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'Não vivemos ditadura das agências reguladoras', afirma vice de Marina
06/09/2014 - Folha de S.Paulo

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não é dona "da verdade absoluta" e precisa parar de tomar decisões de forma isolada, diz o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), vice na chapa de Marina Silva (PSB) à Presidência e autor do projeto que liberou a volta dos emagrecedores ao mercado, aprovado na terça-feira (2) pelo plenário do Senado.
O texto ainda será promulgado pelo Congresso para passar a valer, o que deve ocorrer após as eleições. Com isso, ficará suspensa a decisão da Anvisa que vale desde 2011 e proíbe a venda das substâncias femproporex, mazindol e anfepramona (do grupo das anfetaminas e seus derivados), e exigia regras mais rígidas para o comércio da sibutramina.
A direção da Anvisa --que considera o uso dos anfetamínicos um risco à saúde-- já fala em aprovar novas restrições à venda dos produtos, como proibir a venda dos anfetamínicos em farmácias de manipulação, onde eram mais comercializados.
À Folha, Beto Albuquerque afirmou que o Congresso tentou dialogar com a Anvisa antes da proibição mas não obteve sucesso, o que deixou pacientes graves sem alternativa de tratamento. Ele diz que foi procurado por pacientes e médicos "desesperados", mas afirma que não teve contato com a indústria de remédios no período.
"Além de não ter valorizado o debate, a Anvisa não apontou alternativas. O médico e o paciente fazem o quê? --Começou a haver todo um mercado paralelo, contrabando, e surgiram outros medicamentos [de uso off-label, ou seja, usados para emagrecer, mas originalmente registrados para outros fins]. E a Anvisa não se preocupou com essas coisas", argumenta.
Questionado sobre os riscos à saúde apontados pela Anvisa para o banimento das drogas, o deputado afirma que todos os medicamentos têm contraindicações e que cabe aos médicos avaliar os riscos e a possibilidade de uso em cada caso.
"Por isso que a Anvisa existe, para fiscalizar o uso dos medicamentos. Lógico que se usar indevidamente pode fazer mal", afirma.
COMPETÊNCIA LEGAL
O vice na chapa de Marina diz que o projeto de decreto legislativo foi proposto diante do que vê como uma "intransigência monocrática da Anvisa" e que teve o objetivo de recolocar o assunto em discussão com "sobriedade".
Albuquerque explica que não teve a intenção de questionar a competência legal da agência para regular o mercado de remédios --apesar de o projeto de decreto legislativo ser usado para sustar atos do Executivo que exorbitam o que se consideram ser suas competências.
"O recado é: tem que se criar uma solução, não pode ser só uma decisão monocrática em que os médicos não podem prescrever mais." O deputado afirma que a Anvisa deveria chamar o setor envolvido para uma discussão antes de qualquer nova decisão. "Não vivemos a ditadura das agências." Num eventual governo federal do PSB, aponta Albuquerque, as indicações para as agências federais seguirão só critérios técnicos: "Agência não vai ter mais indicação política", afirma.


Anvisa diz que fez audiências sobre remédios
06/09/2014 - Folha de S.Paulo

Procurada para rebater as afirmações do deputado Beto Albuquerque, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que foram realizadas audiências públicas abertas à participação popular e que participou de debates em comissões do Congresso.

Sobre os demais tópicos, a agência não se manifestou, afirmando que se trata de opiniões de Albuquerque.

Para Maria Eugênia Cury, chefe da gerência-geral de monitoramento de produtos sob vigilância sanitária da Anvisa, o controle mais rígido sobre a sibutramina --determinado junto com o banimento dos anfetamínicos-- garantiu uso não abusivo da substância desde 2012.

"A Anvisa tem uma responsabilidade definida na lei e e não podemos deixar de cumpri-la. Temos uma avaliação de risco e entendemos que, com o monitoramento da sibutramina, conseguimos minimizar os riscos", afirmou Cury.



Remédios para emagrecer: a briga continua
08/09/2014 - IstoÉ


Pressionados pela indústria farmacêutica, parlamentares liberam a venda de medicamentos à base de anfetaminas. Mas a Anvisa reage e exige dos fabricantes estudos que comprovem a eficácia e segurança desses produtos

A batalha entre os defensores dos remédios derivados de anfetaminas para emagrecer e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que os proibiu em 2011, está longe de acabar. Na terça-feira 2, o Senado aprovou o projeto de decreto legislativo que invalida a decisão da agência, o que, em tese, permitiria a volta dos medicamentos às farmácias. O projeto é do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), vice na chapa da candidata à Presidência Marina Silva.

A liberação pelo Senado, porém, não significa que a questão esteja resolvida. Os registros dos remédios – Anfepramona, Femproporex e Mazindol – estavam cancelados. Para que sejam vendidos novamente é preciso que seus fabricantes obtenham nova licença. O documento só é concedido após um processo que envolve a apresentação de comprovações de segurança, eficácia e qualidade, além dos certificados e autorizações do fabricante. E o pedido pode ser negado pela agência.

A Anvisa irá propor ainda que os produtos não sejam vendidos em farmácias de manipulação, hoje seu principal canal de venda. Em relação à sibutramina, medicação que teve sua venda restrita, a agência informou que manterá a exigência das apresentações de receituário retido na farmácia e de um termo de responsabilidade assinado por médico e paciente. “E se eventualmente alguns dos derivados de anfetamina tiverem sua eficácia e segurança comprovadas, irei sugerir que sua comercialização obedeça aos mesmos critérios de controle hoje aplicados para a sibutramina”, afirmou Dirceu Barbano, diretor-presidente da Anvisa.

As drogas foram proibidas pela agência sob os argumentos de que faltam estudos para ratificar sua eficácia e segurança e de que elas oferecem mais riscos do que benefícios. Entre os efeitos colaterais apontados, estão o risco de hipertensão pulmonar e alterações psiquiátricas e cardiovasculares. Boa parte dos médicos, no entanto, defende o emprego das medicações nos casos em que consideram necessário.

É por essa razão que a decisão do Senado empolgou esses especialistas. “A Anvisa não deu ouvidos aos argumentos dos médicos que tratam a obesidade sobre a necessidade de oferecer esses remédios a doentes que precisam deles”, afirma o endocrinologista Alfredo Halpern, da Universidade de São Paulo. “Eles não podiam ter sido tirados do mercado”, disse. Os médicos ressalvam que o uso dos medicamentos deve ser feito sob estrito acompanhamento.

Chamou atenção, no entanto, a forma como o projeto foi aprovado. O painel do Senado indicava que 61 senadores registraram presença na noite da terça-feira 2, quando o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), alterou a pauta do dia para colocá-lo em votação. Apesar do quórum, a imagem do plenário era bem diferente. Menos de 20 senadores se espalhavam pelas cadeiras quando os parlamentares, por votação simbólica, aprovaram a proposta. Diferentemente da maioria das proposições que lotam os arquivos do Congresso, o projeto precisou de apenas um ano e cinco dias para tramitar na Câmara e no Senado antes de ir à promulgação. No Senado, quem assumiu a missão de encaminhar a proposta à pauta do esforço concentrado foi o senador Gim Argello (PTB-DF). Antes do início da sessão da terça-feira, ele percorreu gabinetes de pelo menos 15 colegas do PMDB, DEM, PSDB e PCdoB pedindo apoio à votação.

O senador Humberto Costa (PT-PE) foi voz solitária e vencida. O parlamentar pediu verificação de quórum, para questionar a votação simbólica feita com o plenário vazio, mas o senador Jayme Campos (DEM-MT), que presidia a sessão, ignorou a manifestação. Campos foi estrategicamente indicado à presidência para conduzir a votação da proposição por Renan Calheiros. Após pautar o projeto, sob protestos de Humberto Costa, Renan deixou a cadeira da presidência para não associar sua imagem ao motim da base governista que permitiu a aprovação da matéria.

Os parlamentares sofreram forte pressão da indústria farmacêutica para votar a proposta antes das eleições. O setor é um dos principais financiadores de campanha. Somente a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), relatora da proposição na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), recebeu R$ 160 mil da indústria farmacêutica em 2010. Em 2012, a Hypermarcas, maior empresa do segmento no País, doou R$ 4 milhões para campanhas. Como se trata de decreto legislativo, o governo não pode vetar o projeto. Mas o Planalto estuda acionar a Advocacia-Geral da União (AGU) para questionar juridicamente a derrubada da resolução.


Internet é mercado livre para compra de remédio controlado
08/09/2014 - O Tempo


A forte repressão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) à venda de remédio sem receita nas farmácias levou o brasileiro, com seu jeitinho conhecido, a se aproveitar da internet para criar um mercado paralelo de medicamentos controlados negociados sem prescrição médica. É possível comprar com facilidade até mesmo produtos que nem podem ser vendidos no Brasil, como a mela-tonina, o hormônio do sono que está virando febre no país. Também os emagrece-dores femproporex, anfepramona e o mazindol, assim como a sibutramina, podem ser adquiridos sem dificuldades em uma grande quantidade de sites.

Esses inibidores de apetite (femproporex, anfepramona e o mazindol) ainda estão proibidos no país, apesar de o Senado ter aprovado na semana passada projeto de decreto legislativo autorizando sua volta ao mercado. O projeto só deve ser promulgado após as eleições. contato com vários desses sites simulando interesse nos medicamentos de venda proibida ou controlada.

Em um deles (www.americavitaminas.com), oficialmente destinado a clientes de suplementos alimentares, a reportagem adquiriu uma caixa de melatonina, usada para induzir o sono. Por RS 49 mais RS 16 do Sedex, o pote com cem comprimidos chegou em dois úteis a Belo Horizonte. Na finalização do processo, o cliente é direcionado para o site Paco Esportes, uma empresa virtual de venda de produtos esportivos. O TEMPO entrou em contato por meio dos sites pedindo esclarecimentos sobre a venda ilegal, pois eles não têm endereço fixo, e por telefone, mas não obteve retorno. A Anvisa informou que, por não ser registrada no Brasil, a melatonina não pode ser comercializada no país - embora o consumo não seja proibido se a pessoa comprou fora do Brasil Em outro site (www.comprarsibutraminasemre ceita.com), estão disponíveis, além do emagrece-dor, outros remédios controlados como os tarja preta Rivotril, Rophynol, Ritalina e alguns antidepressivos. A reportagem negociou a compra de sibutramina pelo site até receber, por email, instruções para o pagamento de RS 170 a caixa - no mercado legal o preço é R$ 70.

No e-mail, é informada uma conta do Banco do Brasil para o depósito, sem nome, e com a seguinte recomendação: "No caso de transferência, favor NÃO identificar como medicamento sibu, sib, rita ou algo do gênero", orienta o vendedor anônimo.

Pesquisa e desenvolvimento 



Viagra para o cérebro
08/09/2014 - Época

Imagine tomar uma pílula e ser capaz de estudar a noite inteira, sem sentir sono nem se distrair. Ou, com outra pílula, tornar-se mais criativo e destacar- se entre os colegas de trabalho. Pois é exatamente isso que uma nova geração de suplementos, disponível nos Estados Unidos, promete: um atalho para o sucesso ao turbinar a memória, afiar o raciocínio e aprimorar a capacidade de atenção. Entre quem usou e resolveu contar a experiência na internet, as pílulas ganharam o apelido de "Viagra cerebral", uma referência ao medicamento que revolucionou o mercado ao tratar a impotência sexual masculina. Os ingredientes que prometem prodígios cerebrais são velhos conhecidos da indústria farmacêutica: vitaminas e estimulantes naturais como a cafeína. Agora, combinações dessas substâncias foram agrupadas em cápsulas, produzidas por pequenas empresas, interessadas no apetite de estudantes e jovens profissionais por soluções miraculosas. Faltam estudos sobre a eficácia dessas combinações. E, mais grave, sobre seus possíveis efeitos colaterais. Vale a pena assumir o risco e apostar nas pílulas da inteligência?

Nos EUA, esse tipo de suplemento virou uma febre. Em dezenas de vídeos
na internet, usuários relatam sua experiência com alguns dos produtos. Discutem as vantagens de cada uma das combinações com o mesmo entusiasmo e dedicação com que halterofilistas falam de novos produtos para aumentar os músculos. "São fisiculturistas do cérebro", diz o pesquisador Sean Duke, da Universidade Trinity, na Irlanda. "Eles querem aumentar as capacidades mentais como os halterofilistas desejam melhorar o corpo."

A mais nova sensação desse universo anabolizado é um suplemento chamado OptiMind, lançado em junho. Ele foi criado pelos americanos Lucas Siegel,de 23 anos, e Timothy West, de 21, depois da morte de um amigo de faculdade deles. O amigo usara uma quantidade excessiva de medicamentos tarja preta para afastar o cansaço e aumentar a concentração. "Essa experiência trágica nos inspirou a criar um produto seguro, que ajudasse os estudantes a manter a concentração sem se preocupar com riscos para a saúde", diz West. Ele trabalha como chefe de vendas da empresa AlternaScript, que produz o OptiMind. O produto mistura estimulantes, vitaminas e moléculas de proteína. Promete aumentar a disposição física e aprimorar a memória e a concentração. West diz tomar dois comprimidos por dia. Jura que não há perigo para a saúde. Na internet, alguns usuários se queixam de leves dores de cabeça.

O OptiMind não é o único suplemento desse tipo no mercado. Nos EUA, há pelo menos 20 produtos à venda pela internet. O AlphaBrain, produzido pela empresa Onnit, é popular entre jogadores de pôquer, para aprimorar o foco e diminuir o estresse. Cada pílula contém 11 substâncias. Os fabricantes estão de olho num público que já buscava esses efeitos, mas tinha de recorrer ao uso ilegal de remédios controlados. Algumas das substâncias favoritas desse público eram drogas para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Pessoas com esse diagnóstico costumam ser desatentas, inquietas e impulsivas. Os remédios, prescritos por médicos, são usados para manter esses sintomas sob controle. Sem receita, eles são usados por pessoas saudáveis que querem melhorar sua capacidade de concentração - ainda
que não haja nenhum consenso médico atestando que são eficazes nessa situação. As drogas costumam ser vendidas clandestinamente, pela internet, por pessoas que conseguiram uma receita ou o remédio com amigos. Há quem tente enganar o médico. "Precisamos ficar atentos com pessoas que simulam os sintomas para conseguir uma receita", diz o psiquiatra paulistano Mario Louzã. É exatamente nesse nicho que os novos suplementos fazem sucesso. Os entusiastas não precisam recorrer a estratégias ilegais para ter acesso às drogas que procuram. Nos EUA, os novos coquetéis podem ser comprados livremente na internet, sem receita, porque foram considerados como "suplementos alimentares"- não remédios - pela agência que regula medicamentos, a FDA.

A venda sem receita não significa que as novas fórmulas sejam isentas de riscos. Faltam estudos para provar sua segurança. "É possível que, no futuro, pesquisas sugiram que esses suplementos podem causar algum grau de dependência, como já aconteceu com a nicotina e com a cafeína", afirma o pesquisador Mitul Mehta, do King's College, em Londres. Outra possibilidade é que as fórmulas prejudiquem áreas do cérebro ligadas a outras funções. Pode ser um risco muito grande, considerando que os efeitos desejados pelos consumidores também não foram comprovados cientificamente. "Há a possibilidade de que a melhora do rendimento seja apenas autossugestão", afirma a psicóloga Denise Barros. Ela estudou substâncias que agem sobre o cérebro em seu doutorado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Os brasileiros entusiasmados com os novos suplementos devem conter a em-polgação. Eles podem até ser importados de outros países, mas apenas para uso pessoal. Não podem ser distribuídos comercialmente no Brasil. Para isso, precisam ser aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Por ora, não há nenhum pedido de fabricantes ou importadores para regulamentar os produtos no país. O jeito é confiar na velha fórmula da inteligência: alimentação equilibrada (leia no quadro ao lado alimentos que podem ajudar), sono em dia e muita dedicação para estudar. Costuma dar trabalho, mas é infalível.



BEM-VINDO À ERA DOS HOMENS BIÔNICOS
08/09/2014 - Veja


Em 2012, o capitão da Marinha americana Derek Herrera foi atingido por tiros de terroristas do Talibã, durante uma patrulha no Afeganistão. Em conseqüência, perdeu o movimento das pernas. Há três meses, Herrera voltou a andar. Sua caminhada foi possível graças ao exoes-queleto ReWalk, o primeiro equipamento do tipo a ser aprovado, em junho deste ano, para uso doméstico nos Estados Unidos. Ele possibilita a paraplégicos levantar-se, andar, sentar-se e subir e descer escadas (veja o quadro acima).
É um sucesso de vendas. Apesar do preço restritivo, de 69500 dólares, não coberto por planos de saúde (restrição que deve cair no próximo ano), foram comercializadas cerca de 100 unidades, em três meses. Na semana passada, a fabricante israelense, também chamada ReWalk, anunciou que deve abrir até o fim do ano seu IPO (oferta pública inicial, no termo em inglês) na bolsa de valores americana Nasdaq. Pretende levantar ao menos 50 milhões de dólares em ações, o que fará com que a companhia valha cerca de 200 milhões de dólares. Em paralelo, empresas tradicionais. a exemplo da japonesa Honda e da
americana Lockheed Martin, especialista em tecnologia militar, entram no mercado. Em 2014, os exoesqueletos saem dos centros de pesquisas acadêmicas e militares para entrar no cotidiano da sociedade. São inovações capazes de recuperar a capacidade motora de deficientes, mas também de possibilitar a uma pessoa plenamente apta ultrapassar limites físicos naturais.

Para os 65 milhões de cadeirantes do mundo, a chegada ao mercado do primeiro exoesqueleto representa o início da aposentadoria da cadeira de rodas. E, evidentemente, a esperança de voltar a andar. "As pernas mecânicas se comportam da forma como era quando eu andava ', disse, emocionado, John Dawson-Ellis, que perdeu o movimento dos membros inferiores em 2009, em um acidente de moto, e foi um dos primeiros a testar o ReWalk. ainda em clínicas.
Até agora, paraplégicos e tetraplé-gicos dependiam de uma tecnologia desenvolvida há mais de 2 500 anos: a cadeira de rodas. Há registros de versões primitivas em desenhos em vasos gregos que datam de 500 a.C. Em 1595, o rei Filipe II, da Espanha, ficou preso a uma delas depois de desenvolver gota. doença inflamatória que causa dores extremas nas articulações. No século XX, as cadeiras de rodas foram modernizadas, com modelos motorizados e dobráveis, e até hoje essa tecnologia é a mais utilizada por paraplégicos e tetraplégicos. Isso está prestes a mudar.

O termo exoesqueleto significa, literalmente, esqueleto exterior. A inovação é inspirada na natureza. Animais como grilos, tartarugas e aranhas possuem versões biológicas. O primeiro equipamento artificial, movimentado a gás, data de 1890 e foi
fabricado por um engenheiro russo. Custou uma fortuna para ser desenvolvido, e só podia ser utilizado por pessoas sem deficiências.

As pesquisas ficaram praticamente estagnadas até 1965, quando a General Electric criou o primeiro exoesqueleto com funções práticas, o Hardiman, para o Exército americano. A proposta não era a utilização por deficientes, mas sim o aprimoramento das capacidades físicas de soldados. Os braços das vestes robóticas levantavam 700 quilos de carga. O problema é que a General Electric não conseguiu habilitar o Hardiman para ser controlado pelo corpo humano. Os complexos comandos tinham de vir de computadores, e era preciso ter noções de programação para executá-los.

Nas últimas cinco décadas, foram três os empecilhos para a popularização: o preço das vestes, de dezenas de
milhões de dólares; a dificuldade de controlá-las; e a necessidade de baterias imensas para energizá-las. Era preciso investir muito dinheiro para avançar. Em 2001, o governo americano, incomodado com a onda terrorista da Al Qaeda, investiu 50 milhões de dólares em um plano para criar vestes militares que simulassem qualquer movimento humano, alimentadas por baterias simples. A Lockheed Martin criou um protótipo que permitia que um soldado carregasse 91 quilos, sem o uso de sua força, por distâncias de até 20 quilômetros, o limite da bateria do exoesqueleto. Agora, acaba de ser apresentada uma versão comercial. Trabalhadores braçais, como os da construção civil, têm a fadiga muscular reduzida em até 300%, o que deve aumentar sua produtividade em 27 vezes.

Estudos do uso de exoesqueletos por deficientes físicos correram em paralelo às aplicações militares. No início dos anos 2000, um dos maiores nomes dessa área foi o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, pesquisador da Universidade Duke, nos Estados Unidos. Ele avançou em suas pesquisas ao conseguir recriar no cérebro, com o apoio de próteses, a sensação cerebral do toque. Nicolelis, porém, decepcionou seus pares em 12 de junho deste ano. ao apresentar um exoesqueleto considerado ultrapassado (até por ele mesmo, há dois anos), na abertura da Copa do Mundo no Brasil. O neurocientista prometia fazer um paraplégico comandar a máquina com estímulos de implantes neurais, o que não conseguiu realizar. A meta não foi alcançada por ele. mas outros grupos de cientistas, como um da Universidade Brown, obtiveram êxito em 2012.

Para muitos pesquisadores, a melhor solução para ajudar os deficientes não é um exoesqueleto completo, mas
sim a recriação de partes do corpo, extensões mecânicas, a exemplo de olhos, ouvidos, braços e pernas biônicos. É o caso de Hugh Herr, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (o MIT), que comercializa, por sua empresa, a BiOM, próteses desenhadas de acordo com a necessidade do usuário (veja, na pág. ao lado, a entrevista com Herr). Para si mesmo. deficiente desde a adolescência, fabricou pernas mecânicas de modo a poder
praticar seu esporte favorito, o alpinismo. No início deste ano, Herr apresentou uma versão que recuperou os movimentos fluidos de uma dançarina que havia perdido uma das pernas, depois de ser atingida por uma das duas bombas do atentado na Maratona de Boston de 2013, no qual terroristas mataram três pessoas e feriram 264.

Diz Herr: "É inadmissível que, como seres pensantes e criadores, aceitemos deficiências físicas ou mesmo limitações impostas pela natureza, quando podemos enfrentar esses obstáculos com nossa tecnologia". Tecnologia que se mostra cada vez mais acessível. Foi para provar isso que o hacker americano James Hobson exibiu, na semana passada, um exoesqueleto que fabricou em casa. ao custo de poucos milhares de dólares. Com sua roupa robótica, alimentada por uma bateria similar à de um carro e com design inspirado no herói Homem de Ferro, ergueu halteres de 80 quilos, sem esforço. ?



Saúde
 

Saúde responde
06/09/2014 - Folha de S.Paulo

Gostaria de ter mais informações sobre a gagueira na fase adulta e saber se há tratamento eficaz.

ELEIDE GONÇALVES
SÃO PAULO - SP

A fonoaudióloga Ana Alvarez, da clínica Academia da Mente, diz que a gagueira é hereditária e, embora seja reversível mais facilmente na infância, também é possível curá-la com eficácia na fase adulta. Há técnicas capazes de auxiliar na superação do distúrbio pelo controle de como a fala é processada e pela conscientização dos gatilhos que levam à disfunção. Trabalha-se, assim, o aumento do intervalo de tempo entre as palavras e a diminuição da intensidade com que as sílabas são pronunciadas (com pouca força no começo e aumento gradual). Outra ferramenta usada é o treino da fala sem ouvir a própria voz --a especialista explica que a gagueira é interrompida quando o indivíduo não a ouve. O planejamento do que vai ser dito e a fala pausada e suave também ajudam na superação.


Número de mortes por ebola chega a 2.105, afirma OMS
06/09/2014 - Folha de S.Paulo


O número de mortes causadas pela epidemia de ebola na África Ocidental ultrapassou os 2.000, segundo informou a OMS (Organização Mundial da Saúde), nesta sexta-feira (5).

De acordo com a entidade, 2.105 pessoas morreram e 3.968 casos foram registrados desde o início do ano, no pior surto da doença, provocada por um vírus, na história.

Só em Guiné, Libéria e Serra Leoa ocorreram 2.097 mortes e 3.944 casos. Na Nigéria, último país a ser afetado, foram 23 casos e oito mortes.

A República Democrática do Congo (RDC), que fica na África central, também afirma ter registrado casos da doença, mas não confirmados pela agência da ONU.

TRATAMENTO


Também nesta sexta, a OMS anunciou que especialistas concordaram em usar medicamentos à base de sangue e soro (material sanguíneo sem os glóbulos brancos e vermelhos) de pacientes que sobreviveram.

"Existe uma oportunidade real para que produtos à base de sangue possam ser usados agora. Isso pode ser muito efetivo em termos de tratamento de pacientes", disse a diretora-geral assistente da OMS, Marie-Paule Kieny.

"Apesar de termos tantos pacientes, um ponto positivo é que também há muitas pessoas que agora estão convalescendo, que sobreviveram e estão indo bem. Essas pessoas podem fornecer sangue e soro para o tratamento", acrescentou Kieny, paciente americano

O médico americano Rick Sacra, 51, chegou aos Estados Unidos para receber tratamento após contrair ebola durante trabalho missionário na Libéria. Ele está internado no Centro Médico de Nebraska, na cidade de Omaha.

O avião que transportou Sacra pousou em uma base militar no estado de Nebraska e ele foi levado ao hospital por uma ambulância.

"O transporte foi muito tranquilo", disse Mark Rupp, infectologista do hospital. "Nosso paciente está doente, mas estável", concluiu.

Rick Sacra foi o terceiro americano a ser infectado pelo ebola neste ano.


Contra ebola, Serra Leoa confina população
07/09/2014 - Folha de S.Paulo


O governo de Serra Leoa decidiu confinar a população em casa durante três dias, de 19 a 21 de setembro, para tentar conter o surto de ebola.

"A medida deve ser rigorosamente respeitada, sem exceção", afirmou o porta-voz do governo, Abdulai Barratay. Pedestres e veículos não poderão transitar pelas ruas do país, exceto os que atendem a serviços essenciais.

As autoridades em Freetown usarão esses três dias para procurar os pacientes que não se apresentaram nos centros de tratamento da doença, segundo a agência de notícias AFP.

"Profissionais de saúde, assim como os funcionários de ONGs ligadas à saúde, irão de casa em casa conferir se pacientes com ebola estão sendo escondidos por parentes", explicou.

Bayratay disse que novas ambulâncias e mais de 30 veículos militares devem ser usados na ação.

Uma força-tarefa formada por 7.000 pessoas, entre profissionais de saúde, ativistas e membros comunitários, está pronta para organizar a ação de paralisação, informou o comunicado da presidência em Freetown.

"A missão será a de monitorar e rastrear contatos, assim como identificar pessoas com sintomas do ebola, prevenindo sua transmissão", disse o comunicado.

Policias e soldados foram convocados para assegurar a quarentena nas áreas mais afetadas do país, um dos mais atingidos pelo surto de ebola no oeste da África, ao lado de Guiné e Libéria. Foram registrados 491 mortes e 1.216 casos em Serra Leoa desde o início da epidemia, em março.

O plano se segue ao anúncio da OMS, na sexta (5), de que houve 2.105 mortes e quase 4.000 casos no continente.

A organização Médicos Sem Fronteiras alerta, no entanto, para o perigo da medida drástica, que poderia, na verdade, piorar a epidemia.

"Confinamentos e quarentenas não ajudam a controlar o ebola e quebram a confiança entre as pessoas e os trabalhadores da saúde", afirmou uma porta-voz da ONG. "Isso leva a população a esconder casos potencias, espalhando mais a doença."

LIBÉRIA

Em Monróvia, palco da fuga de um paciente, filmado cambaleando num mercado de rua em busca de comida, a presidente da Libéria é alvo de raiva da população. Moradores aterrorizados disseram que foi o quinto caso de fuga nas últimas semanas.

Para muitos no país, o governo da presidente Ellen Johnson Sirleaf não tem feito o bastante para protegê-los do vírus. "Os pacientes estão com fome, não têm comida ou água", disse uma mulher.

O ebola matou 871 na Libéria, que registrou 1.698 casos.

"Estamos numa situação melhor que a de semanas atrás", afirmou o ministro da Informação, Lewis Brown.

Sirleaf, Nobel da Paz por lutar pelos direitos das mulheres, declarou estado de emergência no mês passado, com fechamento de escolas.


Em Goiás, Mais Médicos não chega aos quilombolas
07/09/2014 - O Globo


No Vão de Almas, Eduardo Fernando da Cunha foi dado como morto. O trabalhador rural está recluso, passa os dias e as noites agachado numa cabana de adobe e palha, num isolamento que chegou a ser confundido com a morte. Ninguém sabe o que ele tem — o aparente transtorno mental e os relatos de dores físicas já duram 14 de seus 60 anos. Nunca houve um diagnóstico.
A medicina não chega ao Vão de Almas. Faz seis anos que Eduardo esteve com um médico, no consultório de uma cidade a mais de 500 quilômetros dali.
— Uma vez, no banco, não quiseram pagar a aposentadoria dele. Acharam que ele já tinha morrido — diz um de seus irmãos, Benedito, de 50 anos.
Vão de Almas está encravada numa região montanhosa, de difícil acesso, a 90 quilômetros da pequena cidade de Cavalcante, uma das mais pobres de Goiás. O povoado é um dos que abrigam as famílias kalungas, a comunidade quilombola que ocupa o maior território no país. São oito mil pessoas que carregam as tradições de escravos fugidos da opressão.
Os kalungas foram privados de assistência em saúde básica, historicamente. Há um ano, o Mais Médicos chegou à região.
Dois médicos cubanos e uma brasileira passaram a atender em Cavalcante. Mas, até agora, o Mais Médicos não chegou às comunidades quilombolas. A atuação dos médicos se restringe aos dois postos de saúde do município. Os kalungas precisam de um pau-de-arara para buscar atendimento médico em Cavalcante. E exames médicos simples, pelo SUS, só são obtidos na capital do estado. Goiânia está a 520 quilômetros de Cavalcante.
No início do programa, a presidente Dilma Rousseff prometeu prioridade às comunidades quilombolas. Ela chegou a anunciar março deste ano como limite para que todos os quilombos fossem incluídos no Mais Médicos. Os kalungas ainda estão à margem.
A CADA PRÉ-NATAL, R$ 100 Para buscar atendimento médico em Cavalcante, são quatro horas em cima de um caminhão. O Vão do Moleque, onde vivem 350 famílias, é ainda mais distante: 120 quilômetros, ou seis horas numa carroceria coberta com lona.
Uma vez por mês, um caminhão da prefeitura faz o percurso de graça. Até cem pessoas se espremem por um lugar.
Nesses paus-de-arara, as mulheres grávidas estão sempre presentes. Elas vão atrás de exame pré-natal na cidade. Domingas Francisco Rodrigues, de 44 anos, está grávida de seis meses do oitavo filho. Com o marido e o filho de 5 anos, ela aguardava o caminhão para chegar em casa. A cada pré-natal, o casal gasta R$ 100 com transporte.
O agente de saúde de Vão de Almas, Anísio Pereira Dias, de 53, resume a rotina dos kalungas: — Médico aqui não vem. A gente costuma falar que a pessoa só vai ao hospital quando já é para levar o defunto. E na unidade de saúde falta tudo.
Exame, prevenção, raios-X.
A comunidade kalunga do Engenho 2, que fica a 26 quilômetros de Cavalcante, tem um posto de saúde. Uma placa do governo federal sinaliza que a unidade deveria ter sido reformada até junho deste ano. Nem a reforma ocorreu nem as portas do postinho estão abertas.
A ideia inicial era que um profissional do Mais Médicos desse expediente no Engenho 2, onde vivem 120 famílias, duas vezes por semana. Nos últimos dois meses, ocorreu apenas uma visita. Com a unidade fechada, as fichas dos pacientes ficam retidas, o que dificulta o atendimento na cidade.
FALTAM EXAMES BÁSICOS Francisco Maia, de 57 anos, está há 16 anos numa cama, sem o movimento das pernas e com um limitado movimento das mãos, por conta de um acidente vascular cerebral (AVC). Tem a companhia do pai, Leopoldo Maia, de 85, o seu Lió. Ele conta que o filho só melhorou depois de procurarem um curandeiro em Campos Belos, a 130 quilômetros de Cavalcante. A receita do curandeiro foi um punhado de ervas medicinais e não comer carne de porco e de gado. Seu Lió acha que o filho está melhor: — O recurso na cidade é pouco.
A gente precisa ir para fora. Os hospitais de Goiânia e de Brasília nunca deram jeito. Ele só arranjou melhora em Campos Belos.
Um dos médicos cubanos é Livan Curbelo, de 45, há dez meses em Cavalcante. Ele conta que a falta de exames básicos é problema comum a diferentes regiões onde o Mais Médicos chega.
— Essas comunidades são muito isoladas. As carências são muito fortes nos lugares mais intrincados — diz Livan.


Acesso ao SUS é o problema mais presente
07/09/2014 - O Globo


Monitoramento de rede realizado pela DAPP-FGV registrou, entre 29 de agosto e 5 de setembro, 75 mil referências a temas na área da Saúde. A falta de médicos para atenção básica e nas especialidades de média e alta complexidade é o maior motivo de queixas nas redes, revelando a extensão do problema da escassez de profissionais.
O volume baixo de reclamações sobre infraestrutura e remédios sugere, por outro lado, que as unidades de saúde e o acesso a medicamentos aparecem em melhor situação.
A análise das menções classificadas por área revela que as referências relacionadas a atendimento são cerca de quatro vezes maiores do que “falta de infraestrutura” e “falta de remédios” somados. É possível afirmar, assim que a questão do acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) é o problema mais presente, retrato este que é reforçado pela nuvem de palavras sobre SUS, em que se destacam as termos “filas” e “esperar”.
O cenário da Saúde observado nas redes sugere, nesse sentido, que a demanda por mais recursos para o setor — reivindicação bastante presente no debate público — deve ser acompanhada pela discussão mais ampla em torno do modelo de gestão integrada do sistema, reunindo as esferas federal, estadual e municipal de governo.
Mas existe também demanda crescente por consultas em especialidades de média e alta complexidade, conforme revela o mapa de menções.
A reivindicação por maior acesso a consultas e exames se mostra presente em todas as regiões e tende a crescer. As referências aos planos de saúde também mostram insatisfação com o tempo de espera, além de preços altos, falta de cobertura e acesso negado a procedimentos.
O mapa das redes em relação à Saúde indica, assim, a necessidade de que os entes federativos priorizem a questão da falta de médicos em atendimento básico e também em especialidades no planejamento de políticas públicas para o setor, bem como uma maior atenção a temas de gestão e ainda de regulação do setor privado de Saúde.


Jovens são internadas em SP após vacinação contra HPV
08/09/2014 - Folha de S.Paulo


Três adolescentes de Bertioga, no litoral norte de São Paulo (103 km da capital), estão internadas em um hospital de Santos por suspeita de reações provocadas pela vacina contra o HPV (papilomavírus humano).
A vacina, administrada a adolescentes entre 11 e 13 anos, protege contra lesões do colo de útero que podem se desenvolver e virar câncer.
As meninas receberam a vacina entre quarta (3) e quinta-feira (4) na Escola Estadual William Aureli, em Bertioga. Mais tarde, elas relataram ter sentido dor de cabeça, vermelhidão no corpo e perda de sensibilidade nas pernas.
Outras oito adolescentes que receberam a vacina na mesma escola relataram os sintomas. Elas foram internadas no pronto-socorro da cidade, mas já receberam alta.
A Prefeitura de Bertioga afirmou que ainda não é possível associar os sintomas relatados à imunização.
"O lote com as doses que foram administradas nas adolescentes estava com prazo de validade em dia e era mantido em refrigeração", disse por meio de assessoria.
Renato Kfouri, presidente da Associação Brasileira de Imunizações, também diz que não é possível estabelecer relação de causa e efeito entre a vacina e a perda de sensibilidade nas pernas.
Segundo a bula da vacina, efeitos adversos ligados à imunização foram relatados por 1% dos participantes de estudos, incluindo dor no local da aplicação e febre.
Doenças como síndrome de Guillain-Barré (que pode provocar alterações de sensibilidade e paralisias) e sintomas como convulsões e desmaios já foram associados à vacina, mas esta relação ainda não foi demonstrada em grandes estudos.
Um relatório recente sobre o perfil de segurança da vacina nos EUA, onde ela foi aplicada em 67 milhões de pessoas desde 2009, concluiu que efeitos adversos ocorreram em 0,03% da população.
"Nos casos de Bertioga, há uma relação temporal entre a vacina e as reações, mas isso não é suficiente para dizer que a vacina causou esses problemas", diz Gustavo Gusso, diretor científico da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.
Ele lembra, porém, que a vacina é um produto novo e podem ocorrer reações desconhecidas ou imprevisíveis.
"Pode ter ocorrido um erro de aplicação, problema com o lote ou um relato coletivo de pessoas impressionadas com a vacina", diz Kfouri.
Diretora de imunização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Helena Fato classificou os casos como "isolados". Segundo ela, 320 mil vacinas desse mesmo lote foram distribuídas para outras localidades do Estado, sem nenhuma anormalidade registrada. A vacinação não será suspensa.
A Prefeitura de Bertioga deverá instaurar uma sindicância para apurar o caso.








 

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