. As mortes por afogamento também tendem a diminuir quando os países se urbanizam e quando a renda e o nível de instrução crescem.
A China, que se urbanizou e também lançou programas de prevenção, viu suas mortes por afogamento cair de 190 mil em 1990 para 64 mil em 2013, segundo o estudo. Na Índia, porém, as mortes por afogamento se mantiveram praticamente iguais, caindo apenas de estimadas 91 mil para 88 mil no mesmo período.
O epidemiologista David Meddings, editor executivo do relatório da OMS, observou que os avanços na China podem em parte refletir mudanças no modo como as mortes são registradas, mas que mesmo assim a melhora é importante. "Não sei por que, na Índia houve desenvolvimento econômico, mas os afogamentos não declinaram", disse.
Os avanços na redução das 237 mil mortes mundiais anuais pelo fogo são igualmente variáveis. Faz sentido que mais russos que brasileiros morram em incêndios: a Rússia tem invernos rigorosos, e muitos incêndios são provocados por aquecedores. Mas o clima não explica por que o índice de mortes pelo fogo tenha caído pela metade no Brasil entre 1990 e 2013, segundo cifras do relatório, enquanto na Rússia não caiu nada.
Para Vasiliy Vlassov, da Escola Superior de Economia da Universidade Nacional de Pesquisas, em Moscou, quando os responsáveis políticos veem os dados mais amplos e as medidas tomadas por outros países, é mais provável que tomem as iniciativas apropriadas."Por exemplo", disse, "uma legislação muito rígida foi adotada na Rússia há dois anos em relação ao cigarro. O fumo em locais públicos praticamente desapareceu."




Anticorpo artificial pode eliminar vírus HIV de macacos contaminados
21/03/2015 - Folha de S.Paulo


Pesquisadores anunciaram no mês passado algo que pode vir a representar um enorme passo na luta contra o HIV.
Os cientistas do Instituto de Pesquisas Scripps relataram a criação de um anticorpo artificial, o qual, uma vez no sangue, agarra o vírus e o desativa. A molécula pode eliminar o HIV de macacos contaminados e os proteger de infecções futuras.
Não se trata de uma vacina. Ao instalar genes sintéticos nos músculos de macacos, cientistas estão reformulando os animais para resistirem à doença. Os pesquisadores também estão testando essa abordagem contra o ebola, a malária, a gripe influenza e a hepatite.
Para o principal autor do estudo, Michael Farzan, a técnica pode fornecer proteção contra doenças para as quais não há vacina eficaz.
Já está em andamento o primeiro teste em humanos dessa estratégia, chamada imunoprofilaxia por transferência de genes (IGT, na sigla em inglês).
"Isso poderia revolucionar a forma de imunização contra ameaças à saúde pública no futuro", disse o médico Gary Nabel, diretor científico do laboratório Sanofi, que produz uma vasta gama de vacinas.
Os pesquisadores ainda precisam avaliar a segurança e a eficácia da IGT em seres humanos. Além disso, a perspectiva de manipular geneticamente os indivíduos para que eles resistam a doenças infecciosas pode gerar preocupações entre os pacientes.
"Vai exigir explicação", disse David Baltimore, virologista do Instituto de Tecnologia da Califórnia e ganhador do Prêmio Nobel.
Nas vacinas, agentes patogênicos enfraquecidos ou mortos são apresentados ao sistema imunológico, "ensinando-o" a produzir anticorpos. Muitas vezes, porém, elas não resultam em anticorpos eficazes. O HIV, por exemplo, tem muitas cepas, de modo que uma vacina que sirva para um tipo pode não funcionar contra outro.
Com a IGT, os cientistas isolam os genes que produzem anticorpos poderosos contra certas doenças e então sintetizam versões artificiais.
Os genes são colocados em um vírus e injetados no tecido humano. Esses vírus invadem as células humanas com as suas cargas de DNA, e o gene sintético é incorporado ao DNA do destinatário. Se tudo correr bem, os novos genes instruem as células a iniciarem a produção de anticorpos poderosos.
A ideia da IGT surgiu na luta contra o vírus da Aids. Algumas pessoas desenvolvem anticorpos extremamente potentes contra o HIV.
Os chamados anticorpos amplamente neutralizantes são capazes de se agarrar a muitas cepas virais, impedindo-as de contaminarem novas células. O médico Philip Johnson, do Hospital Infantil de Filadélfia e virologista da Universidade da Pensilvânia, teve uma ideia: por que não oferecer anticorpos amplamente neutralizantes a todos?
Os pesquisadores já haviam descoberto como carregar genes em vírus e como estimulá-los a invadir as células. Johnson imaginou que seria possível usar essa estratégia para introduzir um gene associado a um anticorpo potente nas células de um paciente.
Em 2009, ele e colegas anunciaram que a técnica havia funcionado numa experiência destinada a proteger macacos da contaminação pelo SIV, versão símia do HIV.
Eles usaram os vírus para inserir genes poderosos nos músculos dos macacos. As células musculares então produziram os anticorpos contra o SIV. Em seguida, os cientistas contaminaram os macacos com o vírus da imunodeficiência símia, e os animais produziram anticorpos suficientes nos músculos para protegê-los de infecções. Já os macacos contaminados sem serem submetidos à terapia genética morreram.
Inspirado no sucesso de Johnson, Farzan e outros foram modificando os anticorpos do HIV para desenvolver defesas mais poderosas.
Enquanto isso, em 2011, Baltimore e seus colegas mostraram que os anticorpos inseridos em células com vírus eram capazes de proteger camundongos contra o HIV. "Contornamos o sistema imunológico em vez de tentar estimulá-lo", disse Baltimore.
Outros experimentos vêm tendo sucesso contra a malária, o ebola e várias cepas de gripe. Johnson já iniciou o primeiro teste clínico da IGT em seres humanos, para avaliar se o tratamento é seguro.
Mas não há garantia alguma de que o sucesso nos testes em animais será repetido em humanos. Os sistemas imunológicos humanos podem atacar os anticorpos artificiais ou os vírus que os carregam, destruindo a proteção esperada. Ou então as células musculares podem produzir anticorpos demais, porque eles não possuem a mesma regulação própria das células imunológicas.
Farzan também investiga interruptores moleculares que sejam capazes de desligar a produção de anticorpos ou de ajustar sua dose. "Se quisermos ver isso florescer, precisamos desses interruptores."




Saúde



Quadrilhas visam hospitais
23/03/2015 - Folha de S.Paulo


A Abimo, associação que reúne o setor de equipamentos médicos e hospitalares, estima que 40% dos aparelhos de videolaparoscopia e endoscopia para exames e cirurgias minimamente invasivas no Brasil sejam ilegais.
Desses, 70% seriam de contrabando e 30%, de pirataria, diz Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Abimo. O mercado movimenta R$ 250 milhões por ano.
O valor agregado é o que tornou os aparelhos alvo de quadrilhas. Um equipamento importado novo custa R$ 280 mil em revendedoras brasileiras autorizadas (nos EUA, o valor cai para metade).
Os fabricados no Brasil saem por cerca de R$ 120 mil. Já os contrabandeados são vendidos por R$ 80 mil.
Ainda não está clara a forma como agem os contrabandistas e como esses produtos chegam às clínicas e hospitais brasileiros. A suspeita é que grande parte seja comprada nos EUA, em leilões de equipamentos usados ou recondicionados.
No Brasil, a Anvisa proíbe o comércio de equipamentos usados, mas autoriza os recondicionados (com a garantia do fabricante original das características de segurança).
A suspeita da Abimo e de outros dois fabricantes nacionais, que preferem não se identificar por temerem represálias, é que muitos equipamentos cheguem ilegalmente ao Brasil desmontados, em contêineres.
Em operações da Polícia Federal, já foram apreendidos aparelhos laparoscópicos, desmontados, em bagagens de passageiros que desembarcaram em Cumbica, vindos de Miami (EUA).
No Brasil, os principais compradores são médicos, hospitais e clínicas. "Eles sabem da ilegalidade e dos riscos a que submetem seus pacientes", afirma Fraccaro.
SEM GARANTIA
Entre os possíveis problemas de um aparelho contrabandeado está a falta de garantia de qualidade e segurança --eles podem provocar desde imprecisões no exame até mesmo infecções e queimaduras causadas por falta de manutenção adequada.
Em muitos hospitais, são frequentes situações que favorecem o uso de equipamentos contrabandeados.
Esses aparelhos, em geral, pertencem às equipes médicas, que os utilizam em procedimentos como cirurgias ortopédicas e ginecológicas, e os hospitais não têm como praxe cobrar dessas equipes documentos atestando a procedência do equipamento.
A Folha apurou que não é incomum profissionais "ganharem" do distribuidor o aparelho em troca de virar cliente exclusivo de peças como pinças e tesouras.
"Nos hospitais de referência, que passam por acreditações, isso é mais difícil. É um expediente que pode ocorrer em instituições menores", afirma Francisco Balestrin, presidente da Anahp (associação de hospitais privados).
Segundo informações do Cnes (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), haveria ao todo 3.835 equipamentos de videolaparoscopia em uso no Brasil. O setor estima ao menos o triplo disso.



BB resiste a socorrer plano de saúde de funcionários.
23/03/2015 - Valor EconômicoJornalista: Alex Ribeiro


O plano de saúde dos funcionários do Banco do Brasil, administrado pela Cassi, enfrenta uma grave crise financeira que poderá consumir ainda neste ano as suas reservas livres, de R$ 400 milhões. Se o desequilíbrio não for equacionado, o plano corre o risco de uma eventual intervenção pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O Banco do Brasil, que patrocina o plano com uma contribuição equivalente a 4,5% da folha de pagamento de salários, diz que não vai colocar nenhum centavo adicional. Nas negociações com os funcionários, o BB tem insistido em soluções que lidem com o problema pelo lado do gasto. Ou no aumento das contribuições dos funcionários, que atualmente é de 3% do salário.
Cada eventual aumento de 1% na contribuição do Banco do Brasil à Cassi obrigaria a instituição a fazer uma provisão adicional de R$ 1,3 bilhão em seu balanço. A provisão é obrigatória para cobrir as despesas futuras com o plano de saúde dos funcionários aposentados.
O plano registra déficit porque, nos últimos anos, os custos da saúde aumentaram bem acima da inflação, enquanto as contribuições do BB e dos funcionários subiram menos por estarem ligadas à evolução dos salários.
As várias associações e sindicatos que representam os funcionários ainda estão discutindo entre si para fechar uma proposta comum. Entre eles, há muitos que defendem que o BB cubra o déficit sozinho. Uma parte concorda em aumentar a contribuição dos funcionários, desde que o BB acompanhe. Uma parcela menor dos funcionários aceita discutir pontos como uma maior coparticipação dos associados em alguns procedimentos médicos. Os funcionários são quase todos contra o corte de coberturas.
O BB diz que, em 2007, aceitou aumentar sua contribuição de 3% para 4,5% do salário de todos os funcionários, mas em contrapartida foi incluído um artigo no estatuto da Cassi afirmando expressamente que sua responsabilidade é limitada a esse percentual. Hoje, o BB tem R$ 5,8 bilhões provisionados em balanço para cobrir custos de funcionários que se aposentarem.
"A obrigação do BB está definida estatutariamente", disse Carlos Neri, diretor de relacionamento com entidades patrocinadas do Banco do Brasil. "Não há nada que nos obrigue a aumentar nossa contribuição ou a cobrir os déficits."
Segundo Douglas Scortegagna, ex-diretor de saúde da Cassi, eleito pelos funcionários, "o BB tem dito que não vai colocar mais recursos, mas é bem provável que reveja essa posição, dependendo da proposta dos funcionários".
Para Fernando Amaral, vice-presidente de relações institucionais da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb), "talvez a saída seja um aporte de recursos que não obrigue o BB a fazer provisionamentos em balanço".
Os problemas financeiros se restringem ao plano da Cassi para os funcionários ativos e aposentados do BB, chamado Plano de Associados, que atende 400 mil pessoas. A Cassi administra um outro plano, o Cassi Família, voltado para familiares até terceiro grau dos funcionários, com outras 400 mil pessoas. Nesse caso, a situação é confortável porque as mensalidades do plano são reajustadas de acordo com os custos de mercado e variam segundo o perfil dos associados.
A proposta de orçamento do Plano de Associados deste ano foi rejeitada pelos representantes do BB na administração da Cassi porque projetava um déficit de R$ 250 milhões. Simulações atuariais indicam o risco de o resultado negativo ser maior do que isso, consumindo as reservas ainda neste ano. Isso configuraria um estado de insolvência, deixando o plano exposto a uma intervenção pela ANS.
Sem orçamento, o plano opera em regime de contingenciamento, que autoriza apenas pagamentos essenciais. "Colocamos mais de 17 propostas na mesa para resolver o desequilíbrio", diz Neri.
Entre os pontos mais polêmicos estão programas como o fornecimento de medicamento, cuidados especiais a doentes crônicos e programas antitabagista. O BB tem dito que alguns programas custam caro, estão fora dos padrões atuais do mercado e atendem uma parcela relativamente menor dos associados. Os funcionários, porém, de forma geral, acham que esses programas preventivos reduzem os custos totais do sistema.
A Cassi tem uma gestão compartilhada, na qual o BB indica o presidente, o diretor de finanças e o de administração. Os representantes eleitos pelos funcionários ocupam três outras cadeiras, responsáveis por administração dos planos e contato direto com os associados. As decisões são tomadas por consenso. Ao contrário da Previ, o fundo de pensão da instituição, o BB não tem voto de minerva.






Mercado de seguros específicos para médicos está em alta
22/03/2015 - O Estado de S.Paulo


O número crescente de processos judiciais contra médicos acusados de erros no atendimento tem aquecido o mercado de seguros de responsabilidade civil profissional também no setor de saúde.
Comum nos Estados Unidos, o serviço já é oferecido por dezenas de seguradoras brasileiras.
No caso dos médicos, garante a cobertura financeira se houver condenações judiciais em virtude de danos materiais provocados por um procedimento feito pelo profissional.
Na seguradora Mapfre, por exemplo, o número de seguros vendidos para profissionais de saúde cresceu 40% entre 2012 e 2014. Há três anos, foram registrados 9.281 serviços do tipo,incluindo apólices vendidas para médicos, dentistas, veterinários, fisioterapeutas, farmacêuticos e enfermeiros.No ano passado, esse número passou para 13.052.
No caso da Mapfre, a apólice cobre o valor da condenação ou do acordo extra judicial feito entre o profissional e a vítima até o limite da garantia contratada, que pode chegar a R$ 600 mil.
De olho no mercado promissor, a Seguros Unimed passou a vender o seguro de responsabilidade civil profissional no ano passado.“Já somos a quinta empresa de um ranking de 22 companhias que atuam no ramo de responsabilidade civil profissional.
Comparando a nossa performance com a de outras dez seguradoras que trabalham especificamente com a área médica, já ocupamos o segundo lugar”, comemorou Marcelo Romano,superintendente de seguros patrimoniais da Seguros Unimed.
A empresa não quis informar o número de apólices vendidas em seu primeiro ano de atuação na área. Outras grandes seguradoras, como Porto Seguro e Ace,também estão nesse mercado específico.
Polêmica. Embora em crescimento, o serviço não tem o apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM). “A relação médico-paciente tem de ser construída com base na confiança. Contratar um seguro contra erros vai fazer o médico ficar sempre na defensiva”, disse José Fernando Vinagre, corregedor do órgão.
O advogado Julius Conforti, especializado em direito da saúde, ressalta que os pacientes devem ter evidências do erro antes de entrar com qualquer ação. “Sempre recomendo que as pessoas que imaginam ter sido vítimas de um erro reúnam todas as provas possíveis, como prontuário médico, exames, receitas.
É importante que todos os documentos sejam previamente avaliados por outro médico,a fim de que se tenha certeza de que aquele resultado insatisfatório ou indesejado realmente decorreu de uma falha profissional”, explicou.



DEM entra com ação contra o Mais Médicos
21/03/2015 - O Estado de S.Paulo


O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) apresentou ontem uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) em que pede a apuração de irregularidades no Mais Médicos e,caso elas sejam comprovadas, a responsabilização dos gestores e o ressarcimento da verba gasta com o programa federal.
No documento enviado à Procuradoria, o oposicionista cita uma gravação veiculada no Jornal da Band, no dia 17, como prova, segundo ele, de que integrantes do governo brasileiro e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) agiram com a “finalidade central do programa de financiar a ditadura cubana”.
O oposicionista aponta como irregularidade “a divisão do salárioentremédicose o governo de Cuba”. Um dos objetivos da apuração, segundo o senador,é saber se os recursos repassados a Cuba voltaram ao Brasil como caixa 2 de campanha eleitoral.
O senador Caiado afirma que o foco da representação é a gestão do ex-ministro Alexandre Padilha, que iniciou o programa.
A assessoria da Liderança do DEM no Senado divulgou que também são alvo da representação o atual ministro, Arthur Chioro, assessores da pasta, a coordenadora do Mais Médicos na Opas, Maria Alice Fortunato, e o assessor internacional da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia. “Os membros do governo são citados ou participaram da gravação feita em reunião no ministério”, afirma a assessoria.




Cuba ameaça cassar diploma de médico com parentes no Brasil
21/03/2015 - Folha de S.Paulo


O governo de Cuba está ameaçando cassar o diploma de profissionais do Mais Médicos que insistirem em manter seus familiares no Brasil. O programa é bandeira da presidente Dilma Rousseff.
Outra forma de pressão tem sido reter em Cuba o médico que sai de férias (e que precisa obrigatoriamente gozá-las na ilha). Ele só poderá retornar ao Brasil se, antes, o parente voltar para a ilha.
Há uma semana, a Folha revelou que o governo cubano ameaçava seus médicos de excluí-los do programa e substituí-los por outros.
Até dezembro, dos 14.462 profissionais trabalhando no Mais Médicos, 11.429--quase 80%-- eram cubanos. Não há estimativa de quantos estão com as famílias no Brasil.
A Folha contabilizou pelo menos 30 casos nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste.
Os médicos cubanos dizem que, quando assinaram o contrato para o Mais Médicos, foram informados que poderiam viver com suas famílias no Brasil. O artigo 18 do programa prevê a vinda de dependentes dos profissionais.

FÉRIAS

O governo brasileiro concede aos familiares dos médicos cubanos visto de permanência de 36 meses --mesmo tempo dado a eles.
Emissários do governo cubano têm dito aos médicos que o contrato prevê visitas, não moradia. Mas, como o documento não estipula prazo para as visitas, isso abriu brecha para que se estendam.
Segundo os médicos, já existem profissionais retidos na ilha. "Temos uma colega que trabalha em Rondônia que saiu de férias e seu marido ficou [no Brasil]. Ela tinha que ter regressado no início de março, mas o governo não deixa enquanto o marido não voltar para Cuba", relatou um deles, que atua no Norte.
Outra médica, que atua no Estado de São Paulo, sofre por antecipação. Tem que sair de férias em abril, mas o marido (empregado numa fábrica) e a filha (matriculada em escola) ficarão no Brasil.
"Estamos cada dia mais acuados. Não quero que minha família volte, mas, se eu perder meu diploma, não sei como vai ser", afirma ela.

DESERÇÕES

Em reuniões com os médicos no Brasil, representantes do governo cubano têm dito que a medida é para prevenir eventuais deserções, o que já ocorre na Venezuela.
Entre setembro de 2013 e o mesmo mês de 2014, mais de 700 médicos enviados por Havana para trabalhar na Venezuela desertaram, segundo a ONG americana SSF (Solidariedade Sem Fronteiras).
Até 2013, a média anual de deserções naquele país --onde atuam cerca de 30 mil médicos cubanos-- era de 300.
Segundo o presidente da SSF, Julio César Alfonso, as principais causas de deserção na Venezuela são a crise econômica e a falta de segurança no país, onde morreram quase 70 médicos cubanos nos últimos anos.
Desde 2006, os EUA receberam 8.000 médicos cubanos, de acordo com Alfonso.




Três fatos pouco conhecidos sobre o fumo
23/03/2015 - O Globo

O Atlas do Tabaco, produzido pela American Cancer Society, mostra os impactos da indústria tabagista no mundo

Consumo ainda é crescente

Apesar de o fumo matar 6 milhões de pessoas a cada ano, o consumo do tabaco ainda é crescente, de acordo com a nova edição do Atlas do Tabaco, um relatório da American Câncer Society e da Fundação Mundial do Pulmão. As pessoas têm fumado cada vez menos nas últimas décadas na Europa e nas Américas, mas a melhoria foi compensada pelo crescimento do consumo na China. Mais de 5,8 trilhões de cigarros foram consumidos no mundo no ano passado.

Doenças vão além do câncer de pulmão

O câncer de pulmão mata mais de um milhão de fumantes em todo o mundo a cada ano. No entanto, esta é apenas uma das muitas doenças relacionadas ao tabaco que podem matar. Derrame cerebral, ataque cardíaco, bronquite e enfisema também entram nessa lista nada agradável. Além disso, mesmo que o fumante não tenha uma doença causada pelo tabaco, o fumo ainda contribui para reduzir as chances de sobreviver a outros males.

Campanhas e leis são eficientes

3A combinação de regulamentação e sensibilização do público pode diminuir a recorrência do tabagismo. Aumentos de impostos, por exemplo, fazem crescer as chances de os fumantes abandonarem o hábito. Outros esforços, como a proibição do fumo em locais públicos e restrições à publicidade, também registram sucesso, dizem os autores do atlas. Em Nova York, onde foram adotadas essas práticas, a prevalência do tabagismo diminuiu em um terço.





Sindicatos rejeitam proposta da Santa Casa e há risco de greve
23/03/2015 - O Estado de S.Paulo


Instituição sugeriu pagar salários e benefícios em atraso a partir de agosto; trabalhadores vão exigir quitação imediata
Os sindicatos que representam médicos,enfermeiros e demais profissionais da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo decidiram ontem não aceitar a proposta da entidade de pagar salários e benefícios atrasados somente a partir do mês de agosto e de forma parcelada.
Com a decisão, os trabalhadores podem entrar em greve na semana que vem.
Parte dos cerca de 7 mil funcionários do complexo hospitalar não recebeu a remuneração de novembro do ano passado e nenhuma das duas parcelas do 13.º salário. Depois disso, várias audiências de conciliação foram realizadas na Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego em São Paulo, sem que a Santa Casa apresentasse uma solução. Em grave crise financeira, a entidade tem déficit superiora R$400 milhões.
Em audiência realizada anteontem, a direção da instituição propôs que os débitos trabalhistas, que somam cerca de R$ 46 milhões, fossem pagos em 36 parcelas, a partir de agosto. De acordo com a proposta, os acertos só seriam feitos antes se a Santa Casa conseguisse vender um imóvel avaliado em R$ 60 milhões na Avenida Paulista, região central de São Paulo. A Santa Casa propôs até que fosse criada uma comissão com representantes sindicais para acompanhar as negociações para venda do imóvel e garantir que o dinheiro fosse usado no pagamento dos salários atrasados.
Sindicatos que representam as três categorias atuantes no complexo hospitalar fizeram assembleias ontem para discutira proposta e decidiram rejeitá-la.
A realização da greve não foi votada imediatamente porque uma nova audiência de conciliação foi agendada para a próxima quarta-feira, para que os trabalhadores apresentem uma contraproposta à direção da entidade.
Quitação. Os sindicatos decidiram que vão exigir que os débitos sejam quitados de forma imediata, uma vez que o atraso nos pagamentos chega a quase quatro meses. Caso a Santa Casa não sinalize que quitará as dívidas, os sindicatos planejam votar na quinta-feira a realização de uma greve.
A data de início da paralisação será decidida somente na assembleia dos trabalhadores.
Procurada pelo Estado, a assessoria da Santa Casa informou que não se pronunciaria sobre a decisão dos sindicatos.




Ondera
22/03/2015 - O Estado de S.Paulo


A Onodera Estética contratou Sérgio Coelho (ex-Grupo Andare, Imbra, Novartis, Natura, Abbot e J&J) como seu diretor de Operações e Expansão.




Plantão Médico: Sem mosquito, a dengue acaba
21/03/2015 - Folha de S.Paulo
Colunista: JULIO ABRAMCZYK


Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a incidência global da dengue aumentou dramaticamente nas últimas décadas.
E a prevenção e controle da doença depende unicamente de medidas efetivas de controle do seu transmissor, o Aedes aegypti.
Como ainda não existe uma vacina para a dengue, o controle desse mosquito é a principal forma para evitar a doença. Ela não é transmitida de pessoa a pessoa.
Reportagem de Nicolas Iory na Folha, publicada na quinta-feira (19), mostrou a resistência e a falta de colaboração de alguns moradores aos agentes de saúde da Prefeitura de São Paulo. Eles são encarregados de localizar e destruir criadouros de larvas dos mosquitos nos quintais das casas.
O mesmo problema foi enfrentado por autoridades sanitárias de Cingapura durante epidemia de dengue na década de 60.
Multas não surtiram efeito naquele país. O sucesso no controle da dengue somente foi alcançado depois de motivar a população a colaborar no combate ao mosquito.
Atualmente, é alto o índice de infestação pelo mosquito em muitas cidades do Brasil, com o consequente aumento do número de casos de dengue no país.
A população precisa acreditar que esses mosquitos estão em suas casas. Ao ajudar a impedir a sua reprodução, irão prevenir a disseminação da dengue e evitar que a doença alcance sua família e seus vizinhos.




Em 4 anos, número de processos por erro médico cresce 140% no STJ
22/03/2015 - O Estado de S.Paulo



Fernanda passou a ter dores crônicas após receber uma injeção de medicamento que deveria ter servido para aliviar seu desconforto. Elisia perdeu 20 quilos ao passar por cinco meses de uma quimioterapia desnecessária. João viu a mulher de 36 anos morrer após uma cirurgia para a retirada de um mioma. Os quadros clínicos são diferentes, mas dividem um drama: o erro médico, problema cada vez mais denunciado em conselhos de medicina e também na Justiça.
Em quatro anos, o número de processos movidos por erro médico que chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) cresceu 140%. Dados obtidos com exclusividade pelo Estado mostram que, em 2010, foram 260 ações encaminhadas à corte sobre o tema. No ano passado, foram 626 processos. São casos já julgados nos tribunais estaduais que passam para a esfera superior quando uma das partes entra com recurso.
No mesmo período, 18 médicos tiveram seus registros cassados e outros 625 receberam outros tipos de punições do Conselho Federal de Medicina (CFM) por agir com imprudência, imperícia ou negligência, práticas que caracterizam o erro médico.
Para especialistas em direito à saúde, o aumento de casos de erros médicos reportados à Justiça está relacionado com a baixa preocupação de alguns profissionais e unidades de saúde com a qualidade do serviço prestado.
“O número de clientes de planos de saúde vem aumentando,mas a qualidade,não.Há médicos que têm de atender com cronômetro, fazer várias cirurgias no mesmo dia. É óbvio que, dessa forma, os erros começam a se tornar mais frequentes”, diz a advogada Renata Vilhena.
Problemas estruturais dos hospitais, falta de mão de obra, baixa remuneração e longas jornadas de trabalho são apontados pelo advogado Julius Conforti também como causas de falhas no atendimento médico.
“Outro fator importante que explica esse aumento do número de ações judiciais é a quantidade alucinante de cirurgias plásticas realizadas no Brasil”, diz.
Corregedor do CFM,José Fernando Vinagre admite que há problemas na qualidade do serviço prestado e nas condições de trabalho oferecidas aos médicos, mas destaca também o peso da má formação nos casos de erro. “As faculdades têm sido abertas sem critérios técnicos, sem a certeza de que vão oferecer aos alunos um ensino adequado”, diz ele.
Sofrimento. Pouco depois de se formarem Medicina,Fernanda Ferrairo, de 27 anos, foi vítima de um erro dos colegas. Em 2010, ela fraturou o cóccix ao cair da escada em casa. Passou por cinco cirurgias, mas as dores não cessaram.
Em 2012, seu médico, que integra o corpo clínico de um dos principais hospitais particulares de São Paulo, sugeriu testar uma técnica de implantação de um cateter na região da coluna para a aplicação de medicação para aliviar a dor.
“O problema é que a dor só aumentou depois do procedimento.
Comecei a estudar por conta própria. Cheguei à conclusão de que tinha desenvolvido uma aracnoidite adesiva, doença geralmente causada por um erro médico. Na maioria dos casos, ela ocorre quando a membrana que protege a coluna é perfurada ou recebe corticoide exatamente durante a aplicação de medicamento que eu tinha recebido”, diz.
O diagnóstico foi confirmado posteriormente por exames, mas os médicos de Fernanda deixaram de atender seus telefonemas.
“Gastei muito dinheiro em um dos maiores especialistas do Brasil. Cansei de ver atores globais no consultório dele.
Tudo isso para destruir minha carreira e minha vida. Deixei de trabalhar, de praticar atividades físicas por causa das dores”, diz ela, que reúne informações e provas para entrar na Justiça contra os profissionais.




Sem cobertura pelo SUS, grávida busca tratamento para seu bebê
22/03/2015 - Folha de S.Paulo


A manifestação do domingo (15) foi a primeira de Rosa Corrêa, 23, grávida de cinco meses de Davi.
Uma semana antes do protesto, ela recebeu a notícia de que o feto tem espinha bífida, uma rara má-formação na coluna vertebral do bebê. Nos casos mais graves, o problema pode causar hidrocefalia.
A única cura é uma cirurgia feita ainda no útero, mas é considerada um tratamento experimental, sem cobertura pelo SUS. A operação custa em torno de R$ 30 mil, segundo Rosa.
Mestranda em engenharia mecânica, ela não tem como bancar o procedimento. Nem o marido, que ganha dois salários mínimos.
Foi para pedir a ampliação do atendimento à saúde que ela foi às ruas. "Isso está acontecendo comigo, mas podia ser com qualquer outra pessoa", avalia.
A pesquisadora, que anulou o voto para presidente na última eleição, já confirmou presença no próximo protesto. "Só haverá resultado se os atos continuarem", diz.





Tipo mais antigo da doença é o predominante
21/03/2015 - Folha de S.Paulo


Levantamento do Ministério da Saúde mostra que, em 2015, o tipo da dengue predominante no país, que vive nova preocupação com a doença, é o tipo 1, mais antigo.
Neste ano, esse sorotipo do vírus foi detectado em 88% das amostras analisadas no país; o tipo 4, em 11% e o tipo 2, em 1%, segundo a pasta. O tipo 3 ainda não foi detectado. Os dados podem sofrer variações por município.
Para especialistas, os números ajudam podem ajudar a explicar a atual explosão da doença em São Paulo. Até a última semana, o Estado respondia por 55% dos casos no país.
Quando uma pessoa é infectada por um tipo de vírus da dengue, ela só pode ser contaminada novamente por um dos outros três sorotipos.
A maioria das cidades paulistas que hoje enfrenta a doença tinha tido poucos casos do vírus tipo 1 antes, segundo Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças do Estado.
"O vírus chega aqui e pega uma população suscetível, o que outras regiões já tiveram dez anos atrás. Isso fez com que a epidemia se deslocasse."




Ginecologia lidera ranking de punições de conselho federal
22/03/2015 - O Estado de S.Paulo


A ginecologia e obstetrícia é a especialidade com o maior número de punições por erros médicos, de acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) obtidos pelo Estado. Entre 2010 e 2014, o órgão referendou punição a 160 profissionais da especialidade.
O número de médicos punidos no País, no entanto, é ainda maior se considerados os dados dos conselhos regionais.Os julgamentos são sempre feitos pelos órgãos locais,mas, naqueles em que uma das partes entra com recurso,a penalidade precisa ser referendada pelo CFM. O mesmo procedimento é obrigatório nos casos em que a pena aplicada é a cassação.
No ranking das especialidades com mais punições por erros médicos aparecem, em seguida, a clínica médica, com 91 penalidades no período analisado,cirurgia plástica,com 63 profissionais punidos, pediatria (60) e cirurgia geral (41).
Para o corregedor do CFM,José Fernando Vinagre, o alto número de problemas na especialidade de ginecologia e obstetrícia se deve sobretudo a problemas em partos. “São erros que provocaram algum dano ao bebê ou à mãe”, afirma.
No julgamento dos conselhos de medicina, cinco penas são possíveis. A cassação é a mais extrema. Já se o dano provocado pelo médico não for considerado tão grave, ele pode receber desde uma advertência confidencial até a suspensão temporária de seu registro.
O processo de investigação pode demorar até cinco anos somente no âmbito das esferas regionais.“A cassação é a pena capital para o médico, porque ele nunca mais vai poder exercer a profissão, mesmo que refaça a faculdade, por isso é preciso garantir o direito de defesa ao profissional e verificar se houve, de fato, erro”, explica o corregedor do CFM.
Arquivamento. De acordo com o órgão, muitas denúncias que chegam aos conselhos regionais acabam sendo arquivadas após sindicância por falta de evidências da ocorrência de falha. O conselho ressalta que, em alguns casos, os pacientes ou familiares classificam como erro médico um evento adverso, situação em que o médico empregou todos os recursos disponíveis sem obter o resultado esperado.
O CFM afirma que,em alguns casos denunciados ou divulgados pela imprensa, a falha nem sempre é do médico,mas de outros profissionais de saúde ou da rede assistencial. “Como exemplo, citamos casos recentes de enfermeiros que aplicaram superdosagem de medicamento em paciente e até mesmo situações de agentes de segurança de centros de saúde que impediram pacientes de ser atendidos, resultando em óbitos”, disse o CFM, em nota.




Capital registra a 3ª morte
21/03/2015 - Folha de S.Paulo


O terceiro caso de morte por dengue na capital paulista foi anunciado nesta sexta (20) pelo Instituto Adolfo Lutz, responsável pelos testes de confirmação da doença no Estado. A vítima é um homem de 35 anos, morador de Pedreira, na zona sul. A Secretaria Municipal da Saúde, por meio de nota, declarou que esse caso ainda está sendo apurado.



OMS demorou para declarar epidemia de ebola, diz agência
21/03/2015 - Folha de S.Paulo


Documentos obtidos pela agência de notícias Associated Press revelaram que a Organização Mundial da Saúde (OMS) demorou para declarar epidemia de ebola no oeste da África.
Em declarações públicas, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, afirmou repetidamente que a epidemia pegou todos de surpresa.
Mas a organização havia recebido um informe sobre a gravidade da doença em junho de 2014, dois meses antes da declaração oficial de epidemia.
Entre os motivos para o adiamento estavam o temor de irritar os governos e prejudicar as economias de Guiné, Serra Leoa, Libéria e Nigéria.
Mais de 24 mil pessoas foram infectadas pelo vírus ebola, que deixou 10 mil mortos.







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