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CLIPPING 25/02/2015

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

Medicamentos

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Saúde



Medicamentos

Médico soropositivo e ex-fisiculturista lidera testes de droga contra a Aids
24/02/2015 - Folha de S.Paulo


Recémformadoem medicina, o americano Tony Mills recebeu a notícia de que carregava o vírus HIV em meados dos anos 1980.
Pouco mais de uma década depois, ele se tornou um dos principais especialistas do país no tratamento da
doença –e, de quebra, um símbolo sexual da comunidade gay. Ocorre que, diante dos problemas de saúde, Mills abraçou o fisioculturismo e venceu a edição de 1998 do concurso International Mister Leather, no qual os candidatos se exibem com roupas de couro. "Queria passar uma mensagem de esperança para quem é soropositivo", diz ele.
Aos 53 anos e ainda em forma, Mills liderou, nos EUA, os testes clínicos do dolutegravir sódico, da GSK, novo medicamento para o tratamento antirretroviral que acaba de ser aprovado para comercialização no Brasil. A substância faz parte de uma nova classe de drogas que impedem que o HIV insira seu DNA nas células humanas e, assim, prejudica a replicação do vírus dentro do corpo humano, reduzindo a carga viral. Outros medicamentos contra o HIV usam mecanismos diferentes, como tornar sua a cadeia de DNA defeituosa, por exemplo. Uma vantagem dos novos medicamentos, aponta, é a redução dos efeitos colaterais no organismo do doente.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista de Mills à Folha, feita por telefone.


Folha: O senhor recebeu a notícia de que tinha sido infectado pelo HIV nos anos 1980. Como era ser soropositivo naqueles anos?
Tony Mills: - Foi extremamente assustador, claro. Eu me mudei para San Francisco em 1984, como bolsista de pesquisa em cardiologia, e em 1986
fiz o teste. O pior é que eu tinha certeza de que o resultado seria negativo. Minha contagem de células T [células de defesa do organismo] estava baixa
demais para que eu pudesse começar o tratamento com AZT [principal medicamento contra o HIV da época], então os médicos disseram que não
havia muita coisa a fazer. Chegaram a sugerir que eu voltasse para a casa dos meus pais para poder passar meus últimos meses de vida com eles.

Folha: Por que o senhor achava que o resultado seria negativo?
Tony Mills: Por causa da minha própria história de vida. Cresci numa família
conservadora e sempre pensei em ter apenas um namorado –nunca fui promíscuo, não frequentava saunas nem nada desse tipo. Eu não achava que
fizesse parte da categoria de pessoas que corriam risco. Mas, como sabemos, basta uma única exposição para que haja o risco do
contágio, e foi o que acabei descobrindo. Algum tempo depois do diagnóstico, o senhor tentou começar a
tratar outros soropositivos, mas acabou desistindo e só voltou a essa área vários anos depois.

Folha: O que houve?
Tony Mills: Acho que essa dificuldade teve muito a ver com o meu próprio diagnóstico. Em meados dos anos 1980, eu era um médico muito jovem, na casa dos 20 anos, que queria ajudar as pessoas, e o problema é que nessa época não havia muito o que oferecer aos pacientes. E, ao vêlos morrer, acabei vendo a mim mesmo nos olhos deles. Descobri que não era emocionalmente forte o suficiente para continuar fazendo isso. Então passei a trabalhar como anestesiologista, trabalhei com cardiologia pediátrica, que era uma coisa que eu adorava, era muito legal trabalhar com crianças. Mas a Aids, como você deve imaginar, sempre ficava na minha cabeça. Então,em 1996, com um cenário um pouco mais favorável para enfrentar a doença. Foi então que me mudei para Los Angeles e voltei a atuar no ramo.

Folha: E onde o fisioculturismo entra nessa história?
Tony Mills: Bem, quando eu era jovem, sempre gostei de me exercitar, jogava têni , tinha um interesse por nutrição e bemestar que eu levei comigo durante meu treinamento médico. Então, em 1996, peguei uma pneumonia grave e pensei: esse negócio de Aids está começando a me vencer. Tenho de fazer tudo o que for possível para me tornar forte o suficiente para combatêla. Foi aí que comecei a me dedicar ao treinamento de resistência e ao fisioculturismo. Contratei um personal trainer –é o tipo da coisa que a gente acha que nunca terá dinheiro para pagar, mas, quando você talvez tenha apenas alguns meses de vida, por que se preocupar com isso? Meus músculos, por sorte, responderam bem, eu também passei a reagir bem à medicação e, em pouco tempo, voltei a ficar saudável.
Outra coisa importante é que eu sempre fiz questão de ser totalmente aberto em relação ao meu status de soropositivo. Eu queria mostrar que carregar o vírus da Aids não era motivo para ter uma aparência doentia.

Folha: Esse treinamento acabou fazendo com que o senhor se tornasse
campeão de um concurso de beleza e boa forma gay, o Mister
Leather. Como acabou competindo?
Tony Mills: Começou meio por acaso. Fiquei sabendo de um grupo da comunidade gay em 2016,  numa cidade onde haveria uma conferência sobre Aids, e uma das coisas que eles estavam organizando era um concurso de beleza e fisiculturismo.Cheguei lá alguns dias antes do evento científico do qual participaria. Fiquei meio perdido, sem ter o que fazer na cidade e sem conhecer ninguém, e aí me convidaram para participar do concurso, disseram que seria um jeito bacana de conhecer o pessoal. Topei e acabei eleito Mid Atlantic Mr. Leather.Depois veio a competição internacional, para a qual eu tinha me classificado, e fiquei pensando se deveria ir adiante competindo nisso. O que eu pensei foi que era uma oportunidade de compartilhar uma mensagem de esperança, de que esse negócio não vai matar a gente. Acabei sendo eleito Mr. Leather International. Foi uma experiência muito bacana,
pude viajar e conhecer pessoas extraordinárias.

Folha: O senhor liderou os testes clínicos de um novo medicamento
contra o HIV, que impede que o vírus insira seu DNA nas células
humanas. Por que esses remédios têm tido sucesso?
Tony Mills: Essencialmente, a mágica dos inibidores de integrase, como são chamados, é que, além de eles combaterem uma fase crucial do ciclo de vida do HIV, que é justamente essa integração de seu DNA ao genoma humano, o uso deles também não tem risco de causar danos ao organismo do doente.Essa vantagem existe porque esse tipo de droga combate processos bioquímicos que são específicos do vírus. Mas é uma enzima complicada de usar como alvo, e foi só graças ao trabalho extremamente dedicado de uma virologista chamada Daria Hazuda que os primeiros inibidores de integrase chegaram ao mercado [a partir dos trabalhos de Hazuda, a Merck lançou o Isentress, ou raltegravir, um inibidor de integrase, nos EUA em 2007]. Depois dos trabalhos dela, continuamos a refinar esses inibidores, e os que estão disponíveis hoje, como o Tivicay (nome comercial do dolutegravir
sódico), são capazes de ter efeito positivo muito rapidamente, fazendo com que as partículas de HIV caiam a níveis indetectáveis e, o que é muito importante, com apenas uma dose ao dia.

Folha: O HIV continua infectando um número significativo de jovens gays
no Brasil. Muita gente aponta que faltam campanhas educativas mais voltadas diretamente para esse público. Como o senhor vê a
questão?
Tony Mills: Acho que é importante ter em mente que o HIV não é uma entidade que tem algum conceito sobre valores –é só um vírus! Ele simplesmente se aproveita de alguns comportamentos, como o sexo entre homens ou o compartilhamento de seringas entre usuários de drogas, para se espalhar com mais eficiência. É preciso perceber que tratar disso nada a ver, claro, com o caráter moral das pessoas.




Uma pílula antes e outra depois do sexo podem evitar a Aids, aponta estudo
25/02/2015 - Portal UOL



A pílula Truvada para prevenir a Aids, tomada antes e depois do sexo sem proteção, reduz o risco de transmissão do vírus entre homens homossexuais em 86%, segundo os resultados de um ensaio clínico publicado nesta terça-feira nos Estados Unidos.
Para o estudo, Truvada - uma combinação dos retrovirais tenofovir e emtricitabina - foi tomada um dia antes e dois dias depois das relações sexuais com alto risco de contágio do vírus da Aids.
O estudo, realizado pela Agência Nacional Francesa especializada em Aids (ANRS), foi apresentado durante a conferência sobre retrovirais e infecções oportunistas (CROI), que acontece esta semana em Seattle (noroeste dos Estados Unidos).
Até agora, o Truvada - como medicamento preventivo - era receitado só com um regime de um dia, não como método efetivo aplicado no momento em que se tem a relação sexual.
Esta última evidência sobre este método, conhecido como pré-exposição profilática ou PrEP, não é suficiente para mudar a forma da prescrição, mas foi celebrada como uma nova aproximação à prevenção da Aids.
O estudo "dá a primeira evidência de que um regime dirigido é efetivo entre homossexuais de alto risco com relações sexuais frequentes", afirmou Jonathan Mermin, diretor do centro de controle e prevenção do HIV nos Estados Unidos.
O Truvada, produzido pelo laboratório Gilead Sciences, foi aprovado em 2012 pelas autoridades americanas como a primeira pílula a ajudar a prevenir a imunodeficiência humana em grupos de alto risco.
Denominado Ipergay, este estudo que mesclava o uso de placebo com doses controladas do medicamento, começou em fevereiro de 2012 e parou em outubro 2014, quando uma revisão independente determinou que teria uma alta efetividade. Um total de 400 paciente participaram do estudo.



Novas terapias para combater o câncer atraem investimentos
25/02/2015 - Valor Econômico


George Soros, Michael Milken e David Bonderman são alguns dos grandes investidores se beneficiando das apostas iniciais que fizeram num setor bastante aquecido: empresas jovens desenvolvendo remédios que combatem o câncer usando o sistema imunológico do próprio corpo.
O interesse na nova abordagem, conhecida como imunoterapia, deslanchou após o sucesso da Yervoy e da Opdivo, duas drogas desenvolvidas pela gigante farmacêutica Bristol-Myers Squibb Co. Os remédios podem gerar US$ 8,5 bilhões em receitas anuais até 2020, prevê o Credit Suisse, ou mais da metade dos US$ 15,9 bilhões que a empresa americana faturou em 2014.
A expectativa de que firmas novatas repetirão e continuarão esses avanços estão por trás da alta recente na cotação das ações da Juno Therapeutics Inc., Kite Pharma Inc.
e bluebird bio Inc. Seus remédios, baseados em princípios diferentes dos da Bristol¬ Meyers, ainda não chegaram ao mercado.
"É claramente algo novo e não será um mar de rosas", diz Arie Belldegrun, presidente do conselho e diretor-presidente da Kite. "Mas se pudermos entregar o que prometemos, pela primeira vez não se falará em remissão? você vai poder até falar em cura do câncer." No início deste mês, a Standard & Poor's divulgou um relatório citando cinco agentes imunoterápicos contra o câncer em sua lista das dez maiores expectativas de drogas para 2015, destacando o entusiasmo crescente pelo método. Os remédios entraram na lista pelo seu potencial de campeões de vendas, assim como pelo provável impacto que terão nas empresas. Não havia nenhuma droga imunoterápica na lista anterior, em 2009.
Mais empresas estão obtendo "uma compreensão profunda em áreas subjacentes da biologia, além de um entendimento dos sistemas biológicos que podem transformar o tratamento de muitas doenças extremamente sérias", diz James E. Flynn, sóciogerente da Deerfield Management Co., uma firma de investimentos que aposta na área.
Entre as empresas que estão impulsionando o atual interesse, apenas a Bristol-Myers e a Merck Co. possuem drogas imunoterápicas aprovadas pela Food and Drug Administration, a agência americana que regula alimentos e remédios. Para muitas das empresas menos capitalizadas, ainda será necessário um ano ou mais antes que estudos ajudem a esclarecer os benefícios, os riscos e o potencial de mercado de seus tratamentos.
As ações da Juno, que desenvolve medicamentos para leucemia e linfomas, fecharam o pregão de ontem a US$ 45,51, depois de serem cotadas a US$ 24 na sua estreia na bolsa, em dezembro. As da Kite Pharma também deram um salto, passando de US$ 28 para US$ 63,82 desde o início de outubro. As da bluebird bio, impulsionada mais pelo avanço das drogas de terapia genética que pela imunoterapia, subiram de US$ 39 para US$ 93,80 desde o início de dezembro.
Os tratamentos das três empresas são complexos, provavelmente serão caros e devem causar vários efeitos colaterais em alguns pacientes. Nenhum foi aprovado ainda. Mas a estratégia revelou resultados surpreendentes no tratamento de leucemia e outras variedades de câncer no sangue em experimentos iniciais. Agora, pesquisadores estão competindo para descobrir formas de estender sua utilização a outros tipos de câncer.
De fato, pesquisadores em todo o mundo estão trabalhando em vários tipos de tratamentos imunoterápicos. Eles também buscam formas de combinar novos remédios com os já existentes para combater todos os tipos de câncer e estender seu benefícios a mais pacientes.
Bonderman, fundador da TPG Capital, é o quarto maior acionista e membro do conselho da Kite, detendo mais de 6% das ações da empresa numa fatia originária de um investimento pessoal anterior, segundo dados da firma FactSet. Ele viu o valor dos papéis saltar para cerca de US$ 145 milhões.
Outro pioneiro dos investimentos na área, o veterano dos fundos de hedge Donald Sussman, fundador da Paloma Partners Management, possui uma fatia na Kite avaliada em torno de US$ 100 milhões, segundo documentos regulatórios.
Representantes de Bonderman e Sussman não quiseram comentar.
A Soros Fund Management, empresa que faz a gestão da fortuna do megainvestidor George Soros, é o 11º maior acionista da Kite, com uma participação de cerca de 1,7%, depois de ter comprado as ações quando elas eram cotadas a menos de US$ 30 em meados de 2014, de acordo com documentos regulatórios. Um porta-voz não quis comentar.
A Deerfield Management possui cerca de 4% das ações da bluebird, segundo os mais recentes documentos regulatórios, enquanto a Point72 Asset Management LP, de Steve Cohen, detém quase 2%. Um porta-voz da Point72 não comentou.
O fundador da Amazon.com Inc., Jeff Bezos, e um dos fundadores da Microsoft, Paul Allen, são investidores da Juno, segundo Robert Nelsen, um dos fundadores da empresa de capital de risco Arch Venture Partners, que controla participações avaliadas em US$ 1 bilhão em quase uma dezena de empresas que pesquisam a imunoterapia e outros tratamentos para o câncer. A Arch possui cerca de US$ 470 milhões em ações da Juno, que ajudou a fundar, assim como US$ 78 milhões na bluebird.
O porta-voz de Allen confirmou o investimento dele na Juno. Um porta-voz da Amazon.com não quis comentar.
Os fundos de pensão e de capital de risco estão entre os que mais investem em imunoterapia. O Alaska Permanent Fund Corp. foi um investidor inicial da Juno e possui uma fatia de quase 30% avaliada em aproximadamente US$ 1,1 bilhão. O fundo de investimento do Estado americano ainda não vendeu nenhuma das ações.
A Bristol e outras empresas que pesquisam drogas imunoterápicas, como Merck, Roche Holding AG, AstraZeneca PLC e Novartis AG, são tão grandes que o impacto financeiro de seus remédios baseados na imunoterapia pode ser diluído pelos outros negócios. Esse é o motivo pelo qual os investidores estão apostando em empresas menores.
Mas nem tudo são boas notícias na área de imunoterapia: a Dendreon Corp. ¬ cuja vacina para câncer de próstata, a Provenge, foi considerada a primeira droga imunoterápica ao ser aprovada, em 2010 ¬ fracassou em meio à eficácia limitada da vacina, erros de marketing e remédios concorrentes melhores. A Dendreon, que está em processo de recuperação judicial, deve ser vendida este mês para a Valeant Pharmaceuticals International Inc. por US$ 495 milhões.



Drogaria São Paulo e Pacheco reabrem negociação com CVS
25/02/2015 - Valor Econômico

O grupo DPSP, dono das redes de farmácias Pacheco e Drogaria São Paulo (DPSP), procurou semanas atrás a cadeia norte¬-americana CVS para retomar as conversas para a venda da sua operação, antecipou ontem o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.
É a primeira sinalização mais clara de que a DPSP aceita se desfazer do negócio, após a empresa recusar duas ofertas da CVS em 2014.
Parte dos sócios da DPSP, liderados pelos controladores da cadeia paulista, tem interesse na venda e teria pressionado a família Barata, dona da Pacheco, para que o negócio avance. Segundo uma fonte a par do assunto, a última proposta da CVS colocada na mesa, em meados do ano passado, envolvia valores de R$ 5 bilhões e, na época, os bancos Espírito Santo e Morgan Stanley, que representam os sócios da DPSP, recusaram a oferta.
"Ainda há interesse da CVS, mas não por certos valores que têm sido mencionados pelo mercado", diz uma fonte. Dias atrás, começaram a circular informações no setor de que a CVS teria oferecido R$ 6,5 bilhões pela DPSP, e que as conversas avançaram após se chegar a esse patamar ¬ equivalente a 16 vezes o valor do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, da sigla em inglês), que foi de pouco mais de R$ 400 milhões em 2014. Em 2013 foi de R$ 345 milhões.
A expansão nos resultados de 2014 foi meta da companhia ao longo do ano, ajudando a "turbinar" o valor de venda do negócio, e criando condições de a DPSP a voltar a negociar com a CVS numa faixa de valores mais alta.
Um executivo do setor lembra que a valorização do dólar desde o segundo semestre de 2014 aumenta as chances de que as partes fechem um acordo. A fase de investigação e auditoria nas contas e nos negócios da DPSP devem começar nas próximas semanas.
Desde que as conversas entre as redes começaram, um ano atrás, o dólar se valorizou 25%. Em moeda estrangeira, os US$ 2,2 bilhões (R$ 5 bilhões) mencionados nas últimas tratativas entre as partes equivalem hoje a R$ 6,2 bilhões.
A CVS avalia que há alguns pontos negativos na operação, em especial no Rio de Janeiro, onde a Pacheco tem lojas antigas e há muita concorrência de redes informais. Já os vendedores entendem que a DPSP é um dos grandes ativos à venda no varejo de farmácias.
Logo, na visão da DPSP, se a CVS não fechar um acordo, terá poucas opções entre operações de grande porte. A Pague Menos, a maior rede do Nordeste, não aceita vender o controle. A Panvel, historicamente, descarta uma negociação e tem presença só no Sul do país.
Segundo fontes ouvidas, até o momento não houve uma integração dos negócios das duas redes ¬ Drogaria São Paulo e Pacheco ¬ que se juntaram em 2011. Ainda há divisões de comando dentro da empresa: a operação da Pacheco não é comandada pelo presidente do grupo, Gilberto Ferreira, mas por Samuel Barata, 83 anos, fundador da Pacheco.
A família Barata tem fatia de 51% na DPSP, e os 12 sócios da Drogaria São Paulo, 49%. Ronaldo de Carvalho é o acionista na linha de frente da Drogaria São Paulo. E Samuel Barata é presidente do conselho de administração da DPSP.
Barata mantinha posição contrária à venda, em parte pelo preço inicialmente proposto pela CVS, abaixo do esperado por ele, e pelo fato de ele ter uma relação muita próxima ao negócio. Agora, cresce no grupo a ideia de que há chance de vender, pelo preço certo.
Procurada, a DPSP informa que não irá se pronunciar sobre o assunto. A CVS também não se manifestou.


 

Pesquisa e Desenvolvimento

 


Estudo simplifica cálculo de frequência cardíaca para exercícios
25/02/2015 - O Globo


A frequência cardíaca (FC) é a variável de saúde cardiovascular mais simples e fácil de verificar, e com o advento de diversos tipos de aparelhos de monitoramento portáteis é cada vez mais comum ver atletas profissionais e de ocasião de olho no número de batidas de seu coração por minuto (bpm) durante a prática de exercícios. Nessas horas, porém, cada pessoa tem uma FC máxima que sinaliza quando atingiu seu limite de esforço e que serve para guiar a atividade física.
Mas para saber qual é sua FC máxima é preciso fazer um teste de esforço controlado em laboratório, o que muita gente não faz ou nunca fez. Diante disso, em academias e outros ambientes do tipo, também é comum o uso de equações simples, que levam em conta a idade do praticante, para calcular qual seria este número para seu caso. Tais estimativas, no entanto, são falhas e, pelo menos para jovens adultos, com entre 18 e 35 anos, o melhor é adotar um valor fixo de 188 bpm, aponta estudo realizado por pesquisadores brasileiros e publicado esta semana no periódico científico “International Journal of Cardiology”.
Principal autor do estudo, o médico Claudio Gil Araújo, professor visitante do Instituto do Coração da UFRJ e especialista em medicina esportiva, explica que, quanto maior a frequência máxima, mais “saudável” é considerada a pessoa. Com a idade, porém, a frequência tende a cair, e por isso as fórmulas recebem tanta atenção. Mas à frente da Clínica de Medicina do Exercício, onde já atendeu milhares de pessoas, Araújo observou que, embora para pessoas mais velhas estas equações ainda se mostrem úteis, para os jovens adultos as variações na FC máxima são muito pequenas — o que o motivou a buscar um número que melhor refletisse a totalidade deste universo.
— O ideal mesmo é que, antes de começar uma prática regular de exercícios, cada pessoa faça um teste controlado de esforço para descobrir qual é sua real FC máxima. Mas como em geral jovens de 18 a 35 anos saudáveis não têm razão para fazer este exame, a não ser que queiram treinar para serem atletas de elite, atribuir o valor constante de 188 bpm para eles se mostrou um melhor preditor do que as fórmulas normalmente usadas — afirma. — Observamos e juntamos as peças para mostrar que não há bases biológicas para acreditar que a FC máxima varie tanto entre os jovens adultos, numa forma de facilitar ainda mais a prática de exercícios, que é comprovadamente benéfica para a saúde em diversos níveis.





Saúde

 

Farmacêuticos definem reivindicações nesta sexta (27)
24/02/2015 - Portal CUT


Com data-base em 1º de abril, os trabalhadores do setor farmacêutico se reúnem na próxima sexta-feira, dia 27 de fevereiro, às 19 horas, na Subsede Taboão (Estr. Kizaemon Takeuti, 1.751) para definir e aprovar a pauta de reivindicações que será entregue à bancada patronal.
As negociações com os patrões, sob coordenação da Fetquim (Federação dos Trabalhadores Químicos), começam em março num cenário bastante positivo. “Todos os indicadores da indústria farmacêutica estão positivos e nossa meta é conquistar, além da reposição da inflação, 5% de aumento real”, adianta Adir Gomes Teixeira, secretário de Organização do Sindicato. Outros pontos importantes, como redução da jornada de trabalho, extensão da licença-maternidade de 180 dias para todas as empresas e organização no local de trabalho, também devem integrar a pauta de 2015.

Lucro alto

O faturamento da indústria farmacêutica representou 18% dos R$ 356,5 bilhões que a indústria química como um todo faturou no Brasil no ano passado. De acordo com o Sindusfarma – entidade que representa as empresas nas negociações com os trabalhadores – o valor das vendas cresceu 13,3%, chegando a mais de R$ 65,7 bilhões.
O volume de vendas também aumentou 7,9%, atingindo mais de 3,1 bilhões de unidades. O desempenho do mercado de medicamentos genéricos foi ainda melhor, com aumento de 18,4% no faturamento, totalizando R$ 16,2 bilhões, e crescimento de 10,5% no volume de unidades vendidas, que somou mais de 871,7 milhões de unidades. Outro resultado positivo da indústria farmacêutica no ano foi o crescimento das exportações, que superou o verificado nas importações. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações do setor cresceram 3,5%, enquanto as importações cresceram apenas 0,07%, o que fez o déficit comercial do setor registrar um recuo de 0,8%, algo inédito nos últimos 10 anos. A produção física da indústria farmacêutica é outro bom indicador do setor. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, o crescimento foi de 5,7% no estado de São Paulo e 2,1% no Brasil em 2014.
Com relação ao emprego no setor, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que foram gerados 1.525 novos empregos nas empresas farmacêuticas do estado de São Paulo.




As doenças raras e seu complexo diagnóstico
24/02/2015 - Portal Labnetwork


A campanha “A doença pode ser rara, o diagnóstico não” lembra o Dia Mundial das Doenças Raras, que é celebrado em todo o mundo em 28 de fevereiro. São várias as ações ao redor do mundo para lembrar o longo caminho percorrido pelos pacientes até conseguirem um diagnóstico correto e seguir com o tratamento.
“Nossa ideia é mostrar o quanto é difícil para uma pessoa comum essa jornada”, explica Regina Próspero, presidente da Associação Paulista dos Familiares e Amigos dos Portadores de Mucopolissacaridoses e Doenças Raras (APMPS – DR), organização não-governamental sem fins lucrativos que promove os direitos constitucionais dos portadores desta síndrome e orienta sobre doenças raras.
As doenças raras trazem em seu próprio nome e conceito um curioso paradoxo. Considera-se rara a doença que afeta de uma a cinco pessoas em cada dez mil. A despeito da baixíssima incidência que a caracteriza e dificulta seu diagnóstico, o conjunto destas doenças acomete 5% da população mundial, redundando nas mais de 350 milhões de pessoas vivendo com estas doenças, 13 milhões apenas no Brasil. Atualmente, existem sete mil doenças raras já identificadas, sendo 80% delas de origem genética. Outras se desenvolvem como infecções bacterianas e virais, alergias, ou têm causas degenerativas.
A maioria se manifesta ainda na infância dos pacientes. Dessas, 80% têm causas genéticas, muitas são crônicas e podem levar à morte. Entre elas estão a Síndrome de Hunter ou MPS II, causada pela deficiência de uma das enzimas responsáveis pela quebra dos glicosaminoglicanos, com incidência de 1 em cada 155 mil meninos nascidos vivos; a Doença de Fabry, causada pela deficiência ou ausência da enzima alfa-galactosidade A, responsável pela decomposição de certos lipídeos no corpo; a doença de Gaucher, decorrente do acúmulo de substância gordurosa (glicocerebrosídeo) nos lisossomos; o angioedema hereditário, de difícil diagnóstico e caracterizada por inchaços recorrentes e espontâneos; a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença degenerativa dos neurônios motores; o hipotireoidismo congênito; a doença de Pompe, mal genético que causa hipertrofia cardíaca na infância; fibrose cística do pâncreas ou do pulmão; doença celíaca, ou intolerância ao glúten; entre tantas outras que acometem aproximadamente 6% da população brasileira.

O diagnóstico

Geralmente, a determinação precisa da existência de uma doença rara requer uma combinação de exames de baixo custo, a exemplo dos bioquímicos, até avaliações mais sofisticadas e de custo mais elevado, como o mapeamento genético.
Roberto Giugliani, Chefe do Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Professor Titular do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concorda que o diagnóstico das doenças raras traz uma dificuldade adicional em relação às doenças mais comuns, pois como são de fato raras, seus exames são executados também de forma esporádica. “As técnicas para sua detecção são sofisticadas e preparadas para serem feitas poucas vezes dentro de um determinado período de tempo, o que exige que o laboratório esteja preparado para lidar em sua rotina com um procedimento que será executado raríssimas vezes. Isso se torna um desafio para o laboratório. É muito mais fácil fazer um exame com grande demanda do que aquele que é solicitado uma vez ou outra”, disse o médico ao portal LabNetwork.
Além disso, uma série desses exames exige a participação de profissionais especializados, o que pode representar custo mais elevado. A vantagem, segundo o especialista, é que muitos desses testes começaram a ser feitos como protocolos de pesquisa e por isso vários hospitais públicos e laboratórios ligados a universidades já estão habilitados para tal finalidade. “Existe no Brasil uma capacidade instalada na rede pública para executar um número significativo de exames, o que não existia até há pouco tempo”, avaliou Giugliani.
Ainda de acordo com o especialista, “felizmente houve uma portaria do Ministério da Saúde em 2014 que trouxe a maioria desses procedimentos para o âmbito do SUS, o que é um grande avanço num país em que a maioria das pessoas depende do nosso sistema de saúde. Então achamos que em breve a maioria desses procedimentos estará incorporado nos serviços que operaram dentro do Sistema Único de Saúde”.
Muitos desses exames são realizados por métodos bioquímicos em que se mede a presença de uma determinada substância no sangue ou na urina, ou a atividade de alguma enzima nos tecidos. Mais recentemente tem-se utilizado a análise do DNA para identificar diretamente a mutação responsável pela doença. “As novas tecnologias de análise de DNA que surgiram no mercado têm permitido que os métodos fiquem mais acessíveis em termos de custo e de rapidez. Eu acredito que seja bem possível que nos próximos anos os métodos de análise de DNA sejam os mais preponderantes para o diagnóstico de doenças raras”, explanou Giugliani, complementando: “Geralmente, o médico geneticista é o mais capacitado a interpretar os exames e fechar o diagnóstico. Percebe-se que hoje existe um interesse crescente pela especialização em Genética nas faculdades, o que é muito bom”.

Diagnóstico tardio

Um levantamento feito pela Interfarma revela que a adoção de uma política nacional para doenças raras não deve provocar a elevação dos gastos públicos com o diagnóstico. Embora seja de se esperar um aumento no número de pacientes diagnosticados, um sistema preparado e com profissionais capacitados para atender a demanda acabaria promovendo uma redução na ocorrência de diagnósticos errados ou imprecisos e, como consequência, na realização de procedimentos desnecessários.
Hoje, o poder público já arca com os custos decorrentes do grande volume de exames e consultas realizados durante a peregrinação – que pode levar até quatro anos – dos pacientes pelo sistema de saúde em busca de diagnóstico. Isso sem considerar o sacrifício que essa situação lhes impõe.
O diagnóstico tardio faz com que a doença evolua rapidamente e atinja estágios crônicos e incapacitantes, tornando o tratamento mais sacrificante e pouco efetivo para o paciente. O sistema público, por sua vez, é obrigado a atender as situações mais complexas geradas pela evolução das doenças – como internação e medicamentos – que acarretam custos mais elevados. Há ainda um contingente de pacientes que continuam gravitando na órbita do sistema de saúde sem jamais receber diagnóstico, tornando clara a necessidade de intensificar esforços tanto na atenção e assistência como na área da pesquisa.


As pesquisas clínicas

A realização de pesquisas clínicas para verificação da segurança e eficácia de medicamentos representa uma possibilidade importante de o país receber investimentos e disponibilizar tratamentos inovadores para os pacientes. Porém, a burocracia do governo tem prejudicado a participação do Brasil nos protocolos de pesquisa multicêntricos, nos quais grupos de pesquisadores de diferentes países conduzem testes clínicos simultâneos para um determinado medicamento.
Segundo informações da Interfarma, enquanto a média mundial para aprovação de pesquisas clínicas varia de três a quatro meses, no Brasil é preciso esperar o triplo do tempo. Por essa razão, o país tem perdido oportunidades importantes de integrar os protocolos multicêntricos e, como consequência, estreitado mais esta via de acesso dos doentes às drogas órfãs e acompanhamento por um corpo clínico de excelência. No caso das doenças raras, os estudos que envolvem múltiplos países e centros têm grande peso, uma vez que, devido à baixa prevalência, os pacientes são recrutados em diversas partes do mundo.
Mas este não é o único desestímulo no país aos patrocinadores das pesquisas e ao desenvolvimento de medicamentos órfãos. Por força de uma resolução do Conselho Nacional de Saúde, os patrocinadores de estudos clínicos devem continuar a fornecer aos pacientes, para o resto de suas vidas, o tratamento testado, quando houver algum benefício ao paciente, mesmo sem aprovação da Anvisa. Diante da baixa incidência das doenças raras, esta é uma questão problemática, uma vez que o patrocinador terá que fornecer o medicamento gratuitamente para a quase totalidade do seu mercado consumidor.

Medicamentos órfãos

De acordo com a legislação brasileira, a comercialização de medicamentos no mercado nacional depende da obtenção do registro junto à Anvisa. A concessão do registro, por sua vez, está vinculada à comprovação de requisitos como segurança e eficácia do produto e aí reside um dos pontos de estrangulamento do processo.
A verificação desses requisitos pela agência regulatória e a concessão do registro, que deveriam ser realizadas em um prazo de 90 dias, tem demorado, em média, dois anos, de acordo com a Interfarma. Um número considerável de solicitações de registro para medicamentos aguarda hoje na fila, postergando a entrada no mercado de produtos importantes para a saúde da população, entre eles para doenças raras.
As 18 doenças abrangidas pela Política Nacional 2009 que tiveram seu protocolo de tratamento concebido
Doença de Addison
Doença Celíaca
Hiperplastia Adrenal Congênita
Hipotireoidismo Congênito
Doença de Crohn
Fibrose Cística do Pâncreas
Fibrose Cística Pulmonar
Doença de Gaucher
Angioedema Hereditário
Ictiose Hereditária
Hipoparatireoidismo
Hipopituitarismo
Miastenia Gravis
Esclerose Múltipla
Fenilcetonúria
Doença Falciforme
Síndrome de Turner
Doença de Wilson





Impacto ainda maior do vício
25/02/2015 - O Globo


Estudo da Universidade Nacional da Austrália mostra que fumar é ainda mais prejudicial do que se pensava. O cigarro é um inimigo mais poderoso do que se imaginava. Um estudo divulgado ontem pela Universidade Nacional da Austrália mostra que dois em cada três fumantes morrerão por causa do hábito, caso continuem fumando. É um índice mais alarmante do que o anunciado no ano passado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que considerava que metade dos usuários de tabaco morreriam por causa do vício.
O estudo foi realizado com aproximadamente 200 mil pessoas com mais de 45 anos e corroborou o resultado de pesquisas menores e recentes, que apontavam o mesmo índice de mortalidade ligado ao tabagismo.

DEZ ANOS A MENOS DE VIDA
Os usuários de tabaco morrem dez anos mais cedo do que os não fumantes. Quem consome dez ou mais cigarros por dia tem o risco de morte prematura dobrado, em relação ao resto da população. Entre aqueles que acendem vinte ou mais cigarros diariamente, a chance de morte prematura aumenta em até cinco vezes.
— Sabíamos que fumar era ruim, mas agora temos uma prova direta e independente confirmando as conclusões perturbadoras que surgem no mundo inteiro — revela Emily Banks, epidemiologista da Universidade Nacional da Austrália e autora chefe do estudo, publicado na revista científica “BMC Medicine”.
Segundo especialistas, as conclusões do estudo australiano podem ser aplicadas no Brasil. Ambos os países contam com um percentual semelhante de fumantes — aqui, são 14,5%; na Oceania, cerca de 13%.
O Brasil tem pouco mais de 21 milhões de usuários de tabaco. É um índice 20,5% menor do que o registrado cinco anos atrás, segundo a Pesquisa Especial de Tabagismo realizada pelo IBGE em 2014. A redução dos consumidores foi comemorada, mas os índices de mortalidade analisados no estudo australiano dispararam um alerta.
— A cortina está aberta. Vemos de uma forma cada vez mais minuciosa o impacto do tabaco na sociedade — pondera Tânia Cavalcante, secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco do Instituto Nacional de Câncer (Conicq/Inca). — As doenças relacionadas a seu uso provocaram, em 2012, um prejuízo de R$ 21 bilhões ao sistema de saúde, entre internações e medicamentos. Quem termina pagando somos todos nós, com impostos que poderiam ser dispensáveis se as pessoas não fumassem.
Diretora- executiva da Aliança de Controle do Tabagismo, Paula Johns destaca que o tabaco está ligado a mais de 50 doenças, de cardiovasculares a respiratórias. É, também, o principal fator para diversos tipos de câncer, como o de pulmão e o de garganta.
— Ainda não conseguimos controlar o índice de mortalidade ligado ao tabaco — lamenta. — Seu impacto sobre a saúde pública é muito mais significativo do que pensávamos. Quando um avião cai, ficamos sensibilizados porque morrem 300 pessoas. O cigarro provoca uma morte silenciosa. É um avião caindo diariamente.
O câncer de pulmão, o mais comum de todos os tumores malignos, apresenta um aumento de 2% por ano na incidência mundial. Em 2012 foi detectada a origem de 1,82 milhão de casos, sendo que 90% estavam associados ao consumo de derivados do tabaco. Por aqui, a estimativa do Inca para o biênio 2014-2015 é de 27 mil novas ocorrências.
O governo federal espera que o número de fumantes seja reduzido a 9% da população até 2022. A mais nova iniciativa contra o cigarro, apresentada no ano passado na Câmara dos Deputados, é a implementação do maço genérico — a embalagem teria apenas uma cor e sem elementos gráficos.
Depois da queda acentuada do consumo observada nos últimos anos, estima-se que novas dificuldades surgirão no caminho. Segundo Paula, ainda há um grande público que resiste a parar de fumar.
O assessor parlamentar Robson Vinicius de Almeida, de 23 anos, se rendeu ao primeiro cigarro aos 12 anos. Desde então, tentou largar apenas uma vez, iniciativa que durou apenas um mês sem um maço no bolso.
— Sei de todos os riscos, mas gosto mais do que quero parar — admite, acrescentando que seu pai, seu tio e sua tia fumam ou fumaram também. — Quando bebo cerveja, dá muita vontade, aí não consigo resistir.
Nas vezes em que o chope motiva o disparo do isqueiro, Robson esvazia de dois a três maços. Em um dia sem a companhia do álcool, um maço e meio “dá conta”.
Já Mariana Ramos Araujo, de 31 anos, colega de Robson, fuma rotineiramente dois maços. A mãe de três filhos parou de fumar três vezes, não por coincidência.
— Larguei por mais de um ano nas épocas que estava grávida. Voltei não sei por quê. Acho que é muito estresse, muita ansiedade, então sempre acabo acendendo um — explica ela, acrescentando que resolveu experimentar “por curiosidade” há 15 anos.
Sua filha mais velha tem 16 anos e tenta, sem sucesso, convencê-la a largar o vício, alegando não suportar o cheiro. Mas a carioca assume que se ela, seu irmão de 8 anos e a caçula de 4 algum dia adotarem o mesmo vício, não vai ter muita credibilidade para retrucar:
— Quem sou eu para falar algo para eles? Vou dar conselho, né. Mas acho que jovem hoje em dia tem muito mais informação para saber que não faz bem.
Apesar de estar convicta sobre o esclarecimento dos filhos, Mariana precisa tomar cuidado. Em 2012, 19,6% dos adolescentes entre 13 e 15 anos matriculados em escola no país experimentaram cigarro, sendo que 5,1% fumavam regularmente.

VÁLVULA DE ESCAPE
Para a psicanalista Ivone Ponczek, diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad), o consumo de cigarro deve cativar cada menos jovens, e só preocupa ainda por ser considerado uma válvula de escape contra o estresse.
— O cigarro, como qualquer droga, tem uma função muito grande de administração da angústia — observa. — É, muitas vezes, tratado como uma automedicação. Ainda assim, acredito que estamos mudando. Décadas atrás, o consumo de tabaco estava vinculado à virilidade. Agora não existe esta ideia, e o fumante está sendo forçado a alterar seu comportamento, porque tem cada vez menos espaços à disposição para acender o cigarro.





Para combater os casos crescentes de dengue
25/02/2015 - DCI


Para combater os casos crescentes de dengue, Catanduva fez um novo decreto. A cidade, que contabiliza 2.594 casos positivos para dengue e mais de quatro mil aguardando resultados, iniciou esta semana novas regras para fiscalização de limpeza de terrenos baldios. Agora os terrenos sujos serão limpos diretamente pela prefeitura e a conta será paga pelo dono da área, junto com a limpeza, agentes de saúde verificarão se há possíveis criadouros do mosquito da dengue e, caso seja encontrado, o dono também pagará multa.





Ministério Público cria plano de recuperação para Santa Casa de São Paulo
25/02/2015 - DCI


Ministério Público cria plano de recuperação para Santa Casa de São Paulo. Após a constatação da maior crise financeira da história da Santa Casa, somando R$ 773 milhões, o MP decidiu criar um conselho para acompanhar e modificar a sua gestão. Os representantes do conselho irão propor medidas para melhorar a administração do local, sendo uma das sugestões a revisão do quadro de funcionários e o plano de cargos e salários.



Após 7 anos, Prefeitura inicia obras de hospital
25/02/2015 - O Estado de S.Paulo


Depois de sete anos sem abrir um novo hospital, a Prefeitura de São Paulo dará início no sábado às obras do Hospital Municipal de Parelheiros, no extremo sul. Com 255 leitos, 30 de UTI, a futura unidade é uma reivindicação antiga dos moradores da região, que fica a 50 quilômetros do centro. A última unidade inaugurada pela administração municipal foi o Hospital do M’Boi Mirim, em 2008.
Com conclusão prevista para o fim de 2016, a obra ajudará a desafogar o atendimento médico na zona sul.De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a região tem a menor oferta de leitos públicos da capital, com 0,7 por mil habitantes, quando o Ministério da Saúde preconiza de 2 a 3 leitos para cada grupo de mil habitantes. Para quem mora em Parelheiros,por exemplo, o hospital mais próximo é o do Grajaú, que pertence à rede estadual e fica a cerca de uma hora de distância de ônibus.
A expectativa da Prefeitura é de que mais de 200 mil pessoas sejam beneficiadas com a unidade, que terá pronto-socorro, maternidade e centro de especialidades.Ao todo, serão 31 mil m²entre as Ruas Euzébio Goghi e Cacual, ao custo de R$ 145,6 milhões, pagos pela Caixa Econômica Federal.
A gestão Fernando Haddad (PT) ainda se comprometeu, em seu Plano de Metas, a construir mais dois hospitais:na Brasilândia (zona norte) e na Vila Matilde (zona leste). A unidade da zona norte está em processo finaldelicitaçãoedeveráseriniciadaatéo fimdosemestre.Ada zonalesteaindanão teveoprojeto executivo finalizado. A gestão ainda promete entregar, até o fim do ano, a reforma do Hospital Santa Marina, comprado em 2013,no Jabaquara,zona sul.




Dengue se espalha pelo interior do Estado e em 20 cidades é considerada epidemia
25/02/2015 - O Estado de S.Paulo


A dengue se alastra pelo interior de São Paulo e já é considerada epidemia em 20 cidades.
Desde o início do ano, pelo menos 28 pessoas morreram com suspeita da doença. Até agora, oito mortes foram confirmadas.
No último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, de janeiro até a primeira semana deste mês, o Estado tinha 30,5 mil casos. Agora, o número pode passar de 50 mil.
Marília, no centro-oeste do Estado, registrou nove mortes neste ano de pessoas com diagnóstico de dengue. Segundo a prefeitura, apenas três casos foram confirmados. Anteontem, manifestantes ocuparam a Câmara para exigir mais ação contra a epidemia.
Catanduva, no norte do Estado, registra sete mortes suspeitas e também vive epidemia, com 2,5 mil. Sorocaba teve cinco mortes suspeitas – uma foi confirmada até agora.



ANS quer levar projeto de incentivo ao parto normal para mais 25 hospitais
24/02/2015 - Folha de S.Paulo


A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) quer levar o projeto de incentivo ao parto normal para mais 25 hospitais do país. O primeiro a aderir ao projeto-piloto foi o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, em outubro de 2014.
Para apresentar a proposta e convidar as entidades a participarem dele, a ANS marcou um encontro para esta quarta-feira (25) no Rio de Janeiro.
Neste encontro, voltado para representantes de hospitais privados e de operadoras de planos de saúde, serão apresentados os detalhes da parceria entre a ANS, o Einstein e a o IHI (Institute for Healthcare Improvement). Os hospitais que aderirem seguirão o modelo que está começando a ser adotado no Einstein.
Martha Oliveira, diretora substituta da ANS, diz que já mais do que 25 hospitais interessados em participar do projeto. “Talvez tenhamos até de fazer uma seleção.”
O projeto trabalha com três modelos de atendimento da grávida em trabalho de parto: 1) equipe de plantonistas; 2) enfermeiras obstetras e acompanhante; 3) médicos que fizeram o pré-natal da gestante.
Segundo Martha, a ideia é que a gestante possa ser atendida por até quatro médicos durante seu pré-natal. Um desses quatro profissionais ficaria de sobreaviso para fazer seu parto.
Essa seria a forma de manter um médico da confiança da grávida fazendo seu parto, pois há resistência ao atendimento por plantonistas, pois são profissionais que ela não conhece.
Pode ser que o atendimento seja misto também. “Até que o médico particular chegue à maternidade, é possível que o primeiro atendimento seja feito por um médico de suporte, por enfermeiras ou obstetrizes”, diz Rita Sanchez, coordenadora da maternidade do Einstein. Segundo ela, o processo de adequação do parto envolve a estrutura e ampliação da mão-de-obra dos hospitais e maternidades. A assinatura desse projeto faz parte da série de ações para reduzir a taxa de cesáreas no país, que chega a 84% na rede privada.




É importante avançarmos na saúde ocular no Brasil
25/02/2015 - Folha de S.Paulo
Milton Ruiz Alves e Marcos Pereira Ávila

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) recebeu com otimismo a declaração do Ministro da Saúde, Arthur Chioro, de que a especialidade está entre as primeiras que serão contempladas no programa Mais Especialidades, do Governo Federal. Acreditamos, contudo, que para haver assistência efetiva e de qualidade é preciso mais.
Segundo estimativas do CBO, 14 milhões de brasileiros têm alguma deficiência visual reversível em função de erros refrativos –miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia, por exemplo. Os problemas, que podem ser corrigidos por óculos, são a principal causa de baixa visão e a segunda causa mais comum de cegueira em todo o mundo.
Do ponto de vista econômico, o não tratamento dessas enfermidades custa ao país aproximadamente 8,7 bilhões de reais ao ano (0,18% do PIB total).
O CBO, sempre atento ao cenário, atua há mais de 20 anos na sensibilização das autoridades governamentais quanto à necessidade de instituir o Credenciamento Universal como estratégia para aumentar o número de oftalmologistas que atendem pelo Serviço Único de Saúde (SUS). Por essa razão, defende uma proposta de interiorização da oftalmologia brasileira que permita a efetiva cobertura populacional pelos médicos titulados em oftalmologia.
É um erro afirmar que somos poucos oftalmologistas. Nos últimas duas décadas, a especialidade foi a que proporcionalmente mais cresceu no país. Éramos oito mil em 1994 e, em 2015, somos aproximadamente 17 mil, com uma relação oftalmologista/habitante de um para cada 12.337 (muito acima da preconizada pela Organização Mundial de Saúde, que é de um para cada 20 mil habitantes). A má distribuição geográfica, entretanto, cria áreas de vazio assistencial –cerca de 85% dos municípios brasileiros não contam com atendimento oftalmológico regular.
Dentre as estratégias apontadas pelo CBO para a ocupação dessas áreas, a mais significativa é o projeto "Mais Acesso à Saúde Ocular", que abrange os principais problemas identificados como limitadores de uma assistência mais ampla à saúde ocular pela população brasileira.
Dentre os pontos, se destacam: 1) Inserção da oftalmologia na Atenção Primária à Saúde; 2) Estímulo à instalação de centros oftalmológicos em áreas prioritárias para o SUS; 3) Criação de tabela de remuneração diferenciada em localidades prioritárias; 4) Ações combinadas de estímulo à formação de residentes e estágios em áreas desassistidas; e 5) Inserção de tecnologias para rastreamento das principais causas de cegueira.
Estas propostas, que foram debatidas no Senado Federal, em dezembro, permitem ao Gestor Público ampliar as possibilidades para a criação de uma efetiva Rede Estadual de Atenção à Saúde Ocular, como preconizado na Política Nacional de Atenção Oftalmológica em vigor, o que ainda não foi colocado em prática na maioria dos estados brasileiros.
A organização dessas redes, com definição clara dos centros de referenciados, serviços de atenção especializada secundários e terciários, com hierarquização da referência e contrarreferência intra e intermunicipais, ordena e amplia o acesso à oftalmologia.
A solução passa, necessariamente, pela possibilidade de permitir a quem tiver interesse em atender ao SUS –e que preencha os requisitos mínimos de formação médica, especialização e infraestrutura– tornar-se um prestador de serviço credenciado. Não há como pensar em aumentar o acesso da população ao cuidado oftalmológico sem que se ampliem as portas de entrada no Sistema Único de Saúde em todo o país.
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia entende que este é o principal caminho para acolher a população brasileira em um dos seus mais fundamentais direitos constitucionais, a saúde.





Segredos vitais
25/02/2015 - Folha de S.Paulo
Hélio Schwartsma
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É assustador o caso do médico que chamou a polícia para prender a paciente que acabara de atender por complicações resultantes de um aborto autoinduzido. Se a atitude desse pediatra se generalizasse, muita gente deixaria de procurar o médico, o que geraria graves prejuízos à saúde pública. Não é por outra razão que tanto o Código de Ética Médica (art. 73) como o Código Penal (art. 154) vedam a violação de sigilo profissional.
Aliás, numa daquelas reviravoltas de novela, não é impossível que esse médico perca o registro, amargue de três meses a um ano de detenção e a garota saia inteiramente livre, já que um bom advogado pode conseguir a anulação das provas contra ela, uma vez que têm origem ilícita. Ao então ex-médico só restaria o papel de mártir da causa pró-vida.
Não é, porém, o aborto que quero discutir hoje, mas a questão do sigilo. Nestes tempos em que tanto se clama por transparência, não podemos esquecer que algum nível de segredo é fundamental para manter a sociedade coesa. Para além de preservar a confiança institucional em médicos, advogados, banqueiros, padres etc., o sigilo azeita também as relações pessoais. Alguns dos sentimentos que mais reverenciamos, como a amizade e o amor, seriam impossíveis se não pudéssemos contar com a discrição de amigos e amantes.
Mais até, há motivos para acreditar que mantenhamos segredos de nós mesmos. Essa ideia, que constitui a espinha dorsal da psicanálise, está também em modelos da neurociência. Com 90 bilhões de neurônios interligados em 100 trilhões de sinapses, o cérebro é tudo menos uno. Ele opera através de diferentes módulos que podem guardar segredo uns dos outros e até manter "opiniões" distintas sobre o mesmo tema. Eles estão em constante competição e vence quem, naquele instante, gritar mais alto, caindo no radar da consciência, que ignora cerca de 98% do que se passa em nossos cérebros.






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